A verdade é que há muito tempo tenho desencanado de ir atrás de ingressos para o GP do Brasil. Primeiro pelo valor, mas, principalmente, pelo custo-benefício.
Enfim. Mas aconteceu, acreditem ou não. Misteriosamente na quinta à noite soube da possibilidade pela mãe de um amigo. No outro dia tudo virou certeza. Já começava a me planejar, quando soube de outro dado que guinaria o rumo da experiência para uma via nunca d’antes imaginada. Sim, conseguimos - eu e meu amigo - lugares na arquibancada... mas não numa arquibancada comum, num setor plebéio (tomara que exista a palavra). Fomos simplesmente convidados à área VIP do Santander localizada na Curva do Café (identifique na TV como sendo a primeira arquibancada da reta após a Junção; de cor predominantemente vermelha).
Como ia dizendo, acordamos às seis e nos preparamos. Chegamos ao ponto de encontro combinado pela organização quase oito horas da manhã. Depois de alguns desencontros, guardas mal-humorados, números de RG e nomes na lista não encontrados facilmente e, por conseqüência, quase uma parada cardíaca, acabou dando tudo certo. Mas antes de pegar nossa van até o autódromo, tínhamos que nos vestir a caráter. Deram-nos kits com camiseta oficial (especialmente feita para a ocasião) da Ferrari, boné do Santander, protetores auriculares e capas de chuva. Além, óbvio, dos ingressos.
Adentramos o autódromo umas quinze pras nove. Fomos de cara surpreendidos pela vista:
Víamos o circuito praticamente inteiro, salvo o fim da reta dos boxes e o “S” do Senna. Ainda incrédulos com a vista, descemos e fomos tomar o café da manhã oferecido pelo banco no refeitório da área VIP. Inocentemente, pensamos ter a necessidade de pagar pelo que consumiríamos. Chegamos a um cartaz que parecia ter o preço dos salgados... mas, quando vimos bem, nos certificamos de que os números ali escritos não faziam referência ao preço, e sim às calorias dos alimentos. Não entendendo bem aquilo ainda, perguntamos no balcão sobre a venda de fichas para trocar por alimentos. A mulher nos respondeu com uma frase tão singela quanto natural: “Não, não precisa. Me diga o que quer”. Pois bem, pão de batata, muffins e refrigerante para começar bem o dia.
Enquanto íamos comendo, fomos nos dando ao luxo de escolher os melhores lugares da fila superior da arquibancada. Lugares nos quais presenciaríamos o último treino da F1 em 2011. Escolhemos lugares estrategicamente posicionados ao lado de duas TVs de LCD, que presumíamos que fossem exibir o treino.
Pouco antes da sessão das 11 horas começar, percebemos que as TVs mostravam imagens da FOM, e não do Sportv. Ou seja, veríamos o treino sem os possíveis e costumeiros cortes na transmissão do “canal campeão” e, claro, não precisaríamos ficar vendo propagandas chatas da Nova Schin antes e durante o treino classificatório à tarde. Além também do Live Timing, passando na segunda das TVs, um pouco mais abaixo no nosso caso.
Minutos se arrastavam como horas, mas chegou. O primeiro treino livre foi iniciado por Kamui Kobayashi e sua Sauber. A sensação de vê-lo e ouvi-lo diminuindo para descer o lago foi indescritível. O som parecia vindo do PA do autódromo. Nos certificamos que aquilo era verdade quando o japonês passou pela Curva do Café. Me fez arrepiar cada fio dos meus pêlos do braço, algo que não sinto todo dia. Em suma, nos primeiros 20 minutos de treino nós mais demos risada olhando um pra cara do outro, pra pista e pros monitores do que de fato prestamos atenção no treino.
Utilizamos a sessão também para desenvolver a técnica de fotografar um carro a
Fim do treino, e almoço no mesmo esquema do café. Deu tempo de ir no banheiro e... ah, é, ia esquecendo. Havia também na área VIP o carro de 2010 da Ferrari. Deu pra tocar e ver tudo o que é detalhe pelo pequeno “cercadinho” que o delimitava.
Além da comida, o que ajudou a espera do treino classificatório ser menos arrastada foi a trilha sonora. O pessoal do circuito tocava coisas como isso, isso, isso, isso e isso. Não dava pra reclamar.
Pois bem. Falando do treino agora. Apesar da grande emoção sentida, consegui me controlar para ver bem a sessão. Bons treinos das Hispania’s, Rosberg (que estranhamente virou tempo pior no Q3 do que no Q2) Sutil e Bruno Senna – mesmo com a pilha que colocaram. Agora, para o brasileiro, é hora de largar bem para deixar essa boa impressão para o ano que vem.
Mas o grande destaque do dia não teve como ser outro. Sim, eu estive presente num dia histórico para a F1. O dia que um homem bateu o recorde de pole positions em um ano. Um recorde difícil de ser quebrado e que irão lembrar para sempre. Sebastian Vettel pode ter tirado a emoção deste dentre tantos outros treinos desse ano, mas serei eternamente grato a ele por ter feito deste dia mais memorável do que já era.
Fez-se história na F1, e eu estava lá. Algo que não tem preço (embora na minha posição não tivesse mesmo). Depois do treino fui aproveitar a transmissão da FOM, com volta mais rápida, entrevista e afins. Após tudo terminado, fomos aproveitar o comis e bebis ao lado do F10 do lado de fora.
Cerca de uma hora depois do fim do treino saía de Interlagos tendo como destino o trem há mais de 20 minutos de distância de onde me localizava. Back to reality. Longa caminhada, mas na memória recente um momento que eu tenho certeza absoluta que jamais vou esquecer.
Hail, F1. Hail, Interlagos.
2 comentários:
que irado cara, só não gostei da camisa, eu tomaria banho com alcool depois disso! hahahahahaha
você me deumais ovntade de assistir F1 ano que vem! preciso ir de qualquer jeito! hahahahaha
Parabéns. Que dia agradável. Inesquecível.
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