terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uma morte anunciada


Era o que temia quando fiz  este  post, em Agosto do ano passado. Hoje, enfim, aconteceu. Desde o post citado, muita água correu debaixo da ponte. Sutil recebeu “voz de prisão”, Kimi Raikkonen voltou e Grosjean renasceu para a F1. Todos esses acontecimentos culminaram numa nova disputa entre Bruno Senna e Rubens Barrichello por uma vaga na F1, assim como na Brawn em 2009.

Dessa vez, quem levou a melhor foi “primeiro sobrinho”, numa decisão que todos sabiam que seria mais financeira do que técnica.

Rubens, mesmo não conseguindo patrocínios fortes, não desistiu e continuou dando manchetes para esta “guerra perdida” desde o fim da temporada, ainda em 2011. Colocando preto no branco: Bruno tem o sobrenome Senna (o que gera um interesse financeiro óbvio) e um futuro pela frente, Rubinho nenhum dos dois.

Faltou esperteza a Rubinho e às pessoas ligadas à sua carreira? Talvez. Minha opinião é: Por Sutil ou por Senna, Rubens não ficaria na Williams pelos dois motivos (grana e futuro) que citei acima. Um fim feio para uma bela carreira e um piloto dos mais competentes da história da F1. Por ter aceitado o fardo de ser um novo Ayrton Senna e ter perdido popularidade com o povão do Brasil depois de insucessos, talvez a memória coletiva não vá lembrar de Barrichello com o respeito que deve – inclusive por esse fim de carreira também.

Isso realmente é uma pena. Mas não dá pra dizer que Rubinho não tenha sua parcela de culpa em tudo. Pagou pra ver, e agora está fora da F1. Mil vezes melhor ter reconhecido que tinha poucas possibilidades de permanecer no fim do ano passado, e ter feito uma despedida digna da F1 em Interlagos. Perdeu a chance. Paciência.

E, enfim. Não veremos em Melbourne, pela primeira vez desde o próprio GP da Austrália (mas este em Adelaide) em 1992, o nome Rubens Barrichello figurando no grafismo da FOM. E pensar que nunca vi uma corrida ao vivo sem esse nome... Fará falta, se fará.

Antes de terminar um post como esse, é meu dever relembrar o dia que Rubinho me arrepiou e quase me fez chorar na frente da TV. 30 de Julho de 2000, uma manhã fria e cinzenta de inverno, último dia de férias para mim, aluno da terceira série que nunca tinha visto uma vitória brasileira na F1. Ela viria da forma mais incomum imaginável. 18º no grid, um começo de prova fulminante, louco na pista, chuva, acidentes, Safety Car, e, claro, a coragem ao permanecer na pista de pneus secos com o estádio ensopado e a floresta seca.





Por essa, e por inúmeras outras. Valeu, Rubinho!!


3 comentários:

Marcelo Betioli disse...

Infelizmente a carreira de Rubinho como piloto de Fórmula 1 parece estar chegando ao fim. Será muito estranho não ter o nome dele no grid. É um ótimo piloto.

Abraços.

Luiz Henrique Pelizzari disse...

Como você disse no post, o "povão brasileiro" deixou de gostar dele, mas porque ligam apenas para vitórias, e deixam a história de lado. Mas independente de ele não ter conquistado um título mundial, ele é vitorioso.
Valeu Rubinho!!!

Abraços

Ron Groo disse...

Acho que não foi falta de esperteza não... É data de validade vencida já... Pro novo aparecer, o velho tem que ir aos poucos. Até ir de vez...