10 anos irão separar no ano que vem. Muito tempo. Nesse intervalo a Sauber perdeu o patrocínio fortíssimo da Red Bull, deixou de existir e voltou se não das cinzas sabe-se lá de onde, já que colocar um carro sem patrocínios para correr quebra as barreiras do sobrenatural e começa a parecer loucura dado mundo capitalista que se encontra a F1 atualmente.
Em 2001, 10 anos antes, a Sauber se reformulava totalmente. Contratava o campeão da F3000 em 1999, e piloto de uma das cadeiras elétricas azuis da Prost em 2000, Nick Heidfeld. Contratava também um jovem finlandês de 21 anos vindo da Fórmula Renault inglesa, Kimi Raikkonen. Contratação, essa última, que fora criticada exaustivamente pela imprensa, por técnicos, pilotos e até pelo presidente da FIA, Max Mosley, na pré temporada, já que Raikkonen havia feito apenas 23 corridas de monoposto na vida até ali. Mas para Peter Sauber, tudo valia para não repetir o desastre de 2000, quando o time viveu uma temporada horrível com apenas 6 pontos no ano, todos conquistados por Mika Salo.
E foi também com um forte patrocínio novo, o banco Credit Suisse, que o time suíço chegou a Melbourne com a missão de provar a todos que seu investimento (ou a falta dele) numa dupla de pilotos a ser lapidada durante o ano a fora seria uma boa idéia.
O resultado de imediato foi sensível. Já na Austrália, Heidfeld e Raikkonen pontuariam em 4º e 6º respectivamente. No Brasil, 3ª prova, Heidfeld conseguiria seu primeiro pódio da carreira, 3º, com o time que não subia ao pódio desde o GP da Bélgica em 1998. Raikkonen também silenciou seus críticos com os notáveis 4º lugares na Áustria e no Canadá.
Dessa forma o time de Hinwill cravou sua melhor temporada, desde sua entrada na F1 em 1993, com 21 pontos. Escrita que só seria quebrada em 2004, porém com o sistema de pontos vigente em 2001, (apenas 6, e não 8 pontuando) os 34 pontos feitos no ano teriam sido apenas 12. Ou seja, 2001 é a melhor temporada da Sauber até hoje.
Em 2011, 10 anos depois, os carros da Sauber serão dirigidos pelo japonês Kamui Kobayashi, com praticamente um ano de F1 na bagagem, a lá Nick Heidfeld, e o mexicano Sergio Pérez, vice da GP2 nesse ano, que terá completado 21 anos cerca de um mês e meio antes da estréia, jovem como Kimi Raikkonen. Além claro do patrocínio forte, a mexicana telecomunicadora Telmex, como a Credit Suisse em 2001.
As semelhanças são visíveis, valendo a pena mencionar o nome de James Key, ex-engenheiro da Force India, que chegou à Sauber
Poderia ser a história se repetindo? Difícil dizer. Mas da astúcia de Peter Sauber não devemos duvidar.
E se você leu esse texto até o fim e é do tipo que curte fazer bolões de F1, acredito que eu já tenha preenchido pra você a lacuna antecedida por “Revelação do ano” no ano que vem.
3 comentários:
Rapaz, esse seu post tá parecendo as colunas do André Jung, que sempre levanta um assunto que pouca gente se lembra.
Parabéns.
A propósito, muito boa a sacada da foto no título do seu Blog!
Brigadão cara! Valeu mesmo!
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