quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O desafio


GP da França, Magny-Cours, 2007. O mundo via Kubica voltando ás pistas da F1 depois de seu acidente tenebroso 3 semanas antes em Montreal. Um acidente que o havia tirado (por precaução, é verdade) do GP dos EUA. Mas as perguntas e suposições a respeito da forma de Robert eram inevitáveis.

Seria Robert um Niki Lauda, no que diz respeito a dar a volta por cima depois de um acidente sério que poderia ter tido facilmente conseqüências mais sérias do que realmente teve? Ou Kubica seria mais um dentre tantos pilotos como Gerhard Berger, J.J. Lehto e Olivier Panis, a sofrer da “síndrome de Karl Wendlinger”, e nunca mais voltar a ter aquela performance posterior a seus graves acidentes?

Kubica respondeu a essa pergunta marcando o 4 posto no treino de classificação, (apenas atrás das Ferrari’s e Hamilton, já que Alonso havia enfrentado problemas) sua melhor performance no ano. Na corrida espantaria as incertezas sobre seu estado mental capitalizando o 4 lugar no fim das 70 voltas, resultado que viria a repetir uma semana depois em Silverstone.

Quis o destino em 2008 que Hamilton escolhesse a dedo o lugar e em quem bateria seu carro na saída dos pits em Montreal, na maior barbeiragem da década de 2000. Lewis desviaria de Kubica e acertaria Kimi, abrindo espaço para o primeiro, e até agora único, trunfo do polonês, um ano depois de seu acidente naquele mesmo circuito. Não só isso, com aquela vitória ele assumiria pela primeira vez a liderança do mundial de F1, demonstrando que o acidente pavoroso de um ano antes não o havia abalado nem um pouco.

Nesse momento Robert encontra-se numa situação parecida. Um acidente novamente assombra sua carreira, e agora, principalmente, sua vida, já que as previsões mais otimistas dão conta de que o polonês só deva voltar depois de 6 meses em recuperação. Terá um dragão muito mais feio e hostil do que aquele que matou há 2 anos e meio quando cruzou em 1 a linha de chegada do circuito Gilles Villeneuve. Mas para um lutador, como demonstrou ser nos últimos dois anos tirando leite de pedra com carros decadentes como a BMW ‘09 e a Renault ’10, esse talvez seja só mais um desafio, mas que no momento é "o desafio".

Quem viver verá. Szybkiego powrotu do zdrowia Robert!