É. Dia 8 de dezembro de 2004. Eis a data da qual eu ainda não sabia, mas ficaria marcada pelo resto da minha vida. Não, nada comigo, apenas com alguém que viria a ser importante pra mim no futuro próximo.
Dia 9 de Dezembro de 2004, mais ou menos 9:45 ou 9:50 da manhã. Eu acordava naquele momento. Acordava talvez num dos melhores ânimos, afinal não sabia o que eram recuperações àquela época e também porque talvez tenha sido o ano mais legal no colégio até a data em questão, mal sabia eu que o de sempre também. Mas enfim, voltando, liguei eu a TV na MTV, coisa que fazia muito por aqueles tempos. Mesmo que minhas bandas favoritas quase nunca fossem temas de programas, eu adorava matar tempo vendo o canal. Naquele dia dei-me de cara com o extinto programa "Riff" (igualzinho ao Lab, mas feito apenas de Metal) e pus me a assistir.
Era fim de programa, acabara de passar um vídeo clipe do qual não havia gostado, nem lembro de quem era, só lembro que não gostei. Depois disso veio o último clipe. O programa de tão "nas coxas" que era feito não tinha nem apresentador. Alguém escrevia os textos, em um fundo de tela (que lembrava muito a arte do primeiro disco do Sabbath) e você tinha que ler se quisesse saber de alguma curiosidade ou justificativa do clipe em questão.
Lembro de ter lido algo como homenagem, não sei, ainda estava meio sonado. Logo em seguida começa um som esquisito a primeira audição. Pensei, "Que estranho, tecno misturado com Metal". A música foi tocando... e eu me afeiçoando gradativamente. Principalmente ao refrão, cantado rápido, por um cara agitado e de moicano, que além disso fazia uma voz do mal. Vi as cabeças balançando, vi também como aquilo era completamente diferente do estava acostumado, e além disso cativante a mim. A linha de guitarra, algo como uma marreta... enfim pirei.
Logo após o som, vi eu de que banda se tratava. Pensei na hora, " hmmm, acho que esse som não vai fazer muito sucesso aqui em casa se eu começar a ouvir pra valer" vale dizer que sou de família religiosa, que já achava uma heresia ouvir Nirvana.
Mais tarde naquele dia fiquei sabendo que o responsável por aquela "marreta" que me fez acordar de manhã havia morrido noite passada, dia 8. Nem lembro de que a mulher, que apresentava o também extinto "Disk", tinha dito. Só lembro do morreu.
Enfim. Nunca tinha ouvido nada igual àquilo, era como quebrar regras, era algo fantástico e que não caía em mesmice rítmica, um problema de VÁRIAS bandas do estilo Metal. Mas como não conhecia acabei deixando cair no esquecimento. A única coisa que lembrei durante muito tempo foi uma frase, aliás, nem isso, um pedaço do refrão em que dizia-se "down below".
Algum tempo depois, precisamente em Junho de 2005, numa época que vivia eu entre Pearl Jam's, Red Hot's (Chili Peppers... durh), Rage Against's (The Machine... durhh (2)) eis que surge um amigo que possuia todos os discos daquela banda. E que inclusive duvidara que eu conhecesse algo sobre a banda em questão, achou que eu fosse mais um poserzinho. Disse pra que eu dissesse o nome de uma música pra cetificar-se de que falava com alguém que entendia, e eu disse...
Ele me emprestou o disco título da música, dei a ele, nessa troca, se bem me lembro um dos meus DVD's do Rage Against the Machine. Tá, levei pra casa, esperei após o almoço, para que todos fossem se "atarefar" para colocar o CD com a porta do quarto fechada.
O que viria a escutar naqueles minutos seguintes mudaria minha vida, acredito eu, pra sempre. Sim, lá se ia a primeira faixa, já conhecida, pelo clipe, e relembrada na hora, pulei para segunda descobri que já havia escutado em algum lugar, não sabia ao certo, terceira, e uma arma de entrada me fazia pensar melhor sobre meus gostos vigêntes, quarta, "belo instrumental!", pensei, quinta uma baladinha, que não me empolgava muito, sexta, algo com "Motherfucker" era dito antes de que se conte um tempo pra uma das músicas mais ultrajantes que havia me prestado a ouvir, sétima, eu sabia que a partir dali "marretas e britadeiras" metafóricas fariam parte dos meus timbres favoritos de guitarra, oitava, via ali, mais do mesmo, mas com um início de som que me fazia pular sozinho, nona, um clima, que de tão sombrio, mais parecia o de um filme de terror, décima, algo que parecia um hard turbinado (só depois viria a saber do passado obscuro dos indivíduos em questão), décima primeira, outra baladinha, mas que me empolgou mais do que a quinta, estranhamente. E a cereja, a décima segunda faixa que até hoje me faltam palavras para descrever o que achei dos riffs de entrada, e do solo feito por aquele que tinha morrido.
Bastou isso para que o Pantera (tchã-nã) sempre figurasse, ou melhor, estrelasse como uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Local no qual se encontra até hoje. E Dimebag Darrell, o "homem marreta", fosse até hoje um tutor guitarrístico para este que vos escreve. Tão admirado por mim, que hoje, 5 anos após sua morte, 4 anos, 364 dias e sei lá o que mais, que tive meu primeiro contato com sua música, eu escrevo este post.
Não quero caír em clichês (embora já tenha caído em vários mais acima) do tipo "obrigado grande mestre" ou "adeus mestre", ou então, "descanse em paz grande homem". Sei lá, prefiro deixar o mistério no ar, prefiro continuar vivendo a fantasia de tê-lo vivo a cada vez que coloco seus CDs no player, e além disso, também prefiro, mais do que dizer por palavras secas, mostrar a vocês o que me mudou desde então:
2 comentários:
Grande Dimebag, live fast, die young.
cowboys from Hell! Cara pantera é muito bom, eu tb passei a curti-los na mesma epoca que você, e eu ficava pensando, putz pq eu não tinha descoberto isso antes?
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