Cada vez mais a F1
restringe o uso da criatividade de seus engenheiros. Em 2009, foi
para supostamente “limpar o ar” da famigerada turbulência que
impedia ultrapassagens; extinguiram-se o excesso de apêndices aerodinâmicos, vulgo “penduricalhos”. Em
2010, foi o banimento definitivo do difusor duplo, depois de uma
temporada de muita politicagem em cima do tema. No ano passado, o grande
coelho na cartola dos projetistas para ganhar downforce na parte
traseira foi o difusor soprado, somado ao mapeamento insano dos
motores em classificações. Tudo posteriormente declarado ilegal.
Com todas essas
limitações, chegamos ao que vemos a olho nu nesses primeiros
testes. Carros com soluções praticamente idênticas, seja por
regulamento (os obrigatórios 55 e 62,5cm de altura na ponta do bico
e a partir do eixo, respectivamente) ou por política (algumas
equipes pediram autorização para usar chassis 2011, segundo diz Ross Brawn , ou seja, chassis com a frente naturalmente mais alta).
O fato é que isso
abriu o concurso de apelidos infames aos carros e reclamações
quanto aos “designs”. Pessoalmente, discordo da maioria. Acho os
carros de 2012 agressivos e até interessantes. A maioria dos
engenheiros que optaram pelo degrau no bico, não o chaparam à la
Ferrari, e harmonizaram um pouco as linhas de tal solução, como
Toro Rosso, Lotus, Caterham e Red Bull.
Vou me abster de
comentar aqui algo com link à engenharia. Não sou engenheiro, e
confesso ter poucos conhecimentos dessa parte técnica da F1. Mas o
que historicamente dá pra comprovar, é que pouquíssimas vezes
carros com layouts muito extravagantes foram realmente vencedores. Guardadas as devidas proporções, pode-se até citar o
McLaren de 2011 e sua entrada de ar em “L” aí. Nos primeiros
testes, ambos pilotos reclamavam da falta de grip do carro, fazendo
sempre tempos ruins. Tudo foi corrigido, mas fez, sabe-se lá quanto
terreno, os ingleses perderem para a Red Bull no início do ano. Não é demais dizer também que o time desistiu desse projeto para 2012.
Enfim, pré-temporada é
sempre um momento difícil para os espectadores da F1. Nunca se sabe
o que se levar a sério ou não. O que é possível, e fácil de
fazer, é comentar e cornetar os visuais, além de compará-los. Mas
no fim das contas, quando há uma mudança grande desse tipo, quando
todos escolhem seu modo de interpretar as regras (ainda que limitados), normalmente após
as primeiras corridas as coisas tendem a ir para um mesmo lado: Todos
copiam aquele que está vencendo. Vai ser assim em 2012 e nunca foi diferente.
Por ora, o negócio é
esperar pra ver.
Um comentário:
Estes carros parecem o Juca Chaves...
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