quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Super Sic... rash"


Cinco batidas em sete corridas. Número assustador. Mas não é só isso que o italiano Marco Simoncelli colecionou neste primeiro semestre de 2011. Junto a essas batidas, há também pilotos descontentes com seu estilo de guiar. O maior deles é Jorge Lorenzo - que inclusive estrelou ao lado de Marco uma briga, graças a um toque envolvendo os dois em Valência no ano passado. Tudo a frente da imprensa mundial numa coletiva antes do GP de Portugal - no qual Simoncelli caiu, inclusive.

O talento de Simoncelli é inquestionável. Já são duas poles nas últimas três provas - e com uma equipe satélite, que não ganha corridas desde 2006. Em contrapartida, o italiano não conseguiu converter esses bons resultados nos treinos em boas corridas; Marco sequer chegou a um pódio e caiu na liderança do GP da Espanha. Seu melhor resultado são dois quinto lugares: no noturno GP do Catar e na França - o que inclusive o faz ocupar apenas a 10ª posição no campeonato com 39 pontos.

Não bastasse, ainda fez inimigos. Além de Lorenzo, Dani Pedrosa (que foi tirado da luta pelo campeonato por uma contusão na clavícula esquerda depois de um acidente com o italiano na França), Hector Barberá (que reclamou a seu respeito pelo Twitter), Casey Stoner e o antigo rival Andrea Dovizioso. É até plausível dizer que Marco esteja estragando uma possível briga bonita pelo título desse ano, já que tirou Pedrosa de combate por três provas, e na última corrida, na Holanda, bateu em Lorenzo na quinta curva após a largada.

Pior, Simoncelli está desperdiçando talvez o momento de maior ascensão de sua carreira na MotoGP. Jogando fora boas performances e criando má fama no meio. Além do que, um bom 2011 de Simoncelli poderia colocá-lo, porque não, no lugar do até agora inexpressivo Dovizioso na equipe de fábrica da Honda.

Ainda há muito pra acontecer nessa temporada, mas se “Super Sic” não tomar cuidado pode marcar sua carreira por muito tempo com esse estilo agressivo demais. Para o campeão de 2008 das 250cc, é hora de usar sua velocidade e seu arrojo naturais a conta gotas, para não estragar suas corridas e não prejudicar os outros nas próximas provas.

Próxima que, por coincidência, é o GP da Itália, em Mugello. Com Rossi lutando com uma Ducati ainda desajustada e estando Marco a bordo da grande moto do momento - a Honda - é uma boa hora para espantar de vez as criticas... ou então se afundar nelas, fazendo o que tem feito. Está aí a primeira prova de fogo para o possível sucessor de Valentino Rossi - que, diga-se, também começou na 500cc dessa maneira frenética.

domingo, 26 de junho de 2011

Mais do mesmo

**

Dá pra falar alguma coisa do GP da Europa? Dá até. Que foi uma corrida (muitíssimo) abaixo das expectativas. Que nem asas móveis foram suficientes para fazer de Valência um circuito digno de receber a F1. Que Vettel continua soberano e deixando claro que está num patamar técnico muito mais alto que os demais neste ano. Portanto, mais do mesmo.

Alonso num sólido segundo lugar, Webber a míngua num terceiro que deixou muito a desejar. Hamilton fez o que deu em quarto, Massa um pouco abaixo do esperado em quinto e Button num apagado e problemático sexto. Nada muito mais a acrescentar depois de dito isso. Destaque, claro, para Alonso que compensa o carro ruim da Ferrari com grandes atuações. Entre os primeiros, o único a vencer o incomum caminho das pedras de hoje: Ultrapassar nas zonas de ultrapassagem.

Aliás, aproveitando o gancho, gostaria de expressar minha indignação com a curva 10 (acho que até mais, a seção 8-10) do circuito espanhol. Matava todas as chances de ultrapassagens nas duas retas subseqüentes. Era interessante ver como o piloto de trás sempre chegava perto durante a volta e perdia todo o contato no momento da retomada de velocidade na travada 10, a curva logo adiante da ponte bonitinha e ordinária. Uma questão básica de lógica: Quem acelera primeiro, sai mais rápido e abre vantagem. Simples, porém não dominada por Seu Tilke.

Faço aqui por fim uma menção muito honrosa a Jaime Alguersuari. Correndo em casa, saindo de 18º e sob (muita) pressão interna, conseguiu “achar” em Valência um deslumbrante oitavo lugar que o deixa empatado com Buemi no campeonato de pilotos. Um grande resultado num momento mais do que oportuno. Vai ser uma briga interessante até (se chegar) o fim do ano.

Hoje o post saiu mais curto. Acho que esse GP não merece mais do que isso. Vai entrar na história sendo uma das três corridas de F1 que não tiveram abandonos, ao lado de Holanda 1961 e o recente GP da Itália de 2005. Mas que isso não seja tido como uma evolução do mundo da F1, pelo contrário (à parte a confiabilidade dos carros). Tem-se aí camuflado um retrocesso. Ser uma categoria que vende cada vez mais eventos do que corridas de verdade a seus espectadores. Tudo a troco de grana. Infelizmente corridas decentes e este circuito de Valência são coisas que não andam nem nunca andarão juntas. Mais do mesmo.

Por sinal, corrida... teve isso hoje? Esteve mais para desfile à beira mar.

**Foto meramente ilustrativa.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

De Campeão


Ultimamente temos usado bastante o termo “Corrida de Campeão”, graças ao show que deu Jenson Button no Canadá. O GP da Europa tem em seu passado uma corrida parecida; logicamente não igual, dadas as circunstâncias da corrida em Montreal, mas semelhante no que diz respeito a uma atuação extraordinária em circunstâncias adversas.

Em 1995 a F1 voltava a Nurburgring para o GP da Europa depois de um hiato de 10 anos sem corridas no circuito alemão. Quem dominava a temporada até ali era também um alemão que ia atrás de seu bi-campeonato, Michael Schumacher. O alemão poderia ser segundo em todas as quatro corridas até o fim da temporada que não perderia o título para o inglês Damon Hill, que, mesmo se as ganhasse, ficaria ainda um ponto atrás de Michael. Porém, no Box da Williams quem brilhava àquela altura era Coulthard, que cravava a terceira pole seguida e vinha de vitória em Portugal.

O domingo começou já agitado. As condições não eram próprias para a realização do warm-up. Uma neblina densa atrasou a sessão em 35 minutos.

Depois, ainda antes da largada, na volta de instalação, Coulthard rodou e deixou seu carro apagar. Pulou no reserva de Hill. Com a pista molhada secando gradativamente, Alesi, largando em sexto, resolveu partir de pneus slicks apostando que o trilho já existente fosse suficiente para os pneus lisos. Estava certo. Poucas voltas após a largada os primeiros colocados foram obrigados a ir aos boxes trocar os intermediários por pneus slicks.

Assim, o francês abriu uma vantagem de mais de 20 segundos para Coulthard, Schumacher e Hill. Schumacher segurava bravamente a posição de Damon, que chegou a passá-lo, mas num descuido um pouco mais adiante, acabou perdendo novamente para o alemão. Uma volta depois os dois se tocaram, quando Hill tentou passar Schummy por fora na curva 8. Ambos seguiram, porém começavam a chegar em Coulthard, que sofria com a falta de equilíbrio do carro reserva de Hill. Schumacher rapidamente, aproveitando-se de retardatários, fez a ultrapassagem na chicane. Pouco depois o escocês cederia sua posição para Hill.

Na metade da prova, Alesi entrava para fazer sua única parada nos boxes. Voltou perto de Hill, que andava sozinho na pista depois que Schumacher entrara no Box. Na afobação, o inglês, tentando a qualquer custo uma ultrapassagem, foi trancado pela Ferrari 27 na curva 8. Resultado, spoiler quebrado.

Mas quem começava a chamar a atenção era Schumacher. Seu ritmo era fantástico depois de sua última de três paradas há 15 voltas do fim. Saiu dos boxes a mais de 22 segundos de Alesi e tirava vertiginosamente mais de dois segundos por volta. Enquanto isso, Hill entregava praticamente o campeonato a Schumacher com um erro, novamente, na curva 8. Com isso, se Schumacher vencesse, precisaria de apenas mais três pontos nas três ultimas provas; no entanto, Alesi ainda estava a mais de 12 segundos à frente.

Mas por pouco tempo. Schumacher batia volta mais rápida atrás de volta mais rápida. Para facilitar o trabalho do alemão, Alesi errou a seis voltas do fim a chicane que ironicamente teve ajuda de Schumacher no desenho, lá se iam cinco segundos. A quatro voltas não existia mais diferença. Alesi negociava ultrapassagens difíceis em retardatários. Schumacher esperava a hora do bote, que ocorreu certeiro uma volta depois. Melhor do que eu contar é você ver:

Depois da manobra magnífica, Schumacher ganhou aquela que pode ser considerada uma de suas melhores vitórias na carreira. Constante e soberbo, o alemão colocava uma mão na taça depois de exímia atuação no GP da Europa.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Plág... ops, inspiração [4]



Outro caso envolvendo introduções instrumentais. Primeiro, o clássico do AC/DC, Highway to Hell, lançado em um disco de mesmo nome no ano de 1979. A segunda é Hell on Wheels, do primeiro disco solo de Bruce Dickinson lançado em 1990.

Com nomes já de certa forma parecidos, é só ouvir para constatar se há ou não um outro caso de "inspiração", digamos, duvidosa. Bem cara de pau, diria.

sábado, 18 de junho de 2011

Vida extra?


No início do ano, disse aqui quando Liuzzi comprou seu lugar na Hispania, que a equipe espanhola teria um ano de luta ferrenha. Os dois grandes adversários eram: 1. A regra dos 107% - que pode se dizer que tenha sido ressuscitada unicamente para limpar o grid dos carros “Hispânicos”. 2. A própria sobrevivência financeira - já que no tragicômico estilo “anuncie aqui” a equipe lançou o carro de 2011, depois de perder, por falta de pagamento, uma possível parceria com a Toyota no fim de 2010.

Fato é que ambos os carros não conseguiram tempo abaixo do limite de sete por cento na Austrália. Por sinal, até ficaram longe de tal feito. Liuzzi, pra se ter uma idéia, registrou tempo pela primeira vez no fim de semana durante a classificação; e ficou a 0.766s da marca mínima. Já Karthikeyan, foi bem pior. Ficou a homéricos 3.027s do tempo. Ali estava dada a extrema-unção ao time espanhol, que parecia trilhar um caminho similar pelo qual passou a Forti Corse nos anos 90, que faliu antes mesmo completar o segundo ano na F1.

No entanto, a coisa surpreendentemente passou a melhorar a partir dali. O time jamais ficou de novo acima do tempo regulamentar dos 107%, e vem de dois treinos classificatórios seguidos (Mônaco ambos os carros tiveram problemas e não foram à pista) desbancando pelo menos um dos carros da Virgin. Na Espanha, inclusive, ambos bateram Jérome d’Ambrosio.

Já no Canadá, conseguiram ótimos 13º e 14º lugares na bandeirada final, depois de uma forte disputa com as Virgin’s e Trulli nas últimas voltas (Veja o fim da prova e preste atenção nos carros cruzando a linha antes de Button). Inclusive, durante a disputa, Karthikeyan teria sido levado a cortar a última chicane (acredito eu na penúltima volta, já que os carros cruzam a linha muito juntos), e foi punido com 20s pela direção após a prova caindo para o mesmo 17º que conseguira em Mônaco, seu melhor resultado no ano.

Mesmo assim uma coisa já é fato. A evolução da Hispania vai deixando de ser esboço e se tornando uma realidade. Logicamente é cedo para dizer se essa curva acentuada no desempenho dos carros é algo que vem pra ficar, ou apenas um legitimo vôo de galinha. Mas é algo digno de nota da minha parte, que critiquei tanto o romeno Colin Kolles dizendo não ser um homem compromissado com o esporte desde que apareceu como diretor da Jordan em 2005.

Uma coisa ainda é verdade, seus carros sempre lutaram pra não serem os últimos. Quem sabe essa não seja a hora de dar uma virada nessa estatística. É (muito) difícil, mas pra quem passou de morto-vivo a penúltima força do mundial em menos de meia temporada, nada impossível; até pelo "otimismo" da equipe. E, particularmente, acompanharei com bons olhos a equipe nesta batalha.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Slayer - 09/06/2011

Fazia tempo que eu não ia a um show. Precisamente desde Outubro de 2010, quando Rush veio dar o ar da graça por estas bandas tupiniquins paulistas. De lá pra cá gostaria de ter ido a alguns, mas por uma fase de mudanças e de um extrato bancário curto tive que me contentar em mirar um espetáculo à distância. Quinta-Feira passada tive minha espera recompensada.

Diziam que ir a um show do Slayer seria uma experiência intensa. O dia do show talvez tenha sido o dia que eu menos estava a fim de passar por esse nível de intensidade. Mas foi ouvir pela primeira vez a guitarra berrante de Kerry King que me fez voltar ao espírito de um adolescente de 16 anos que sabe de cor todas as letras da banda da qual é fã. Mais do que isso, foi aguentar World Painted Blood e Hate Worldwide em seguida, minhas músicas favoritas do último álbum lançado pela banda.

Mas tudo isso pouco representou ao ocorrido durante War Ensemble, terceira música. No finzinho do solo os amplificadores pararam. Uma situação muito estranha dado que os músicos continuaram tocando normalmente seus instrumentos. Mas falo que esse foi um dos momentos mais especiais que vivi durante um show na minha vida, cantar uma música a capela, só com a bateria de Dave Lombardo a preencher o vazio do som.

Nesse ponto deu pra perceber o quão grande é a habilidade do baterista cubano, já idolatrado por esse que vos escreve muito antes de ter o privilégio de vê-lo ao vivo. A música continuou com boa parte platéia cantando. Pela falha nos P.A.’s, memorável.

Vê-los executar a frenética Dittohead na minha frente foi absolutamente fantástico. Acho essa uma das músicas mais enérgicas, críticas e bem feitas - embora (embora?!) muito rápida – do metal em todos os tempos. De fato não tem a representatividade que merecia. Mesmo assim me considero um cara de sorte em tê-la ouvido.

No entanto o show guardava surpresas tão agradáveis quanto as já relatadas. A “amorosa” Dead Skin Mask, The Antichrist (minha favorita do primeiro álbum) e Mandatory Suicide, com a melhor intro da história da banda.

Seguidas que foram de Chemical Warfare e, ela, Seasons in the Abyss. A música e o disco que me fizeram ver diferente a banda californiana em questão. Tudo perfeito. A única ponta solta, que me permitam reclamar, é a alteração dos solos originais ao vivo. Sei que é praxe, mas, nesse caso, mudar uma nota que seja do que foi tocado no disco é uma heresia enorme. Mas estão perdoados... têm muito crédito.

O bis (Pra mim não tinha tido bis...) veio matador, começando por South of Heaven, passando por Raining Blood e Black Magic coladinhas, e terminando em Angel of Death, que nos deu ao seu final o saboroso gostinho de “quero mais”, apesar das pernas, cabeça e braços gritarem por uma cama quente e macia.

Pessoalmente não estava muito bem para ver o show, como disse no início. Mas é impressionante como nossas paixões liberam sentimentos profundos e esquecidos por nós em momentos de stress. Taí, saí do show de alma renovada e de cabeça limpa depois de um dia cheio. Foi por isso que valeu a pena ter ido. É por isso que vale a pena viver e não ter medo de gostar do que gosto por possíveis represálias.

Podem não entender o significado desse desabafo... mas entendam que valeu muito ter esperado tanto tempo para ir a um show novamente!

domingo, 12 de junho de 2011

Assim, nunca mais

Faltam palavras pra descrever o que foi esse Grande Prêmio do Canadá de 2011. Falta a certeza de que isso aconteceu mesmo, de que não era um filme ou um sonho; dado o nível de imponderabilidade do que assistimos hoje em Montreal. Button havia sido atirado ao 21º lugar na volta 37, quando colidiu com a Ferrari de Alonso e voltou para os pits com o pneu dianteiro esquerdo furado. Naquele ritmo vagaroso, naquele fim de volta... Quem poderia imaginar tamanha volta por cima em menos de meio GP? E de um cara como Button, reconhecidamente um piloto menos ousado do que a média?

Button foi magnífico. Soube a hora certa de atacar e poupar pneus no fim. E, heroicamente, passou todos os carros que se encontravam à sua frente, para vencer uma das melhores corridas da história - já recheada de bons momentos - da F1 (A mais eclética, pelo menos, ela foi).

As lembranças do toque com Hamilton no início são apenas memórias distantes, mas a corrida de “nosso herói” poderia ter parado lá, bisonhamente, naquele “fogo amigo”. Não parou. Era pra ser assim. Era para Jenson bater em Alonso. Era para voltar em 21º. Era para chegar ao quarto lugar, na pista e com maestria. Era para correr um grande risco durante as voltas finais na disputa com Webber e Schumacher. Era pra ter guardado bem os pneus e virar dois segundos mais rápido do que Vettel nas quatro últimas voltas. Era pra pressionar... ver errar. Era pra vencer. Destino; por mais irritantemente poético que isso possa soar (sim, me irritou pensar assim... vejo automobilismo de outra maneira).

O resto seria resto, não fosse uma corrida de F1. Schumacher lembrou seus melhores momentos na carreira, com uma pilotagem digna do monstro sagrado que foi um dia. Na chuva, hora de mostrar habilidade, um dos mais rápidos. Quando secou, virou abóbora; e seria presa fácil para Webber, não fosse sua pilotagem defensiva brilhante. Michael foi bravo como de costume, mas teve que se contentar no fim das contas com o quarto lugar. Pouco para quem fez tanto (se uma ultrapassagem dupla servir pra você). Merecia um troféu hoje.

Kobayashi, outro gigante - era segundo no momento em que foi dada a bandeira vermelha -, acabou sucumbindo ao piso que secava aos poucos. Ficou com um - porque não - bom sétimo lugar, em uma chegada no “photo chart” com Felipe Massa, que poderia ter ido ao pódio se soubesse andar no molhado.

E a chuva! Sempre ela a dar graça às provas, hoje veio forte demais. Uma parada de mais de duas horas para esfriar os ânimos, mas que culminou numa corrida memorável da qual falaremos por muito tempo.

Faço minhas as palavras de Eddie Jordan no fim da transmissão britânica da corrida (Pois é, com uma partida de futebol SUUUPER importante, fui obrigado a procurar um stream). “Quem mais ganhou com essa corrida não foi Vettel, que viu sua diferença no campeonato aumentar de 48 para 60 pontos; foi a Fórmula 1.” E, por tabela, nós também, que sempre assistimos e acreditamos em um bom espetáculo; ganhamos, sim! Hoje, mesmo com todos os problemas e transtornos, tivemos uma corrida absolutamente perfeita e sem precedentes na história da F1... algo único.

E quer saber... igual ou parecido com isso, acho que nunca mais. Quatro horas, quatro minutos, trinta e nove segundos e quinhentos e trinta e sete milésimos inesquecíveis.

sábado, 11 de junho de 2011

Hoje sim... Hoje não


Vou mandar um e-mail a FIA. Nele, vou propor que só 23 carros participem dos treinos classificatórios; Vettel à parte, na pole. Impressionante ver, mesmo depois de uma batida e de ter perdido metade de um treino ontem, o alemão colocar mais uma vez a Red Bull em primeiro lugar no grid. Já não tem mais graça. Em Montreal tínhamos a esperança das Ferrari’s, e Sebastian, com até certa facilidade, apagou tudo em voltas magistrais.

O “porém” fica pela corrida. Vettel colocou cerca de dois décimos nas Ferrari’s, e como os carros de Maranello costumam crescer em ritmo de prova - e em Montreal há vários pontos de ultrapassagem - o alemão, mesmo com a pole, está longe de ter colocado uma mão e quatro dedos na taça como algumas vezes nesse ano. A possível chuva pode atrapalhar/embaralhar mais ainda.

Mas falando das Ferrari’s, um bom ritmo de ambos os carros. Massa se colocando muito próximo de Alonso. Como o último setor parece ser o ponto fraco da performance, se chover quem mais ganha em termos técnicos são eles. Melhor chance de vitória da equipe nesse ano.

McLaren decepcionou. Hamilton vai saber pela primeira vez como é largar em um GP do Canadá fora da pole position. Já Button começou até que bem, mas no fim acabou ficando com um resultado modesto. Quinto e sétimo. Mas nada como um dia após o outro, e os ingleses já provaram que são bons pilotos no molhado (claro, se chover).

Webber vai mantendo o ano melancólico, opaco e apático. Um quarto lugar sem sequer fazer sombra aos três primeiros. Não dá pra esperar muito de Mark não; que é, na minha opinião, o maior fracasso e o maior mistério de 2011. Simplesmente a meio segundo de Vettel. Tempo demais.

No mais, as Mercedes comendo pelas beiradas costumeiramente, a Renault que parece ter espantado os fantasmas de Monte Carlo e Pastor Maldonado em 12º; classificação digna de nota, já que Barrichello foi apenas o 16º.

Mas com certeza as maiores decepções do meio do bolo nesse ano são Sutil e Alguersuari. Um vai perdendo de goleada de um estreante (talentosíssimo, mas estreante) e o outro vai dando cada vez mais a impressão de que será ejetado da Toro Rosso antes do fim do ano.

Pra corrida não dá pra prever nada, começando pela previsão do tempo. O site da F1 tem uma tradição muito significativa de errá-las feio. A previsão para hoje era chuva, não veio. Amanhã a previsão é maior, e é impossível, ante a este teclado, dizer se irão acertar ou não. As equipes trabalham com a mesma previsão, o que dá um pouco mais de credibilidade à informação, mas, como sempre, só vendo.

E terminando pela corrida em si. Com tempos tão embolados no meio do grid e uma vantagem pequena de Vettel para o resto, é esperar pra ver. Não me arriscarei a nada maior do que já disse neste post. Só digo uma coisa: Com chuva ou não, eu que não perco essa corrida por nada.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"The Wall of Champions"


Chegamos ao GP do Canadá. Um dos mais belos circuitos da temporada e que normalmente sempre promove uma das melhores corridas do ano. Porém, quando falamos da corrida em Montreal, há sempre, ano a ano, uma dúvida que persiste. Afinal, por que o muro da entrada da reta dos boxes é chamado de “muro dos campeões”? O que houve lá para que ele tivesse esse nome? Ele é um desafio tão grande assim?

Depois dos acidentes graves em Ímola no ano de 1994, foi feita, logo após o hairpin, uma horrorosa chicane de cones com a finalidade de diminuir a velocidade dos carros nas duas curvas rápidas que antecediam o retão (Ver disputa Senna x Alesi em 1993) que levava à última chicane da pista canadense. Para que com essa alteração a pista não ficasse lenta demais, os organizadores tiraram na entrada da reta dos boxes a grama que separava a pista do muro, fazendo ali uma mini-área de escape para que os pilotos pudessem sair mais velozes desta chicane. Nascia o muro dos campeões, ainda sem nome.

Com outra reforma, em 1996, seriam tiradas as duas curvas de alta velocidade depois do hairpin, juntamente a chicane de cones. Assim, criou-se a maior reta da pista com velocidade final em torno dos 320 km/h. Desde essa mudança virou costumeiro ver os carros chegando muito perto e até, algumas vezes, tocando na parede da entrada da reta. Em outras palavras, ali, em 1996, se criou o monstro.

O tempo passaria. Três anos precisamente. Em 1999 aconteceu a corrida que daria fama e nome ao muro. Depois de uma largada conturbada, o Safety Car entrou na pista para ficar apenas uma volta. Com sua saída na segunda volta, a corrida enfim começaria. Uma volta depois, Ricardo Zonta, campeão do FIA GT em 1998, voltando de três corridas em recuperação após um acidente no Brasil, sairia de traseira com seu B.A.R. e acertaria o muro no início da reta dos boxes. Safety Car de novo.

Mais 12 voltas e Damon Hill, campeão de F1 em 1996, de forma muito parecida com Zonta, escorregaria e tocaria a roda traseira direita de sua Jordan no muro. Corrida encerrada para o inglês também, que conseguiu tirar seu carro da posição perigosa.

Enquanto e depois disso, o líder Michael Schumacher era pressionado à distância por Mika Hakkinen. A diferença não passava dos quatro segundos e Mika começava a ser mais rápido que o alemão. Foi quando, na volta 29, Schummy errou a entrada da chicane que dava acesso à reta dos boxes. A estampada do até ali bi-campeão mundial (1994-95), seria a mais forte dentre as de Zonta e Hill, porém um eficiente serviço de fiscais impediria outra entrada do Safety Car.

Cinco voltas mais tarde seria a vez da segunda B.A.R., a do campeão de 1997, Jacques Villeneuve, menino da terra, ter o acidente mais forte do dia no muro da entrada da reta e finalmente encerrar a lista dos campeões parados naquele 13 de junho de 1999 pela parede tão astuta quanto estática no circuito Gilles Villeneuve.

Ao fim da corrida, ambos culparam a poeira na segunda perna da chicane. Porém estava feito, o local foi imortalizado, "the wall of champions"; graças às contribuições de Zonta, Hill, Schumacher e Villeneuve durante a prova.

O muro ainda está lá. Em 2002 foi afastado da pista e ganhou uma proteção de pneus. Mas nada que o impedisse de fazer outras vítimas em corridas e treinos nos anos seguintes, como se pode ver neste vídeo:

Quem se habilitaria a manter a série nesse ano?

terça-feira, 7 de junho de 2011

Plág... ops, inspiração [3]




Metallica compôs Welcome Home (Sanitarium). Som bonito. Uma das melhores baladinhas da banda em questão, que tem inegável imensa capacidade de fazer belas músicas lentas. Master of Puppets, o CD, foi lançado em 1986, e é uma das melhores amostras de como Heavy Metal pode se tornar uma paixão pessoal (quem disse fui eu).

Eis que em 1998 o Savatage lança o disco The Wake of Magellan. No álbum normal, nenhum problema. O problema se encontrava na versão americana do disco, que continha mais três faixas, entre elas, Stay. Atente ao início das duas canções e tente encontrar alguma semelhança.

sábado, 4 de junho de 2011

OFF: I have a Fisichella's cap.


Muito bem, galerinha! Finalmente hoje recebi o boné que tanto falei a vocês. Um boné dele, Giancarlo Fisichella, oferecido a mim pelo Felipe Motta; que todos vocês devem saber, é repórter de Fórmula 1 da rádio Jovem Pan. Nunca é demais dizer que ganhei o boné porque fiz 18 pontos no quiz de seu programa, o Superpole, no ano passado.

Fui aos estúdios da Jovem Pan no início deste ano para ver como é feito o programa e entrevistá-lo para o blog. Já hoje, fui apenas pegar o boné e trocar uma idéia mais informal; aprender um pouco com quem sabe e vê tudo o que vemos de lá de dentro. Foi bem legal. Por termos uma paixão em comum, a F1, a conversa rola numa fluidez muito bacana (às vezes impedida pelo nervosismo meu, é verdade, mas contornável), hoje foi assim. Felipe é muito gente fina, e de maneira descontraída contava tudo o que eu perguntava. Assuntos diversos sobre seu site, o TotalRace, e, claro, sobre o meio da F1.

Outro dia que jamais vou esquecer!

Enfim, está aí a foto do boné do Fisico dentro do estúdio de onde é irradiado o Fórmula Jovem Pan. Este será o selo de qualidade do blog a partir de hoje! E torçam por mim nesse ano de novo, ainda estou liderando o quiz.

Rumo a outro boné! Kobayashi? Quem sabe...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sheik


E o dinheiro vai ampliando seus domínios sobre o planeta terra. Tudo bem, não se vive sem ele, mas o apetite insaciável que tem Bernie Ecclestone por esses papeis verdinhos é algo a ser estudado, de fato.

Achei elogiável e, ao mesmo tempo, estranha a atitude de FOM e FIA ao adiar uma abertura de campeonato que gira tantos milhões de dólares. Vi positivamente, afinal de contas, a F1, que sempre teve orgulho em se manter alheia a todo e qualquer acontecimento global de grandes proporções (apartheid, copas do mundo...) durante sua existência, tinha finalmente se flexibilizado – forçadamente, é verdade – a uma causa que julgava ser maior do que ela. Uma guerra em eclosão.

Pelo jeito enganamo-nos. O povo do Bahrein continua a ser miserável e comandado por um ditador. Em pleno século XXI, num mundo globalizado, o povo barenita vive sob uma monarquia absolutista.Vive num lugar onde a renda é mal distribuída e vive também o “manjado” (sem intenção de minimizar com a palavra) conflito entre xiitas e sunitas, que inclusive deu o tom das questões militares do início do ano. E a F1, alheia a isso, vai voltar pra lá.

Não quero entrar nos meandros políticos, detesto política, aliás. Mas é impossível ficar de olhos fechados a este tipo de coisa. Segundo notícias veiculadas hoje, a prova do Bahrein dá à F1 um retorno de 40 milhões de dólares. O prazo original estipulado pela FIA para que fosse resolvida a questão militar no país encerrou-se no dia 1º do mês passado. Algo a fez voltar atrás... nem suspeito do que foi.

Será assim: Veremos dia 30 de Outubro um GP do Bahrein com arquibancadas cheias de “VIAIPIS” de todo mundo, pagando caro nas mordomias de um evento esportivo que ficará (se é que já não é desde 2004) descaracterizado, dado panorama. Mas, mais dinheiro entrará nos cofres dos cartolas, que é o que parece ser a prioridade no momento.

Convenhamos também que, esportivamente, o tilkódromo de Sakhir, em 7 GPs, não produziu nada de relevante à história da F1. Outro atenuante.

Sheiks. Eles têm a grana, e ditam um esporte cujos dirigentes parecem pertencer a seu harém. Tudo em nome de inflar as contas bancárias. É preciso rever essas prioridades...

Quanto a nós. Seremos comprados por isso?


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Plág... ops, inspiração [2]




Já viu uma banda plagiando ela mesma? E no mesmo CD ainda? É o que acontece aqui. Terceira e quinta faixas do disco State of Euphoria do Anthrax lançado em 1988. Make me Laugh e Who Cares Wins, respectivamente, têm em suas introduções riffs... que são simplesmente idênticos. Não tira o brilho dessas que são, juntas a Antisocial e Be All, End All, minhas favoritas neste álbum. Mas vem cá, precisava ser tão copy n' paste assim?