terça-feira, 29 de novembro de 2011

In the end...


E no chove ou não chove, a verdade acabou sendo que o GP do Brasil ficou aquém do esperado. Uma corrida que foi decidida por uma ultrapassagem “interessante” segundo o twitter da Ferrari. Uma corrida que nos deu mais uma vez a relação de forças da temporada bem definida. Red Bull’s à frente (embora durante o ano não fosse tão comum que Webber estivesse tão junto a Vettel), McLaren’s e Alonso brigando, e Felipe Massa isolado mais atrás.

As corridas podem ter sido mais “bagunçadas” ou agitadas nesse ano de 2011, mas a verdade é que poucas vezes essa ordem se alterou. Algumas corridas como essa em Interlagos foram até bem previsíveis, apesar dos pneus, do KERS e do DRS.

Enfim, Webber ganhou sua primeira no ano. Nem ele comemorou direito. Seja como for, se Vettel lhe deu passagem por problemas ou não, o australiano não teve muito mérito pela vitória, e sabe disso. Seu ano inteiro parece que foi mérito exclusivo do carro... (vou parar por aqui porque prefiro desenvolver o tema Webber 2011 num post próprio).

Vettel segundo, num fim de semana que deve ter terminado no sábado pra ele. Button, reforçando seu ano sólido, em terceiro. Alonso, perdendo o terceiro lugar na corrida e no campeonato por um ponto, em quarto, e Massa com uma parada a menos e 30 segundos atrás de Alonso, em quinto. Que me desculpem os “Massistas”, mas dá pra bater o martelo dizendo que a mola mudou Felipe.

Sutil, conseguindo um excepcional sexto lugar e tirando das Renault de Petrov e Heidfeld nono e décimo lugares do campeonato de pilotos. Um grande trabalho do alemão e da Force India, que se recuperou muito bem a partir da metade do ano.

Renault. Petrov, com seu 10º neste fim de semana, somou 37 pontos nesse campeonato, 15 deles conquistados sendo terceiro na Austrália - primeira corrida do ano. Daí dá pra entender o quanto a equipe regrediu após o pódio de Heidfeld na Malásia - o que pode servir até de desculpa para os dois míseros pontos de Bruno Senna da Bélgica até aqui. Dois pontos, enquanto Petrov, mais experiente, fez cinco apenas.

No mais, boa corrida de Kobayashi e Paul Di Resta também. A destacar negativamente o desempenho de Bruno Senna na corrida, depois de bater em Schumacher (de propósito, na minha opinião) chegou em 18º atrás de Kovalainen. Mesmo alegando problemas do câmbio, é pouco.

Uma corrida não tão boa, mas que foi a última antes de um longo hiato. F1 agora só em 2012. Muitos vídeos e baixar assim que possível o Review 2011 da FIA são minha dicas para não enlouquecer nesse momento de abstinência. 2011 vai deixar saudade? Alguma talvez. Mas mais por corridas isoladas, porque como campeonato foi bem mediano. Às vezes acontece, F1 é assim... e eu gosto assim.

domingo, 27 de novembro de 2011

Um sábado em Interlagos



Seis e dois da manhã. Um início de dia qualquer? Não, este seria especial. Se me dissesse quinta-feira à tarde que eu veria o treino para o GP do Brasil do autódromo de Interlagos 12 anos depois da última vez que fiz isso, provavelmente mandaria te internar, ou então lhe daria um daqueles sorrisos amarelos querendo dizer: “Tá, tá...”

A verdade é que há muito tempo tenho desencanado de ir atrás de ingressos para o GP do Brasil. Primeiro pelo valor, mas, principalmente, pelo custo-benefício.

Enfim. Mas aconteceu, acreditem ou não. Misteriosamente na quinta à noite soube da possibilidade pela mãe de um amigo. No outro dia tudo virou certeza. Já começava a me planejar, quando soube de outro dado que guinaria o rumo da experiência para uma via nunca d’antes imaginada. Sim, conseguimos - eu e meu amigo - lugares na arquibancada... mas não numa arquibancada comum, num setor plebéio (tomara que exista a palavra). Fomos simplesmente convidados à área VIP do Santander localizada na Curva do Café (identifique na TV como sendo a primeira arquibancada da reta após a Junção; de cor predominantemente vermelha).

Como ia dizendo, acordamos às seis e nos preparamos. Chegamos ao ponto de encontro combinado pela organização quase oito horas da manhã. Depois de alguns desencontros, guardas mal-humorados, números de RG e nomes na lista não encontrados facilmente e, por conseqüência, quase uma parada cardíaca, acabou dando tudo certo. Mas antes de pegar nossa van até o autódromo, tínhamos que nos vestir a caráter. Deram-nos kits com camiseta oficial (especialmente feita para a ocasião) da Ferrari, boné do Santander, protetores auriculares e capas de chuva. Além, óbvio, dos ingressos.

Adentramos o autódromo umas quinze pras nove. Fomos de cara surpreendidos pela vista:

Víamos o circuito praticamente inteiro, salvo o fim da reta dos boxes e o “S” do Senna. Ainda incrédulos com a vista, descemos e fomos tomar o café da manhã oferecido pelo banco no refeitório da área VIP. Inocentemente, pensamos ter a necessidade de pagar pelo que consumiríamos. Chegamos a um cartaz que parecia ter o preço dos salgados... mas, quando vimos bem, nos certificamos de que os números ali escritos não faziam referência ao preço, e sim às calorias dos alimentos. Não entendendo bem aquilo ainda, perguntamos no balcão sobre a venda de fichas para trocar por alimentos. A mulher nos respondeu com uma frase tão singela quanto natural: “Não, não precisa. Me diga o que quer”. Pois bem, pão de batata, muffins e refrigerante para começar bem o dia.

Enquanto íamos comendo, fomos nos dando ao luxo de escolher os melhores lugares da fila superior da arquibancada. Lugares nos quais presenciaríamos o último treino da F1 em 2011. Escolhemos lugares estrategicamente posicionados ao lado de duas TVs de LCD, que presumíamos que fossem exibir o treino.

Pouco antes da sessão das 11 horas começar, percebemos que as TVs mostravam imagens da FOM, e não do Sportv. Ou seja, veríamos o treino sem os possíveis e costumeiros cortes na transmissão do “canal campeão” e, claro, não precisaríamos ficar vendo propagandas chatas da Nova Schin antes e durante o treino classificatório à tarde. Além também do Live Timing, passando na segunda das TVs, um pouco mais abaixo no nosso caso.

Minutos se arrastavam como horas, mas chegou. O primeiro treino livre foi iniciado por Kamui Kobayashi e sua Sauber. A sensação de vê-lo e ouvi-lo diminuindo para descer o lago foi indescritível. O som parecia vindo do PA do autódromo. Nos certificamos que aquilo era verdade quando o japonês passou pela Curva do Café. Me fez arrepiar cada fio dos meus pêlos do braço, algo que não sinto todo dia. Em suma, nos primeiros 20 minutos de treino nós mais demos risada olhando um pra cara do outro, pra pista e pros monitores do que de fato prestamos atenção no treino.

Utilizamos a sessão também para desenvolver a técnica de fotografar um carro a 250 Km/h com um celular (os resultados vocês veem neste post). Mas conseguimos aproveitar bem. Vimos todos os carros, ouvimos todos os motores (incluso do Safety Car e Medical Car) e, embora os ouvidos zumbissem, relutava em não colocar os protetores, afinal, vai saber quando vou ouvir um destes de novo?

Fim do treino, e almoço no mesmo esquema do café. Deu tempo de ir no banheiro e... ah, é, ia esquecendo. Havia também na área VIP o carro de 2010 da Ferrari. Deu pra tocar e ver tudo o que é detalhe pelo pequeno “cercadinho” que o delimitava.

Além da comida, o que ajudou a espera do treino classificatório ser menos arrastada foi a trilha sonora. O pessoal do circuito tocava coisas como isso, isso, isso, isso e isso. Não dava pra reclamar.

Pois bem. Falando do treino agora. Apesar da grande emoção sentida, consegui me controlar para ver bem a sessão. Bons treinos das Hispania’s, Rosberg (que estranhamente virou tempo pior no Q3 do que no Q2) Sutil e Bruno Senna – mesmo com a pilha que colocaram. Agora, para o brasileiro, é hora de largar bem para deixar essa boa impressão para o ano que vem.

Mas o grande destaque do dia não teve como ser outro. Sim, eu estive presente num dia histórico para a F1. O dia que um homem bateu o recorde de pole positions em um ano. Um recorde difícil de ser quebrado e que irão lembrar para sempre. Sebastian Vettel pode ter tirado a emoção deste dentre tantos outros treinos desse ano, mas serei eternamente grato a ele por ter feito deste dia mais memorável do que já era.

Fez-se história na F1, e eu estava lá. Algo que não tem preço (embora na minha posição não tivesse mesmo). Depois do treino fui aproveitar a transmissão da FOM, com volta mais rápida, entrevista e afins. Após tudo terminado, fomos aproveitar o comis e bebis ao lado do F10 do lado de fora.

Cerca de uma hora depois do fim do treino saía de Interlagos tendo como destino o trem há mais de 20 minutos de distância de onde me localizava. Back to reality. Longa caminhada, mas na memória recente um momento que eu tenho certeza absoluta que jamais vou esquecer.

Hail, F1. Hail, Interlagos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na trave, parte 2


Em 2009, depois de ressuscitar para a F1, Rubens vinha com uma missão das mais difíceis. Ganhar o GP do Brasil para manter vivo o sonho do título em Abu Dhabi. Barrichello, sem o melhor carro, marcou aquela pode ser considerada sua pole position mais emocionante da carreira; naquele que foi treino mais longo da história da F1, em duas horas e 41 minutos por uma chuva torrencial. Desbancou na sua última volta a quase imbatível Red Bull de Mark Webber.

Mas não é só isso que dá a dimensão do que foi aquela sessão. No Q2 - onde foi eliminado Jenson Button, seu rival pelo título naquele dia – Rubinho teve a sorte do então estreante Kobayashi, que tinha melhor carro naquela circunstância de pista, ter cometido um erro na Curva do Sol em sua última volta. Aquilo permitiu Barrichello ser o décimo e passar ao Q3. Com a pista mais seca e menos combustível do que os outros, a pole se tornou “mais fácil” para Rubinho na última sessão do dia.

Mas para o azar de Barichello, no domingo o sol veio forte. Todos sabiam que ele não teria como segurar o ritmo de Webber, e que Button, vindo de trás com um ótimo carro, era uma ameaça. Pior ainda, Rubinho com o trabalho de “coelho de maratona” no início da prova, foi altamente prejudicado pelo Safety Car na primeira volta. Ali Barrichello começou a perder aquela prova. Depois de parar nos boxes mais adiante e voltar no tráfego, Webber e Kubica, em estratégias melhores, o ultrapassaram nos pits. Mesmo depois disso, Barrichello não tinha vida fácil. Era pressionado por Hamilton que, vindo de 17º, fazia uma corrida pra lá de rápida.

Hamilton passou Barrichello, mas antes passou dos limites de seu carro. Enquanto pegava o vácuo de Rubinho, o inglês tocou seu spoiler no pneu traseiro direito do brasileiro. Uma volta depois, ele teria que ir ao pit trocá-lo, e lá se ia outra chance de vitória no Brasil. No fim ainda foi oitavo, mas não impediu o título de Button naquele dia, e nem que Vettel lhe roubasse o vice-mundial em Abu Dhabi dali 15 dias.

Pelo sim, pelo não, uma pole position que entrou pra história. Um entre tantos treinos nesse formato (Q1, Q2, Q3) cujo fim foi impossível assistir sentado. Um roteiro digno para a última das 14 poles de Rubinho na F1.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Na trave, parte 1


Se vai ou não parar de correr ao fim deste GP do Brasil, Barrichello, independente disso, namorou várias vezes com o sucesso pleno em Interlagos. Foram três pole positions em treinos classificatórios... mas apenas um pódio. A verdade é que Rubinho - ora por nervosismo, ora por azar - nunca teve provas sem algum tipo de problema no Brasil durante sua carreira

O primeiro dos anos que Barrichello veio com força e constância necessária para ser considerado favorito sólido foi em 2003. Depois do brilho de 1999 na Stewart - quando liderou pela primeira vez o GP do Brasil após uma sumária falha hidráulica no McLaren número 1 de Mika Hakkinen (que venceria a prova ainda) – Barrichello devia uma atuação como aquela, mas agora de Ferrari.

Rubens não decepcionou. Cravou a pole position à frente das McLarens - que haviam ganho as duas primeiras provas - e de um inspiradíssimo Mark Webber - que assustou chegando a colocar mais de dois décimos no tempo de Barrichello no segundo setor de sua “flying lap”. Para infortúnio do australiano, seu motor Cosworth sucumbiu à subida para os boxes, concedendo ao brasileiro sua primeira pole em Interlagos.

Na corrida, depois de uma largada com Safety Car pelo pé d'água que caia, Barrichello começou a ser ultrapassado por vários carros – os de pneus Michelin, já que o regulamento permitia apenas que as fabricantes de pneus trouxessem um tipo de pneu “biscoito” aos fins de semana; os franceses tinham o “full wet”, enquanto a Bridgestone o intermediário. Beneficiado por alguns abandonos, uma tática acertada da Ferrari e uma trégua de São Pedro, Rubinho se viu a poucas voltas do fim a somente um carro da vitória, a McLaren de Coulthard.

A pressão de Barrichello foi tão forte que o escocês cedeu. Na volta 45, Rubinho era líder finalmente. Nada parecia tirar de Barrichello a tão sonhada vitória no Brasil... até que, depois de marcar a volta mais rápida da prova, seu F2003-GA parou misteriosamente. Um problema no rádio fez com que seu combustível acabasse na pista e evaporasse o desejo dele e dos torcedores naquele dia. A vitória.

Em 2004, outra oportunidade. Barrichello cravou aquela que é a melhor volta até hoje em Interlagos no treino classificatório. Porém, a chuva, tantas vezes sua aliada, veio para lhe atrapalhar neste dia. Depois de largar de intermediários e perder a liderança para Raikkonen na primeira volta, Rubinho a recuperou na volta quatro. No entanto, a chuva que caia antes da largada havia parado, e, pela degradação dos pneus Michelin, Raikkonen e Montoya foram aos pits. Voltaram lado a lado, numa disputa que parecia valer a vitória – e valeu.

Barrichello permaneceu na pista. Ele e o jovem Felipe Massa. Ambos lideraram a prova durante uma volta, a seis. Uma volta feliz para o torcedor... mas uma volta que faria Barrichello perder suas possibilidades de vitória, já que Montoya, Kimi, Ralf e Sato viravam suas “out laps” ameaçadoramente mais rápido que o brasileiro, ainda de intermediários.

Rubinho parou logo após, e voltou atrás de todos estes. No fim das contas, acabou ficando com um modesto terceiro lugar. Massa foi oitavo. Ambos perderam primeira e quarta posições, respectivamente, pela volta que lideraram o GP do Brasil em 2004. Azar.

Ganhando ou não, fica o momento e a emoção de suas voltas voadoras que lhe permitiram largar pelas duas primeiras vezes na frente em Interlagos. Assista-as abaixo.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"A maldição de Heidfeld"


Há seis anos um brasileiro tinha uma boa oportunidade para mostrar serviço numa equipe média para boa na F1. Ele era Antônio Pizzonia. O piloto de Manaus substituiria Nick Heidfeld na Williams, após um forte acidente sofrido pelo alemão nos treinos para o GP da Itália em 2005. Já naquele final de semana, Pizzonia tomou seu lugar na Williams de número oito. Tentaria para 2006 aquilo que não havia conseguido para 2005 - embora já fosse piloto de testes por aquelas bandas com o apoio da Petrobras. O posto de piloto titular.

Pizzonia começou bem. Mesmo depois de sair de 16º no grid em Monza, chegou ao sétimo lugar com uma boa corrida de recuperação, superando inclusive o companheiro de equipe e desafeto dos tempos de Jaguar, Mark Webber, que sequer pontuou ali. Sua conquista ganha mais notoriedade quando lembramos que o GP da Itália de 2005 foi a segunda corrida na história a não ser abandonada por ninguém. Com o resultado, Pizzonia empatava seu melhor resultado com os GPs da Alemanha, Hungria e Itália em 2004, quando substituiu Ralf Schumacher pela mesma Williams e foi sétimo.

Porém, a partir dali, nada mais deu certo para o brasileiro naquele ano. Na Bélgica, estava fora da zona de pontos, quando, há quatro voltas do fim, tirou da McLaren aquela que seria sua primeira dobradinha em cinco anos, com uma fechada em Montoya que vinha lhe colocar uma volta, o que tirou ambos da prova.

No Brasil, sequer teve chance de tentar correr. Foi tirado da prova na primeira curva por David Coulthard num grande acidente que tiraria inclusive seu companheiro Webber também. No Japão, ficou pela brita de Suzuka depois de rodar sozinho na volta nove, e de não ter conseguido se classificar bem no dia anterior. Na China, viu a bandeirada pela primeira vez desde a Itália, mas longe da zona de pontos e com uma corrida opaca, em 12º.

Não deu outra. Pizzonia perdeu a vaga na Williams para 2006 em favor do estreante e primeiro campeão da GP2, Nico Rosberg.

Nesse ano, a vida de Bruno Senna parece lembrar a de Pizzonia em 2005. Admitido pela Lotus-Renault (odeio chamar assim, mas vou ter que me acostumar) para o lugar de Heidfeld, o brasileiro fez duas boas apresentações: Na Bélgica – onde largou em sétimo – e na Itália – onde marcou os mesmos dois pontos de Pizzonia, mas na nona colocação. Desde esse GP em Monza, Bruno não mais conseguiu pontuar e brilhar em corridas. A que parecia ser uma vaga concreta em suas mãos, vai aos poucos indo embora dada concorrência que a equipe vem tendo para as duas vagas no ano que vem, junto ao fato de nem Petrov (pay-driver de primeira) estar garantido por lá.

Em comum nas duas histórias? Brasileiros pilotos de testes em equipes emergentes, que da noite para o dia tiveram uma excelente oportunidade em mãos. Pizzonia desperdiçou, e Bruno vai fazendo o mesmo.

Outra coisa em comum? Ambos substituíram Heidfeld depois de saídas não muito bem explicadas pelos respectivos dirigentes. Em 2005, reza a lenda que Heidfeld, mesmo após ter sofrido outro acidente de moto durante o restabelecimento do de Monza, tinha condições de correr e não o fez, pois a Williams, com o relacionamento já gasto com a BMW, preferiu deixar Nick na geladeira ao saber que o alemão já havia assinado com o time alemão para 2006.

Nesse ano, todos viram o processo de fritura que a Lotus o colocou quando o alemão não se mostrou ser um "novo Kubica". Saiu pela porta dos fundos da equipe pseudo-inglesa.

domingo, 13 de novembro de 2011

Gato fora, festa dos ratos


Ufa. Sinto profundo alívio em não escrever algo que diga o quanto o GP de Abu Dhabi foi chato. Na verdade, por mais incrível que isso possa parecer, a corrida foi divertida; teve ultrapassagens e alguns imprevistos. Começando pelo maior da temporada: Um pneu furado no infalível RB7 de número 1. Sim, Vettel rodou na segunda curva, e depois de uma viagem demorada e prejudicial à sua suspensão traseira aos pits, teve que abandonar a prova.

Gato fora, festa dos ratos.

Hamilton conquistou sua terceira vitória do ano com méritos de um campeão em processo de recuperação. Uma prova impecável. Foi apenas acossado por Alonso, segundo colocado, no fim do segundo stint, mas nada que um costumeiro pit stop desastroso da Ferrari não fosse capaz de conter. Button, sem KERS durante a prova inteira, foi terceiro, completando o primeiro pódio sem pilotos da Red Bull desde o GP da Coréia do ano passado, 19 provas atrás. Faz tempo.

As maiores decepções do ano e da prova, Webber e Massa, foram respectivamente quarto e quinto colocados. O australiano, com um carro de outro mundo, não foi capaz de ultrapassar Button (sem KERS, detalhe) no primeiro stint, o que selou seu destino no resto da prova. Um erro no pit e uma tática ruim, o ajudaram a piorar uma corrida que já poderia ser considerada dantesca, dado o equipamento do canguru. Pelo menos, vá lá, levou a volta mais rápida da prova.

Já Massa decepciona no mesmo ritmo que Webber. Poderia ir ao pódio hoje pela pouca distância que saiu atrás de Button depois do primeiro pit. Porém, seu ritmo inconstante minou suas chances. Perdeu a posição (4º) para Webber depois de uma rodada na curva 1 no fim da prova. Esta foi a quinta vez que Felipe foi quinto em 2011. Tão poético quanto ordinário.

Destaque à dupla da Force Índia, em oitavo e nono com Sutil e Di Resta; e à Sauber, que finalmente voltou com Kobayashi aos pontos, em décimo. Pérez poderia ter feito melhor, mas se tocou nas primeiras voltas e avariou o spoiler. Não fosse isso, faria melhor que o 11º lugar. Barrichello, saindo de último, também fez boa corrida chegando em 12º.

O abandono do azarado Buemi enquanto era o sexto, a boa performance de Kovalainen andando entre os lugares intermediários durante boa parte da prova, e, mais uma vez, a participação ruim de Bruno Senna, foram outros destaques. Falando do sobrinho, pelo jeito Spa e Monza foram exceções, infelizmente.

Daqui a duas semanas, Brasil. Deveremos ter um bom espetáculo de encerramento em Interlagos, mesmo que com público abaixo da média. O GP da Abu Dhabi não foi clássico da F1, mas não passou nem perto de ser a pior prova do ano. Bom sinal. Que nos próximos anos essa corrida possa ser como foi hoje, ou melhor.

sábado, 12 de novembro de 2011

Causa e consequência


Causa: Sebastian Vettel bater recordes indiscriminadamente. Conseqüência: Tremenda falta de interesse e espetáculo. Inegável a importância histórica de treinos como o de hoje, mas o que ninguém quer ver é um equipamento sobrepujando tanto assim a técnica dos pilotos. Foi o que aconteceu.

Enfim, naquela de “mais do mesmo”, esta será a terceira vez que Vettel e Hamilton largam na primeira fila do GP de Abu Dhabi – o que significa que até hoje apenas os dois sabem o que é largar sem ninguém a frente em Yas Marina. Vettel, igualando o recorde de poles do indomável e extraterrestre FW14B de 1992, vai escrevendo mais e mais seu nome na história. No Brasil, pode passar Mansell conquistando 15 pole positions em um ano, recorde absoluto na história da F1. Veremos.

Hamilton, provando mais uma vez que 2011 não é seu ano, se fizesse sua volta do Q2 no Q3 teria saído da classificação nos Emirados Árabes Unidos com sua vigésima pole position na carreira. Errou no início da volta e complicou suas chances.

Segunda fila com Button - que poderia ter feito melhor não errasse no último setor -, e Mark Webber - dessa vez a pouco menos de quatro décimos de Vettel. Terceira fila, só Ferraris e nada pra dizer.

Bom treino da Force India, colocando ambos os carros no Q3, com Sutil e Di Resta, respectivamente, na quinta fila. Sérgio Pérez também fez bom treino e sai em 11º em busca de mais pontos. Sua facilidade em poupar pneus pode ser um grande trunfo amanhã.

No mais, a destacar o quase um segundo que Kovalainen colocou em Trulli, e as Williams que largam melancolicamente na última fila para este GP de Abu Dhabi. Barrichello tem seu pior grid da carreira, em 24º, pois não marcou tempo devido a um vazamento de óleo no seu motor. Maldonado largaria em 17º, porém por usar o nono motor neste fim de semana, estourando o limite de oito por temporada, largará apenas em 23º. Certamente enquanto equipe construtora (coisa que é desde 1978) este é o pior grid da história da equipe Williams. Triste.

Por fim, dizer o que disse algumas vezes neste ano: Se Vettel passar da primeira curva na frente, prepare-se para 55 voltas de pôr-do-sol em sofrimento.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

No soul


Francamente, do que você se lembra das duas primeiras “corridas” em Abu Dhabi? 2009. Bom, sabe-se que ela aconteceu, que era esperada festa, crepúsculo e tudo mais. Acabamos por ver aquela que, na minha humilde opinião, foi a pior corrida da F1 em todos os tempos. Pouquíssimas brigas, prova definida no pelotão intermediário basicamente na estratégia, e um lance que definiu a vitória – a primeira quebra da vida de Lewis Hamilton.

2010. Aí sim, uma grande corrida... ou não? Os três primeiros que passaram a primeira curva foram os que chegaram ocupando as mesmas posições. Um Safety Car mudou o rumo da corrida, e, por conseqüência, de um campeonato dos mais disputados de todos os tempos. Na verdade, aquilo foi ridículo. Como o carro do líder do campeonato que havia se classificado em terceiro no grid poderia ficar 40 voltas atrás de outro mais lento e com mais de 10 voltas de uso de pneus? Só em Abu Dhabi (ou Valência), tilkódromo(s) dos mais chinfrins da F1.

Alonso perdeu o campeonato do ano passado por defeitos de um circuito que serve até para uma corrida. Abu Dhabi é um lugar que descaracteriza em gênero, número e grau a F1; ou sou só eu que não enxergo alma num circuito desenhado especialmente para que ricaços atraquem seus iates beira à pista, podendo beber champanhes ao som dos motores, passear no Ferrari World e aproveitar o hotel iluminado em cima do traçado? Sem querer tirar esse direito de quem tem grana, só que o pretexto disso tudo é ter uma corrida de carros. Uma corrida, não um desfile.

A pista de Yas Marina apresentava, até o ano passado, um problema parecido com a de Valência. Uma curva (no caso, a nove) que, de tão lenta, fazia os carros perderam contato; algo parecido com o que acontece na pista espanhola após a ponte, na curva 10. Nesse ano, numa parceria com Hermann Tilke, Lucas Di Grassi - arquiteto do kartódromo de Florianópolis (já elogiado por Tilke), sede anual do desafio das estrelas – redesenhou (ou pelo menos ficou na promessa de redesenhar) a curva nove, para contornar o problema das ultrapassagens lá sofrido em 2009 e 2010.

Abu Dhabi vai ganhar alma? Não sei, mas é mais provável que nem assim. Mais capaz, se essas mudanças derem certo, que tenhamos uma daquelas corridas tão movimentadas por diferenças na estratégia (típico desta temporada), que não vamos entender nada no fim das contas. Uma corrida apenas estatística. Aliás, Abu Dhabi até agora na história da F1 só é estatística... não é essência, não é alma... não é esporte a motor.

Pelo menos não o esporte pelo qual eu me apaixonei desde criança.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.10)


Fim da coletânia do blog. Nada melhor pra terminar do que Mouth for War; aquela que acho ser o melhor expoente do que é o Pantera a um incauto. Junta tudo: instrumental primoroso, riffs pesados e criativos, letra boa, vocal rasgado... etc. Enfim, se você não se apaixonar pelos caras de Arlington depois dessa... olha, nem sei o que dizer. A cereja do bolo é o fim, quando o compasso aumenta e o bumbo de Vinnie Paul ruge como uma máquina junto com o baixo e a guitarra palhetados à grande velocidade.

Bom som, boa banda - que de tanto que já ouvi peguei bode. Mas Pantera é especial, e para certificar-se disso, clique aqui.

domingo, 6 de novembro de 2011

Aos campeões



Um campeão. Méritos? Com certeza. Apesar de ter uma moto que poderia ser classificada como de “outro planeta”, Casey Stoner provou em 2011 o grande piloto que sempre foi. Um cara com um estilo arrojado de condução, mas sempre muito seguro no ritmo de prova; e esta foi a tônica de seu título em 2011 – assim como em 2007 também.

Mas mais do que isso, o “Aussie” foi campeão como forasteiro numa terra de Dani Pedrosa e Andrea Dovizioso. Um estava lá desde 2006, quando subiu como queridinho e bicampeão das 250cc. O outro, sem o mesmo sucesso do espanhol, estava lá desde 2009; mas já ganhara corrida pela equipe de fábrica. Casey chegou avassalador tomando a frente do time já na primeira prova no Catar. Depois disso, teve uma ajudinha de Simoncelli, que tirou Pedrosa de três provas depois de um acidente na França, do inexpressivo Dovizioso - que não venceu sequer uma prova -, e de sua moto, muito superior às Yamaha’s de Jorge Lorenzo e Ben Spies.

Depois do acidente de Lorenzo na última volta do Warm-up em Phillip Island, que o tirou das duas últimas provas, o título para Casey virou questão de tempo literalmente – horas, no caso. Mesmo com tudo ganho, Stoner provou seu valor mantendo sua hegemonia na Austrália (que dura desde 2007) e conquistando de forma memorável o GP de Valência por 15 milésimos em cima do americano Spies.

Enfim, um campeonato que, mesmo com seus “poréns” de superioridade de equipamento, está nas melhores mãos.

O mesmo já não se pode dizer de Stefan Bradl na Moto2. O alemão começou a temporada muito forte, ganhando quatro das seis primeiras provas – suas únicas vitórias no ano. A partir daí, quem dominou o ano foi o (certamente) futuro multicampeão da MotoGP, Marc Márquez. Ganhou sete corridas e acabou por não ser campeão por três motivos.

O primeiro: Demorou um pouco a se adaptar à Moto2 no início do ano (algo normal). O segundo: Este acidente nos treinos livres (do qual dispõe 110% de culpa) para o GP da Austrália com o tailandês Ratthapark Wilairot, que fez com que fosse adicionado ao tempo de classificação do espanhol um minuto e, por consequencia, largasse de último. Embora tenha sido terceiro no fim das contas, viu Bradl recuperar a liderança ao fim da prova, em segundo. O terceiro (e mais importante e revoltante): No primeiro treino livre para o GP da Malásia, quando na volta de instalação os fiscais não informaram por meio das bandeiras as condições na curva 10, que se encontrava molhada. Márquez caiu, quebrou a mão e perdeu as duas últimas corridas por, além da contusão, estar enxergando dobrado com o olho direito.

Não fossem esses três motivos, Stefan Bradl não se sagraria o segundo campeão da história da Moto2. Teve enorme dificuldade em reagir quando pressionado por Márquez, e cometeu erros bobos, como, por exemplo, a queda na terceira volta do GP de Valência – o qual correu já como campeão. Para Márquez, o ano que vem virá com uma obrigação. Depois de seu 2011, todas as expectativas são de que o espanhol conquiste facilmente o título da Moto2. Qualquer resultado que não este, será tido como um fracasso, depois de sua belíssima reação nessa temporada.

Não acompanhei bem o último ano das 125cc, por isso não direi nada. Só a lamentar o fato de que não ouviremos mais o "motorzinho" dois tempos em corridas top. Fará falta...


Um bom ano? É... Deu pro gasto. Mas no fim das contas o que marcou foi mesmo a promessa e arrojo de Super Sic, culminando na tragédia de duas semanas atrás. Realmente uma pena, ao olharmos para trás daqui em diante, vermos essa marca negra em 2011.

Atualização: Vídeo da volta das três categorias juntas. Uma homenagem que diz bastante sobre o quanto Marco representava para o circo das duas rodas.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.9)


Sexta do disco Cowboys From Hell - Domination - é um dos exemplos que melhor ilustram o como o Pantera pode ser bruto e poderoso. Clima denso, riffs pesados e, claro, harmônicos. Mas digo tudo isso sem me referir ao fim do som, logo após o solo. Aquilo sim separa os homens do meninos. Enfim, é uma tarefa árdua colocar apenas dez músicas nesse quadro... acho que seria uma injustiça não conter essa em qualquer que fosse a coletânia; portanto, aí está.

Aproveitem-na.