O GP da Bélgica de
1992 sempre foi e sempre será lembrado como a primeira vitória do
piloto que foi a máquina de quebrar recordes da F1 no início dos
anos 2000. O alemão - que conquistaria mais 90 corridas a partir
daquele dia - dispensa apresentações.
Porém, ao relembrar,
um fato que constantemente passa batido naquela prova é a condução
de Ayrton Senna. Se a McLaren na pista seca havia conseguido um
segundo lugar no grid com Ayrton, no “chove-pára” da prova, não
tinha ritmo que lhe permitisse andar com as Benetton's e Williams. O
início da corrida comprova isso. Senna, depois de assumir o primeiro
lugar na largada, foi caindo de posição e rendimento quanto mais
chovia na floresta das Ardenhas naquele dia.
Tentou se manter na
pista de pneus secos quando todos foram aos pits para trocar pelos de
chuva, torcendo pra que fosse apenas uma nuvem passageira. Não foi.
A trupe dos quatro e Mika Hakkinen de Lotus, calçados com os pneus
ideais, chegou em Ayrton rapidamente. Senna deu lição de pilotagem
defensiva. Segurou-os por quase três voltas completas de forma limpa
freando tarde e segurando o carro nas tangências.
Schumacher, dos cinco,
foi o que ficou mais tempo atrás de Ayrton. Uma volta completa.
Michael conseguiu se livrar de Senna quando o brasileiro patinou na
saída da segunda perna da curva Pouhou. Abaixo, um resumo da prova
que mostra bem.
Três anos depois o
alemão estava na posição de Senna. Sustentando uma posição
impossível no molhado contra Damon Hill de pneus de chuva em
Spa-Francorchamps pela liderança. A disputa é épica. Schumacher
faz aquilo que Senna lhe “mostrou” em 1992, mas com "toques" adicionais
de “belas” fechadas de porta durante a volta por diversas vezes. Uma volta e meia que valeu uma corrida, como disse Galvão
Bueno.
Não bastasse ter
seguido o exemplo de Ayrton em como segurar uma posição naquela
circunstância, Schumacher ainda usou do brasileiro para conquistar
aquela primeira vitória em 1992 também. Explico: Duas voltas antes
de ter feito o pit stop que lhe faria ter ganho a prova, Senna, que
acabara de trocar pneus (voltando aos slicks), voava nos segundo e
terceiros setores da pista. Schumacher, pressionado por Brundle,
cometeu um erro na Stavelot, saindo da pista. Foi a deixa.
Sabendo do ritmo de
Senna, o alemão do carro 19 foi aos pits e voltou voando nas duas
primeiras voltas, andando cerca de 10 segundos mais rápido que o
resto. O líder Mansell foi aos pits, e voltou cinco segundos atrás
de Schummy, em segundo. Até ensaiou uma recuperação, mas foi
derrubado pelo seu Renault V10 que, a quatro voltas do fim, começou
a falhar. Mansell, que chegou a ficar três segundos atrás de
Schumacher, chegou a 36.
3 comentários:
é, o Schumacher aprendeu todas as boas e más lições que aprendeu com a Ayrton e deu o seu toque pessoal também. não lembrava dessa disputa o senna realmente defendeu com maestria a spoisções, fez o que pode...
Eu me lembro da corrida... muito bem.
Foi uma ótima descrição.
Senna e Schumacher. Dois pilotos incríveis em uma pista incrível.
Abraços.
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