sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"Sorry guys"



Em Setembro, depois de uma fase complicada na minha vida, precisava me distrair com algo. Fazer algo diferente pra desestressar. Por isso, ressuscitei o blog, porque, mesmo sendo amador e sem fins lucrativos, amo fazer isso aqui (vocês não sabem o quanto). Estava realmente empenhado e coloquei na minha cabeça que não mais pararia de postar.

Porém novos problemas chegaram agora, e numa intensidade e de um jeito que ficaria difícil continuar mantendo o blog. Portanto, decidi dar mais um tempo. Refrescar a mente e planejar a minha vida, principalmente, a longo prazo. Faço isso por mim. Infelizmente a vida não é feita só de guitarras distorcidas, corridas emocionantes e motores 2-tempos (quem dera...). É como diria Rob Smedley "-Your life is faster than you". Enfim, eu tenho prioridades a serem respeitadas.

Não quero ser extenso. Tem pessoas que eu gostaria de agradecer, mas não vou citar nomes pra não preterir ninguém, sintam-se todos abraçados por mim.

Não é um adeus... só um até logo. (espero ser o mais breve possível)
Tenham um grande fim de ano! Nos esbarramos por aí!

(Fotinho bonitinha p/ vocês, rs)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Saudade


Domingo à noite, depois de um vestibular mal sucedido à tarde, fui ver o filme “Senna”. Cabeça relaxada, sem hora pra nada. Apenas disposto a ver o que o filme tinha a me oferecer. Não me decepcionei.

Obviamente, como aficionado em corridas desde bem cedo, já sabia a história do início ao fim, de trás pra frente, de cima pra baixo e poderia até mesmo dublá-la na hora se o áudio do filme fosse em sérvio.

O que quero dizer com isso? Que esse não é um filme para aficionados.

É um filme para quem vê Senna como mito, herói, grande brasileiro que foi. Não um esportista, sujeito a dias ruins, como teve também. É um filme pra quem tem a visão de Senna à imagem e semelhança de Deus. E cá entre nós, não é uma coisa errada a se fazer. Senna talvez tenha a história mais incrível e mais cinematográfica da história do automobilismo, quiçá, do esporte mundial. Chegou, arrasou, brigou, ganhou, ensinou e, subitamente, se foi. Dá um belo roteiro de filme, convenhamos.

Temos que respeitar a quem não respira F1 24 horas por dia, e apenas gosta de ligar a TV no domingo de manhã para torcer por um piloto de seu país, enquanto toma o café. Um alguém que vê unidade entre si e o ídolo presente na tela. Um alguém como os milhares de brasileiros que foram às ruas no dia 4 de maio de 1994 se despedir e chorar pelo ídolo falecido. Um alguém que, a partir de 1995, não viu mais tanta graça na F1. Se você é assim, o filme é pra você.

Mas falando agora como chato admirador de F1, o filme deixa um pouco a desejar sim. Ignora vários pontos chave da carreira de Senna. Pontos excitantes, como as façanhas de Toleman e Lotus (mostra-se apenas “a façanha” nos casos), as disputas dentro e fora da pista com Piquet e Mansell e os atos heróicos quando a McLaren não era mais o melhor carro, como em Mônaco 1992 (essa ausência, a única que acho imperdoável). Fora também não haver uma mençãozinha a Gerhard Berger. Não custaria nada, e seria muito justo, já que o austríaco foi grande amigo pessoal de Ayrton Senna.

Enfim, o que quero dizer com isso? Que esse não é um filme para aficionados.

É um filme pra quem quer se divertir e aproveitar. Um filme para levantar discussões em botequins sobre o duelo Senna x Prost, e como Senna era o maioral à prova de falha. Mas é mais do que isso, é um filme pra quem tem saudade.

Como já disse, não me decepcionei.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Polaris - Cold Blooded Justice


Conhecer bandas novas independentes é algo normalmente, convenhamos, bem desinteressante. Às vezes as ouvimos em festivais, às vezes por meio de amigos. Normalmente tendemos a ser bem críticos quanto ao som, as letras, as composições e a técnica. Confesso ter ouvido com esse olhar cético (não de propósito, claro) quando o meu amigo (vocal/guitarra) Matheus Tassinari me passou a primeira demo de sua banda, Polaris.

Mas... que demo. Sua banda recupera o Thrash Metal do começo dos anos 80 e surpreende pelas composições e qualidade das músicas. Thrash de letras politizadas, riffs rápidos e vocais rasgados. Tão boa que concordei em conceder um espaço nesse blog de assuntos e temas tão seletos para mostrar a vocês.

A formação tem além de Matheus Tassinari, Nicko Gialluca no baixo, Murilo Riot na outra guitarra e Cesar Destroyer na batera. Digo, excelentes músicos; tendo, ao dizer isso, a propriedade de já ter dividido o mesmo palco com Nicko, na época apenas baterista.

Porém, é de se impressionar a qualidade e o virtuosismo da banda. Matheus, o principal compositor, tem 16 anos de idade, e toca muito melhor do que a maioria de caras mais velhos que se metem a fazer uma banda de músicas próprias. Tanto que se me colocassem uma venda nos olhos, diria estar ouvindo uma banda experiente e amadurecida, nunca gente tão jovem.

Fica a recomendação. O pessoal tá começando, o som é bom... cabe a nós o incentivo. Já que reclamamos tanto quando vemos bandas de qualidade duvidosa por aí, está aí uma oportunidade de valorizar quem merece. São cinco músicas, vale a pena.

Link para baixar a Demo inteira

Canal no Youtube

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Quando perguntarem porque...

... você gosta de F1, mostre isso:

Prefiro não dizer nada. Vi no GP Séries.

A pratos limpos


Justiça. É uma palavra que resume bem o primeiro título do alemão Sebastian Vettel, de 23 anos de idade. Justiça ética de sua equipe, que mesmo ante a uma pontuação maior de Mark Webber, jamais tratou os dois de modo diferente, (tenho minhas dúvidas se o contrário também seria assim, mas...) em contraste à Ferrari e seu vexame em Hockenheim. Justiça “performática” (ou de performance), já que Vettel foi o piloto mais rápido do ano em classificação, tão quanto dominou corridas das quais a vitória escapou de seus dedos por problemas mecânicos (Bahrein, Austrália, Coréia). A verdade é a que já dizia aqui há cerca de semanas quando falava que era pra estarmos apenas cumprindo tabela nessas últimas provas, na iminência de um título de Sebastian. Mas não, quis o destino que ele viesse de modo mais emocionante.

O fiel da balança pra tamanha reviravolta no mundial foi o acidente de seu ídolo Schumacher (não vi toque, alguém viu?) no início da prova com Vitantonio Liuzzi. Ali vimos, entre nanicos, Rosberg, Alguersuari e Petrov indo trocar os pneus para não mais voltar aos pits. Pensava-se que haviam arriscado demais, mas os outros, e nós mesmos, havíamos esquecido que Abu Dhabi não dá mais de 5 ultrapassagens por corrida.

Para ilustrar isso basta eu dizer que Webber só passou Alguersuari por prováveis pedidos da “voz na consciência” do espanhol. Sabem, ouvi dizer que eles têm o mesmo patrão. Mas enfim, Felipe Massa não tinha o mesmo patrão de Alguersuari e por isso foi fadado a passar a prova atrás do espanhol da Toro Rosso e chegar em 10º, fechando assim seu magnífico(?) e eficiente(?!) 2010.

Mas o drama do dia teve dois protagonistas de lados opostos da linha do “bem” e do “mal”. Um, o herói da Ferrari, que havia levado o carro vermelho a 5 vitórias no ano e a liderança entre pilotos antes da “última ronda” em Abu Dhabi. O outro, o vilão da Renault, Petrov. Russo que levou 15 milhões de dólares para o time francês e fê-lo torrá-los com seus diversos acidentes durante a temporada. E ainda por cima, tido como peso morto, já que havia em 18 provas marcado 19 pontos, contra 126 de seu companheiro de equipe Robert Kubica.

Pois bem, o ano dos dois havia sido diferente em gênero, número e grau. Mas bastou Alonso voltar de seu pit na volta 15 para que ambos fossem "iguais perante a lei". Ali estava Fernando atrás de Vitaly, sem passar e sequer conseguir aproximar-se. Culpa do circuito de Yas Marina? Muito provavelmente, já que a prova foi uma procissão do início ao fim. Mas Petrov, que achava eu, não resistiria a pressão de Don Fernando, manteve-se 40 voltas à frente do espanhol sem errar. Certamente a melhor de suas exibições em 2010. Tão boa que fez Alonso risivelmente sair do sério após a bandeirada, gesticulando dentro de seu F10. Que fosse chorar à mãe ou a Briatore. Como dizem por aí: Perdeu play boy. Sorry Fernando (hihihi).

Webber, ninguém sabe ninguém viu. Hamilton e Button, outros fiéis da balança, no fim das contas, fizeram um grande trabalho.

Feliz estou por Vettel, pela lição dada na Ferrari e em Alonso. Eu sei que a palavra “justiça” no esporte é muito difícil de ser empregada sem parecer algum tipo de bairrismo. Mas acho que o dia 14 de novembro de 2010 mostrou a Ferrari, ao mundo e, principalmente a Alonso, que podemos sim, ser honestos, justos... e vitoriosos no fim das contas por meio de nossas próprias qualidades, sem ajudas suspeitas. Fica a lição aprendida.

No mais... resta-nos esperar e esperar. F1 agora sóóóóó em março de 2011. Tchau 2010, vamos sempre lembrar de você com carinho.

sábado, 13 de novembro de 2010

Tudo definido?


Vettel crava uma pole position. Até aí não existe nada de muito excepcional, já que nesse ano ele cravou mais da metade das possíveis. O atenuante fica por conta da mudança de postos internamente na Red Bull. Webber saindo do 5º lugar acaba de perder o posto (que nunca teve de fato, é verdade. Mais algo meio psicológico) de piloto nº 1 do time austríaco. Ou seja, arrisco a dizer que Mark psicologicamente, hierarquicamente e fisicamente, tratando do grid de largada, tem suas chances de ser campeão amanhã diminuídas sensivelmente, se não, totalmente.

É mais provável que Webber tenha que trabalhar para Vettel do que vice-versa. Cruel com o australiano... muito cruel na verdade. Fez um excelente campeonato para sucumbir antes da prova decisiva começar pra valer. Só será campeão se achar por amanhã uma corrida como a que fez na Hungria esse ano. Vai ter que andar muito, e vai precisar de sorte. Ficou difícil.

Enfim, Vettel pra ser campeão vai precisar de Webber e de Button, e ainda de um azar de Alonso que o faça terminar a prova longe de onde tem o costume de terminar. Algo difícil de imaginar. É mais provável o alemão conquistar o bi-vice-campeonato com sua, digamos por ora, virtual segunda vitória em Abu Dhabi, do que ser campeão.

Alonso só precisa terminar a prova no pódio para ser campeão. Não vai precisar da ajuda de ninguém, como aliás nunca precisou pra ser quem é, e ganhar os títulos que já ganhou. Sua corrida é facílima pra alguém de sua capacidade.

Hamilton precisa que aconteça uma tragédia com tudo e todos. Como não tem nada a perder, pode encher um pouco o saco de Vettel na largada. Passar, se Seb largar bem, acho difícil. Na verdade, não tem muito o que falar de Hamilton, amanhã só vai tirar pontos dos outros postulantes. Título esquece.

Quanto à prova, eu realmente espero um espetáculo, não um desfile. A última coisa que gostaria de ver amanhã ao ligar a TV seria a “pasteurização da emoção” de uma decisão de título. Algo sem gosto. Uma emoção cheia de cifrões, modelos, sheiks, luzes, pôr-do-sol, lua cheia, prédios bonitos. Longe de ser uma emoção de decisão de título a altura do que foi esse mundial e do que é e foi a F1 ao longo dos anos. Algo sem conteúdo. Seria muito decepcionante realmente... mas é o que tende a ser, infelizmente.

Mesmo assim, espero fazer outro post amanhã falando dos prazeres de se errar algumas previsões as vezes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.10)


In The End última faixa do disco Fly By Night de 1975. Faltava um exemplo da época "Hard" do Rush e poderia ter escolhido umas 5 ou 6 músicas mais conhecidas que essa. Por quê escolhi essa então? Por não querer ser óbvio e pra quem nunca ouviu esse som tomar contato, já que é na minha opinião a melhor música desse disco. Confesso que não vejo tanto valor nos primeiros discos do Rush como vejo do 2112 pra frente, mas é algo bem pessoal. Se você curte um Rock n Roll dos anos 70 certamente vai gostar.

E esse foi o fim da coletânia do blog clique aqui para ver todas as 9 músicas antes selecionadas por mim.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.9)


Do disco Test for Echo, digamos o mais "alternativo" da carreira do trio canadense vem esse som. Virtuality, 8ª. Boa música, na verdade, uma música que segue muito bem a linha do Rush dos anos 90. Algo não mais tão progressivo (argh!), mas, em contrapartida, muito velho pra ser considerado alternativo, ou grunge, ou seja lá o que for. Contextualizando o momento, foi à essa época que banda deu sua parada de 5 anos graças as mortes da esposa e filha de Neil Peart. Esse foi o último CD gravado antes de tais acontecimentos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O piloto e os carros


Atrasado, claro. Não pude ver à corrida, estava naquele momento fazendo a maldita prova do órgão INEP(to). Sendo assim vi resumos e reprises.

Corrida chata. Esperava-se muito mais depois de um treino como o de sábado. Um treino de estratégia, um treino de riscos, mas sobretudo um treino de pilotos. Em que pilotos, apenas eles, poderiam fazer a diferença, e aconteceu. Primeira pole de Nico Hulkenberg(!!) na F1. Piloto que achava, até sair de casa para o Enem no sábado, bem fraquinho. Um daqueles de passagem opaca ao olhar público-geral no futuro. Necessárias foram 3 voltas perfeitas para mudar radicalmente minha opinião. Digno do mais efusivo aplauso da minha pessoa, mesmo não vendo ao vivo.

Lembrou muito a pole de seu atual companheiro Barrichello na Bélgica em 1994, sua primeira na ocasião. Chuva, pista secando, trilho, riscos e voltas perfeitas desbancando os peixes grandes da categoria. Com a diferença apenas de que Hulk não acabou a corrida na proteção de pneus, foi realmente muito parecida a ocasião dos feitos. Ponto para o alemão, que chegou em 8º e levou de Interlagos a moral quadruplicada, por além da pole position, 4 pontinhos no mundial.

No treino tivemos um show de piloto, na corrida o contrário a rigor. Uma corrida de carros, não pilotos. Uma corrida de máquinas, não seres humanos. Fato que se observa no resultado. 1-2 facílimo da Red Bull, 3º lugar facílimo de Alonso, 4º e 5º naturais a McLaren, tão quanto os 6º e 7º da Mercedes. Além do título de construtores, que apenas o apocalipse tiraria da Red Bull.

Simplesmente não há o que dizer da corrida. Corrida sem conteúdo que foi. As disputas ficaram guardadas ao pelotão dos menos afortunados, e nele os brasileirinhos contra esse mundão. Na verdade essa corrida representa muito bem o nível da decepção do automobilismo brasileiro na F1 em 2010, talvez o maior de todos os tempos. Dos 4 pilotos brasileiros pode-se dizer que apenas Barrichello esteja fazendo um ano dentro da expectativa. Os 3 outros decepcionam. 2 porque andam de jegue (talvez a massa nem soubesse da existência de Lucas Di Grassi até o “GP Brasil”) e 1 por motivos “misteriosos”.

No geral, não vou mentir, o GP do Brasil me decepcionou um pouco. Porém em uma semana (menos agora) veremos um campeonato ser decidido pela primeira vez com 4 pilotos na disputa na última corrida. Talvez não seja a melhor pista, Abu Dhabi, para se decidir um título, ou para se ter uma corrida de F1 decente. Mas o que se espera em Yas Marina é uma corrida, sobretudo de pilotos, não de carros. Um desfecho perfeito para um mundial que beirou a isso.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um GP especial


Mais um GP do Brasil. Já são 39. Duas pistas com três traçados diferentes. 5 decisões de títulos, 9 vitórias brasileiras, muitas histórias.

Talvez o GP do Brasil não seja o mais glamoroso, não seja o de melhor estrutura, não tenha o melhor asfalto, não tenha melhor drenagem, mas é um local emblemático para a F1, um local que fez e faz história seja como for. É um local que recupera a verdadeira essência do automobilismo, o quê do desafio, (em um traçado que diga-se foi dos poucos poupados das mãos de Hermann Tilke) o quê da informalidade, o quê da simplicidade. Coisas que a F1 do século XXI vem mais e mais perdendo/ querendo apagar, tornando-se um evento exclusivamente comercial.

O GP do Brasil rema contra a maré. Basta olhar uma foto de Interlagos nos anos 70 e uma dos anos 90. Constata um crescimento alto e desordenado da cidade ao entorno da pista, típico de um país subdesenvolvido, típico de governantes incompetentes e típico de países que não conseguiriam administrar e manter um evento do tamanho da F1.

Então o que mantém o GP do Brasil no calendário por tanto tempo já que “nossa paixão”, nossa atenção, é, e sempre foi, única exclusivamente o futebol? É o que sempre me pergunto. Repare que países de tradição como França, Holanda e Portugal não têm mais corridas no calendário, não conseguem mais lançar um piloto que faça as atenções do pais se voltarem ao automobilismo, mesmo sendo europeus, e no caso da França tendo montadoras e fábricas importantes.

Não há explicação racional. O que há é uma força sobrenatural, uma força conspiratória.

Besteira de um aficcionado em corridas que ama ver a F1 anualmente indo a seu pais? Provavelmente. Mas ele em defesa a si próprio tem dizer que: 1. Desde que Interlagos foi para fim da temporada em 2004 decidiu 5 mundiais em 6 corridas disputadas. 2. Sediou a única corrida “sem começo e fim” da história da F1 em 2003. 3. Teve seu principal herói ganhando de maneira inacreditável duas corridas em condições adversas. 4. Foi palco da decisão de título mais dramática da história na última freada. 5. Em 1983 tornou-se o único na história que não possui 2º colocado. 6. Já vimos por aqui um inglês vencer e desfilar com a bandeira do Brasil. 7. Viu em 2009 o mais longo e dramático treino de classificação da história. 8. Teve em suas 4 primeiras edições 3 vitórias de brasileiros. 9. Tem como maior vencedor um francês que por muito tempo foi odiado por essas bandas... e por aí vai.

E deve ter mais um monte de motivos pra argumentar que o que acontece no Brasil foge do normal de uma simples corrida de F1, esses que citei apenas vieram de cabeça no momento em que digito esse post. A verdade é que o GP do Brasil sempre terá um lugar de destaque na memória recente e antiga da F1, sempre será um clássico.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

OFF: Dilma eleita

Eis que o 34º presidente da Republica Federativa do Brasil foi eleito, ou melhor, eleita. Não, não votei na Dilma. Não acho que ela esteja preparada para assumir um cargo de suma importância tal qual esse para qual se candidatou e venceu. Não acho também que Dilma, por mais linha-dura que seja, consiga ter sozinha o peito que tiveram Lula e FHC perante as respectivas oposições na hora de implementar projetos de campanha.

Outro motivo pelo qual não votei em Dilma tem a ver com a escolha de seu vice, Michel Temer. Homem qual não se precisa ir muito longe para constatar o quão podre é ele e seu partido, PMDB, sempre metido em escândalos. No passado foi grande defensor de FHC, nomeado que foi para presidência da câmara dos deputados duas vezes, e ontem tornou-se vice-presidente ao lado de Dilma Rousseff, enquanto o partido do qual é PRESIDENTE esteve do lado dos tucanos. Dá pra sentir cheiro de interesse aí?

No 1º turno votei em Marina Silva, ontem votei em Serra, muito por falta de opção. Achei muito melhor do que anular, ou votar em branco. Muito embora também ache Serra um incompetente, já que sequer teve poder de reação nas pesquisas durante a campanha em que começou na frente, o acho mais preparado. Um cara com uma extensa carreira política, além de já ter sido ministro, prefeito e governador.

Porém ele não soube usar-se disso em debates e propagandas eleitorais, além do mais, também não soube usar o fato de Dilma construir sua campanha quase que por completo em cima de Lula e o que isso poderá trazer de problemas para o país se futuramente houver uma ou outra divergência, e por ventura, uma separação entre os dois. Dilma perderia o apoio político, que muito se deve a Lula, e o Brasil poderia viver uma crise de autoridades, nada bom pra quem tem copa do mundo e olimpíada pra sediar.

Não sei se o Brasil está em boas mãos, mas há de se enaltecer a conquista de Dilma sendo a 1ª mulher eleita presidente da republica, um marco para nossa história. Apesar de achar uma bobagem esse papo de movimento feminista e tempestades em copos d’água feitos por esse nicho “militante”, vimos ontem uma notável conquista.

Por fim gostaria que parassem de satanizar hipocritamente (acho que essa palavra não existe, mas dane-se) a prática do aborto no Brasil. Existem clínicas com ginecologistas especializados neste tipo de operação há muito tempo por aqui. E inclusive muitas das pessoas riquinhas/religiozinhas que demonizam essa prática não pensariam/pensam duas vezes ao ver a filhinha de 16 anos fecundada para mandá-la abortar imediatamente numa clínica zilionária.

Enfim... é isso, graças ao céus terminou. Que sejam 4 anos de grande crescimento e paz para o Brasil. Sorte e competência aos eleitos.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.8)


The Enemy Within, 4ª do disco Grace Under Pressure de 1984. "O timbre chega a beirar o The Police" diria alguém, o mais puro Reggae n' Roll do trio canadense. Grande exibição de um grande álbum, o qual recomendo a audição, na verdade, recomendaria à quem não conhece a banda, esse, o Moving Pictures e o Permanent Waves, são o que o Rush tem de melhor, e não são extensos, (8, 7 e 6 músicas respectivamente) não cansando o ouvinte.

Ah, claro. @leandrusfla ficaria feliz se eu mandasse um alô pra ele... tava pedindo algo do Grace Under Pressure. Taí, pronto.

domingo, 24 de outubro de 2010

Korean Drama


E foi com ótimos traços de um filme de drama/suspense que foi realizado o primeiro GP de F1 em domínios sul-coreanos. Dessa vez o amigo roteirista do além desafiou nosso sono e paciência quando adiou a largada em 10 minutos, fez os carros darem 3 voltas atrás do Safety Car e colocou uma bandeira vermelha de 48 minutos madrugada a dentro no Brasil. E Mais, depois disso outras 14 voltas intermináveis atrás do SC. Mas lhes digo... foi um esforço que valeu a pena.

Alonso ressurge das cinzas. A Ferrari que lá por junho e julho procurava um lugar para enterrar o quase perdido ano de 2010, agora, tem Fernando como o piloto que mais ganhou corridas nesse ano, e liderando o mundial de pilotos. Uma virada e tanto, e tomando por base os campeonatos ganhos por Alonso em 2005 e 2006, quando a consistência e constância foram os grandes trunfos do espanhol, não existiria um momento do campeonato mais inoportuno do que esse para um abandono duplo da Red Bull.

Webber e Vettel não podiam ter tido um dia pior. O primeiro errou grosseiramente (no sentido de a prova ter acabado de começar) e rodou, ainda levando o inocente, e eficiente até aquela altura da corrida, Nico Rosberg. O segundo vinha com amplo domínio da prova e de seus desenrolares. Ganharia e faria Webber engolir seco tendo que trabalhar, provavelmente, para ajudá-lo nas últimas 2 provas. Porém Sebastian foi traído pelo ultra confiável motor Renault, que durante o ano jamais havia quebrado. Quebrou na hora errada. Péssima prova da Red Bull que pela primeira vez no ano passou uma corrida zerada.

Hamilton deve ter alimentado um pouquinho suas chances de campeonato em sua cabeça, poderia ter ganho não fosse ao pote com muita sede numa das relargadas, mesmo assim, um bom segundo posto. Mas continuo duvidando que a McLaren tenha performance parecida ou superior à Red Bulls e Alonso nas provas finais a ponto de disputar algo. Anyways, Hamilton tem chance.

No mais, múltiplos acidentes, Massa em 3, Liuzzi fazendo sua corrida do ano, Sutil dirigindo como um caminhoneiro bêbado, demente, míope, na chuva e fora do prazo de entrega da carga e a Sauber e a Williams nos pontos. Além, claro, do fim de corrida fotogênico, ao crepúsculo, quase totalmente noturno, em Yeongam com 2 horas e 48 minutos de vida complicada para pilotos e equipes.

Porém, como todo bom filme de suspense, deixou pontas a serem coladas pelo desenrolar da história futuramente. Mais precisamente, nesse caso, em 3 semanas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Touros Santos


Santo Vettel. 9 pole positions em 17 qualifyings disputados até a presente data. Como já disse no comentário sobre o GP do Japão, se o alemão fosse um pouco menos impetuoso nos atos dentro da pista a F1 estaria apenas cumprindo tabela na Coréia do Sul. Não foi, melhor pra nós.

Webber em 2º mostra mais do que um domínio, como previsto, da Red Bull. Mostra que pode “marcar” Sebastian Vettel amanhã sem problemas, o que para o australiano já é muito bom em termos de campeonato. Aliás, ele e Vettel mostram principalmente no 3º setor, o mais curto da pista, o quanto o carro da Red Bull é perfeito em termos de chassis. Enquanto que no longo 1º setor ambos levam cerca de 0.2s da concorrência, no último, menos da metade em distancia em relação ao 1º, ambos RB6 enfiam 0.3s no resto. É um carro fenomenal pra dizer o mínimo. Santo Adrian Newey.

Alonso em 3º, como todos na fila ímpar do grid, sai em posição estratégica de largada. O cálculo feito pela Ferrari segundo Marc Gené é de que os carros da fila par percam cerca de 20m em relação aos ímpares na partida (fonte: F1 Fanatic) por conta do lado de dentro do circuito não ser utilizado como traçado, assim carenciando de emborrachamento e sobrando em sujeira. Que, aliás, poderá ser outro problema se chover antes da prova, deixando a pista mais escorregadia. Mas de qualquer forma nada que um eficaz serviço dos fiscais, com suas vassourinhas, não resolva.

Massa vai tentar ajudar Alonso, dessa vez com pneus duros no primeiro stint. A tradução dessa estratégia na minha cabeça é: Já que Felipe não consegue andar rápido pra ajudar Fernando vão fazer andar lento para tentar fazê-lo. Vamos ver no que dá.

Não há nada sobre a McLaren para comentar, na minha opinião. Serão coadjuvantes mesmo e apenas tirarão pontos dos 3 postulantes ao caneco, campeonato mesmo, já era. Apenas faço um destaque negativo a Force Índia que vai voltando de onde saiu no começo desse ano. Liuzzi não merece ter seu contrato renovado e Sutil se não pular fora do barco rapidinho pode ser que afunde à rabeira do grid com ele... de novo.

Não sei se a corrida será boa, mas inegavelmente o circuito de Yeongam (ou da futura faraônica Yeongam do ano 3000) é muito desafiador, difícil pelos bumps nas freadas depois dos retões e que exigirá um grande preparo físico no que diz respeito ao pescoço, principalmente no trecho da curva 7 a 11. Dirigir lá deve ser divertido, acredita esse humilde blogueiro.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.7)


2112. Dispensa qualquer apresentação. Som fala por si só. A música tem 20 minutos, divida foi em 3 partes. Essa é a 1, a 2 é essa, e a 3 procurem vocês (se não tiverem saco, ouçam só a 1. É a que o Rush tem costume de tocar em shows). Pra polemizar, o Grand Finale é minha parte favorita. Som obrigatório na coletânia do blog... sem mais.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

One Comment

Surrupiei o título do Flavio Gomes... essa foto merece.
Essa a entrada dos pits hoje à tarde na Coréia do Sul. Ai, ai... (foto: @adamcooperf1)

Para gostar de Rush (Vol.6)


Time Stand Still, 2ª faixa do disco Hold Your Fire de 1987. Quem nunca quis parar o tempo em algum momento muito feliz da vida? Eu já... várias vezes. Diria que é meio inexplicável a magia desse som, é suave sem deixar de ser impactante e tem uma aura límpida como um dia de céu azul sem nuvens. Não é exagero, passa um sentimento de liberdade interessante, por mais complexo que seja o delírio que eu esteja a descrever. Tão complexo quanto as emoções humanas.

A única ressalva faço ao video clipe, meio ridículo. Mas a música é demais.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Darwinismo motociclístico


15 motos. E estamos falando do ápice do motociclismo on-road. 15 motos. E estamos falando da categoria almejada de 11 em 10 pilotos no mundo das duas rodas. 15 motos. E falamos de uma categoria que mesmo com 15 motos ainda dá água na boca em qualquer piloto de qualquer uma das 22 motos da Superbike. Tão é verdade isso que vemos vários jovens como James Toseland, Ben Spies, Colin Edwards, Chris Vermeulen e Troy Bayliss abrirem mão de uma carreira já bem sucedida por lá para chegar à MotoGP.

Porém se nada for feito para aumentar esse grid minusculamente ridículo pode ser que ela perca força, e porque não, deixe de existir. É dita uma categoria mais cara pelo fato de suas motos serem obrigatoriamente protótipos, e é aí que reside o grande problema. A viabilidade, pesquisa e paciência de desenvolver uma moto diferente cada ano para as montadoras é algo que parece hoje desencorajá-las a entrar na MotoGP. Mais do que isso é também a falta de testes, que mesmo reduzindo custos em termos de logística, a longo prazo apenas faz aumentar a diferença entre quem está na ponta e quem luta para por pontos e pódios.

Algo tem que ser feito para diminuir o “darwinismo” na categoria, senão veremos mais e mais cenas como as estreladas pela Kawasaki em 2008 e pela Suzuki nesse ano, que não sabe o que faz.

É hora de uma política de crescimento, a lá “Big Stick” ou o nosso “50 anos em 5” (de modo ordenado, claro). Porque ver uma corrida como foi a da Austrália nesse último domingo dá dó. Ao invés de 15 poderiam ser até 14 motos largando se Kallio tivesse queixado-se de suas dores no ombro antes da prova., ou seja, além de todos que chegassem pontuassem teríamos a 15ª posição de valor 1 ponto vaga.

Chegou o tempo da FIM e da Dorna colocarem um pouco do talento que têm para fazer transmissões maravilhosas em uma medida que privilegie a entrada e a manutenção de equipes de médio porte, pois uma categoria não se faz só de grandes nomes, por mais tosco que isso possa soar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.5)


Witch Hunt, do disco Moving Pictures de 1981. Disco tido como melhor do Rush e executado por completo na turnê atual, Time Machine. Decidi não ser óbvio na minha escolha de uma faixa desse CD. Digo a vocês, nesse álbum há Tom Sawyer, YYZ e Limelight, dentre as conhecidas e aclamadas (com razão, diga-se) pela massa.

Mas são poucas coisas que me tocam nessa vida da forma como faz o arranjo dessa música, que embora simples dissecado tecnicamente, carrega uma infinidade de sentimentos. Um som de teclado que chega a beirar o angelical em contraponto com um clima denso de uma caça à “bruxas” na idade média. Experimente!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Cara de filme antigo


10 anos irão separar no ano que vem. Muito tempo. Nesse intervalo a Sauber perdeu o patrocínio fortíssimo da Red Bull, deixou de existir e voltou se não das cinzas sabe-se lá de onde, já que colocar um carro sem patrocínios para correr quebra as barreiras do sobrenatural e começa a parecer loucura dado mundo capitalista que se encontra a F1 atualmente.

Em 2001, 10 anos antes, a Sauber se reformulava totalmente. Contratava o campeão da F3000 em 1999, e piloto de uma das cadeiras elétricas azuis da Prost em 2000, Nick Heidfeld. Contratava também um jovem finlandês de 21 anos vindo da Fórmula Renault inglesa, Kimi Raikkonen. Contratação, essa última, que fora criticada exaustivamente pela imprensa, por técnicos, pilotos e até pelo presidente da FIA, Max Mosley, na pré temporada, já que Raikkonen havia feito apenas 23 corridas de monoposto na vida até ali. Mas para Peter Sauber, tudo valia para não repetir o desastre de 2000, quando o time viveu uma temporada horrível com apenas 6 pontos no ano, todos conquistados por Mika Salo.

E foi também com um forte patrocínio novo, o banco Credit Suisse, que o time suíço chegou a Melbourne com a missão de provar a todos que seu investimento (ou a falta dele) numa dupla de pilotos a ser lapidada durante o ano a fora seria uma boa idéia.

O resultado de imediato foi sensível. Já na Austrália, Heidfeld e Raikkonen pontuariam em 4º e 6º respectivamente. No Brasil, 3ª prova, Heidfeld conseguiria seu primeiro pódio da carreira, 3º, com o time que não subia ao pódio desde o GP da Bélgica em 1998. Raikkonen também silenciou seus críticos com os notáveis 4º lugares na Áustria e no Canadá.

Dessa forma o time de Hinwill cravou sua melhor temporada, desde sua entrada na F1 em 1993, com 21 pontos. Escrita que só seria quebrada em 2004, porém com o sistema de pontos vigente em 2001, (apenas 6, e não 8 pontuando) os 34 pontos feitos no ano teriam sido apenas 12. Ou seja, 2001 é a melhor temporada da Sauber até hoje.

Em 2011, 10 anos depois, os carros da Sauber serão dirigidos pelo japonês Kamui Kobayashi, com praticamente um ano de F1 na bagagem, a lá Nick Heidfeld, e o mexicano Sergio Pérez, vice da GP2 nesse ano, que terá completado 21 anos cerca de um mês e meio antes da estréia, jovem como Kimi Raikkonen. Além claro do patrocínio forte, a mexicana telecomunicadora Telmex, como a Credit Suisse em 2001.

As semelhanças são visíveis, valendo a pena mencionar o nome de James Key, ex-engenheiro da Force India, que chegou à Sauber em abril. Desde lá, o que se viu a olho nu foram os carros suíços progredindo e o mesmo não podendo ser dito da parte dos indianos.

Poderia ser a história se repetindo? Difícil dizer. Mas da astúcia de Peter Sauber não devemos duvidar.

E se você leu esse texto até o fim e é do tipo que curte fazer bolões de F1, acredito que eu já tenha preenchido pra você a lacuna antecedida por “Revelação do ano” no ano que vem.

domingo, 10 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.4)



Natural Science. Sexta e última faixa do disco Permanent Waves de 1980. Confesso que via Rush com maus olhos até ouvir esse som, culpa do rótulo progressivo. De fato, são 9 minutos de música. Mas uma música com temas distintos, interessantes, e sugestivos, me referindo à letra, por fim. Arrisco dizer que em CDs de estúdio essa é a melhor performance do trio na carreira. Obra prima.

Esperança (re)nascente


Talvez Vettel tenha aprendido, talvez não vá cometer mais erros ridículos e talvez enfim sua cabeça tenha conquistado um pouco da sensatez necessária para erguer um troféu de campeão do mundo. Talvez. A certeza é que se Sebastian tivesse um pouquinho mais de noção em seus atos dentro da pista durante o ano, esse campeonato já teria dono.

O ditado diz que você é tão bom quanto sua última corrida, sendo dessa forma Vettel com seus 3 últimos resultados à frente de Webber e a vice liderança dividida com Fernando Alonso passou a ganhar um status sólido na luta pelo título. Mas é esperar para ver. Das 3 provas a serem cumpridas a Red Bull ganhou duas ano passado, exceção a Coréia, obviamente. Ou seja, são mais favoritos do que já eram, e Seb parece inspirado.

Mas se por um lado Vettel cresce, por outro Webber se acomoda, não sendo ainda tempo de começar a administrar sua vantagem no campeonato. Como ele mesmo disse, precisa ganhar outra corrida. Até mesmo para consolidar sua imagem de possível campeão do mundo, porque já vimos na história da F1 que pilotos precisam fazer boas corridas sob grande pressão se quiserem títulos, sendo isso uma verdade quase (acho que totalmente...) universal para todos campeonatos já disputados.

De resto, a McLaren e Hamilton (Porque pra mim Button jaz em paz há tempos) vêem um campeonato indo inteiro pela janela, graças a erros, azares e problemas mecânicos. Na verdade, esse fim de semana no Japão teve de tudo isso para Lewis. E na minha mente não imagino mais o time de Woking com chances de ser campeão. Quem lê meu blog sabe que era minha oposta, perdi, me estrepei... admito.

Menção, claro, a Kamui Kobayashi. Que piloto é esse? Como um ateu, ante aos vários problemas de turbulência, não de hoje, em Suzuka, simplesmente fez 5 ultrapassagens no hairpin do circuito de sua terra natal, ignorando todo e qualquer problema de estabilidade causado por turbulência. Foi o nome da prova. Destoou do resto, algo que tem feito com freqüência, e destoar é algo que os grandes sempre fazem em carros limitados, ou seja...

No mais, prova com várias vítimas e acidentes plásticos na primeira volta. Ratifiquei o quanto amo ver vários “Out’s” na classificação das corridas. Rodas estranhamente saindo em Kubica e Rosberg, e Felipe Massa mais uma vez decepcionando numa batida da qual dispõe de 100% de culpa.

Enfim, achei uma corrida divertida... acho que fui o único.

O que há?

Dia 2 de novembro de 2008. Massa saia de Interlagos vice campeão do mundo tendo colocado metaforicamente uma mão e quatro dedos na taça. A decepção era lógica. Um título perdido na última das setenta e UMA voltas é algo muito cruel para um esportista, tão quanto para seus fãs que viam ali naquelas 3 voltas a possibilidade de ver um piloto brasileiro campeão no Brasil.

Veio o ano de 2009, e com ele uma decepção. O Kers não era a carta na manga que todos pensavam ser. A Ferrari sofreu, não foi a única, mas dramaticamente passou 3 corridas sem fazer um ponto sequer. Massa passou 4, porém isso não o impediu de chegar a Hungaroring à frente de Hamilton e Raikkonen no campeonato de pilotos, em 5º, apenas atrás das Brawn’s e Red Bull’s. Vinha em alta, vinha de ser 4º saindo de 11º na Inglaterra e do primeiro pódio do ano uma corrida antes, na Alemanha. O brasileiro estava em grande fase dadas as proporções de momento.

Foi quando a mola do Brawn de Barrichello caprichosamente inerte dada a velocidade dos corpos foi abalroada pelo capacete de Massa, deixando-o de fora do restante da temporada.

Chegou 2010, e com ele Fernando Alonso à Maranello. Massa começou o ano bem. Chegou a liderar o campeonato, mas foi a partir da China que tudo começou a desandar. Falta de desempenho, regada à cobranças das mídias e da torcida. Varias teorias elaboradas, mas nada tido como verdade incontestável.

Afinal de contas... O que Aconteceu com Massa?

Onde está aquele piloto aguerrido que foi até 2009? Tenho 2 hipóteses para tentar explicar: 1. Felipe perdeu espaço na Ferrari e agora se sente pressionado tendo a figura (no sentido da personalidade) de Alonso ao lado no time, alguém muito mais presente e político do que Kimi Raikkonen. 2. Felipe não consegue se adaptar ao F10, que até onde se sabe, é um carro que possui dificuldade no aquecimento dos pneus, e por ter um estilo de pilotagem mais limpo, Massa sofre mais que Alonso.

São hipóteses muito na conta do meu achismo, confesso. Pode não ser nenhuma delas, como também podem ser ambas ao mesmo tempo. Pode ser sequela, embora não acredite nisso, há possibilidade, não seria o primeiro caso na F1. A verdade é que o Felipe Massa de 2010 está longe de ser o Felipe Massa que conhecíamos anteriormente, e pouco reflete isso tão bem como essa 12ª posição no grid em Suzuka hoje. Curioso é que Massa foi o único piloto que completou todas as corridas em 2010, mas é talvez o que mais esteja deixando a desejar. Coisas da F1...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.3)



Armor and Sword, 2ª faixa do disco Snakes and Arrows de 2007. Parodiando o título do álbum, a música traz a velha máxima daquele famoso dito popular "panela velha é que faz comida boa". De fato, mais de 30 anos de carreira não pesaram nas costas dos canadenses, apenas serviram de bagagem para aprimorar cada vez mais o grande trabalho que fazem. Esse disco (dos mais técnicos da carreira do power-trio) é prova viva.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.2)



The Big Money, primeira faixa do disco Power Windows de 1985. Disco no qual o Rush começa a abusar dos teclados, efeitos e baterias eletrônicas. Era o apogeu da era eletrônica que contava com grupos como A-ha, B52, The Police, Oingo Boingo, etc... Meio nessa onda, o trio canadense acabou aderindo de certa forma à moda, o que acabou deixando (e na verdade, deixa até hoje) alguns fãs dissidentes quanto a essa fase da banda. Bobagem na minha opinião, grande CD, grande som.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um triste adeus


Talvez você nunca tenha o visto, talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas um dos homens que fizeram o Brasil ter o sucesso que teve na F1 dentre a década de 70 e 80 foi um gerente/engenheiro da Lotus chamado Peter Warr.

Depois de ser um piloto sem grande sucesso, Warr foi contratado por Colin Chapman no fim de 1969 para fazer parte da equipe Lotus. Parceria mais do que vitoriosa, já que fizeram do austríaco Jochen Rindt em 1970 e do brasileiro Emerson Fittipaldi em 1972 campeões mundiais, fora as vitórias que conseguiram com o não menos grande sueco Ronnie Peterson de 73 a 75.

Com a queda da Lotus nos anos de 75 e 76, Warr aceitou o convite de se juntar à novíssima e de grande potencial equipe Wolf. Com o carro projetado por Harvey Postlethwaite e pilotado pelo sul- africano Jody Scheckter, conseguiram uma façanha na F1 moderna apenas igualada em 2009 pela Brawn GP e Jenson Button, ganhar a primeira corrida para uma equipe completamente nova.

O tempo passou, a Wolf decaiu à falta de resultados expressivos mesmo tendo o campeão de 1976, James Hunt, a dirigir seus carros. Foi também nessa época que Warr geriu a única equipe brasileira na F1, a Copersucar-Fittipaldi, graças à união no final de 79 entre a Wolf e o time brasileiro.

Em 1981, novamente chamado por Chapman, Peter Warr voltou para a Lotus com a difícil tarefa de gerenciar 2 pilotos jovens, Elio de Angelis e Nigel Mansell. Com o 1º não teve tanto trabalho, já que desandou a ganhar seu primeiro GP rapidamente, já com Mansell tudo foi mais difícil. Principalmente após a morte de Chapman em 1982 a situação ficava difícil. Mas foi após o GP de Mônaco de 1984 que a situação ficou insustentável, quando Mansell bateu sozinho enquanto liderava muito à frente de Prost.

E não é preciso ir muito longe na classificação daquele GP para saber quem iria substituí-lo no ano posterior na Lotus número 12. Um tal de Ayrton Senna, que você poderá ver no vídeo abaixo no momento da assinatura do contrato do time que o colocou no mundo dos vencedores da F1. Foi sob o comando de Warr que Ayrton deixou de ser promessa vencendo seus primeiros 6 GPs de 41 no total. Foi lá também que Piquet correu em 88 e sofreu com o motor Judd em 89, não conseguindo se classificar pela primeira e única vez na vida para um GP, na Bélgica.

Após 89, Warr se distanciou da F1. Nesse ano, foi visto no Bahrein durante a comemoração de 60 anos da categoria. Porém ontem, 4 de Outubro, veio a falecer com uma parada cardíaca. Nada mais justo que destinar e dedicar esse post ao inglês que ajudou, porque não, a difundir de certa forma a F1 no Brasil, já que trabalhou com nossos 3 campeões mundiais e com nossa única equipe nacional (Vide meu cabeçalho!).

R.I.P.



domingo, 3 de outubro de 2010

Para gostar de Rush (Vol.1)




Rush, banda clássica, porém as vezes mal interpretada e subestimada pelo rótulo, errôneo diga-se, de progressiva. Meu argumento é o seguinte: Se Pink Floyd é progressivo não há o que chamar de progressivo no som do Rush, a não ser que você seja um cara chato que gosta de etiquetar bandas. Enfim, primeiro som da coletânia do blog é Subdivisions do disco Signals de 1982. Disco que pode ser considerado divisor de águas dos canadenses quanto ao uso de teclado, que ali deixa de ser apenas mero acessório tornando de fato parte integrante do som da banda. O fim dessa música não me deixa mentir, dos mais belos momentos musicais que conheço.

O novo velho campeão

E tudo foi numa noite de sábado. Will Power foi do céu ao inferno em uma única noite, depois de um ano perfeito. Dario Franchitti viu tudo dando certo na hora certa, compilando para uma decisão de título a altura da grande temporada que tivemos em 2010.

Verdade que num consenso quase universal chegaríamos à conclusão de que Will Power seria mais merecedor do troféu, mas errar e ser apático em momentos decisivos dá nisso. Embora não ache que tenhamos visto uma injustiça do esporte, acho que vimos uma injustiça com o australiano que se revelou um piloto muito mais combativo e vistoso durante o ano todo.

Tal como a Espanha na copa, Dario foi pragmático, não foi arrojado e agora é tri campeão. Tem hora que ser assim não dá resultado, mas tem hora que é essencial manter essa postura, e o escocês soube (e sabe não de hoje) dosar essas qualidades como poucos, tri campeão e bi das 500 milhas de Indianápolis que é. A grande verdade é que dosar essas coisas na Indy, mais que em outras categorias, é fundamental, e como vimos em 2009 e em 2010 com o escocês, dá título.

No mais foi uma temporada divertida. Opinião minha a melhor desde 2001 ainda na CART. Parece que a Indy finalmente encontrou um caminho qual poderá seguir para tentar chegar novamente ao status alcançado no começo da década de 90. Uma boa notícia para uma temporada que promete mais ainda para o ano que vem.

Desafiando o gigante


8 anos atrás a temporada de 2002 da MotoGP entrava em sua fase final. Valentino Rossi já era campeão com sobras ante a uma concorrência que se não fora considerada tão boa quanto, podia ser considerada fraca, dado poderio das novas motos de 4-tempos, que àquela altura faziam, principalmente entre Biaggi e Rossi, um campeonato à parte do resto, que ainda usava equipamento de 500cc.

Faltando 4 provas para o fim da temporada Rossi conseguia sagrar se campeão, graças a sua grande exibição na chuva no circuito de Jacarepaguá (snif...). A prova seguinte seria em Motegi, e para ela, como já havia sagrando-se campeã, a Honda disponibilizou para suas equipes satélites de melhor potencial a tão cobiçada RC211V 4-tempos. O japonês Daijiro Kato ficou com uma e a outra ficaria com um dos 2 pilotos da equipe Pons, o italiano Loris Capirossi ou o brasileiro Alexandre Barros. E deu Alex.

Na corrida Daijiro fez a pole, mas o grande duelo da prova, e daquele mini-mundial de 4 provas que começava dali em diante, seria entre Valentino Rossi e Alexandre Barros, agora com equipamentos iguais. Daijiro partira mal sendo logo superado por Rossi e Alexandre. Porém a disputa apenas começava ali. Kato sairia da prova prematuramente, deixando a luta entre o brasileiro e o italiano, e Barros ao final se desgarraria de Rossi após um erro do italiano a 4 voltas do fim conseguindo ali sua 1ª vitória no ano.

Na Malásia Barros fez a pole, e numa disputa que se estendeu durante todas as 24 voltas da corrida com Rossi, Biaggi e Ukawa, companheiro de Rossi, acabou ficando em 3º deixando a vitória para Biaggi com sua Yamaha e o 2º posto para Rossi. Na Austrália talvez o duelo mais dramático. Barros e Rossi em poucas voltas escalariam o pelotão e dividiriam até a última volta o primeiro posto, até que Alex numa última tentativa de passar o italiano errou o ponto de freada da curva 4 do circuito de Phillip Island, deixando o caminho livre para a vitória de Valentino.

Na última em Valência outro duelo dramático entre os 2, porém dessa vez com Alex levando a melhor vencendo sua segunda corrida no ano e cravando sua melhor temporada na carreira. Mas mais do que isso, ele ganhou de Valentino Rossi, que havia sido imbatível o ano todo, o mini-mundial de 4 provas por 1 ponto, 86 contra 85.

Barros iria para Yamaha de fábrica no lugar de Biaggi em 2003, porém uma moto nervosa e difícil de guiar daria um rumo nebuloso a seu mundial subseqüente, e porque não dizer, até seu fim na MotoGP. Um ano cheio de problemas e muitas contusões.

O que fica na ponta da língua a indagar vendo isso ao fim de tudo é: Será que com a mesma moto desde começo do ano Alexandre conseguiria disputar o campeonato com Rossi no fim das contas? Infelizmente jamais saberemos.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Conquista ou aquisição?

Já houve tempo em que atitudes valiam mais do que uma conta bancária gorda, tempos em que a identidade da pessoa brilhava, fazendo seu mundo, e o mundo de algumas pessoas, juntamente mudar. O fato é que hoje não é mais novidade pra ninguém que o mercado fonográfico virou latifúndio para a monocultura de músicas, e porque não dizer também, músicos pasteurizados sem conteúdo.

Voltamos à 1983. Um ano de vital importância para o estilo musical homenageado no título desse blog, o Thrash Metal. Nada mais eram, friamente, do que punks que haviam se tornado músicos decentes. Começaram a ter influencia de guitarristas dos ’70 tal como Richie Blackmore, Jeff Beck, Brian May, Jimmy Page, Gary Rossington, Tony Iommi, entre outros. Acabavam ali as músicas de no máximo 3 minutos, as letras de protesto inconseqüente e aumentava-se o tempo estimado de vida das bandas juntas.

Dos discos que difundiram o estilo não há como não chegar em Kill ‘Em All do Metallica e em Show No Mercy do Slayer. Lançados em 83, evidenciaram o que de alguns anos antes já se percebia na mítica Bay Area, costa da Califórnia. Porém com a fama que alcançaram até os dias atuais é difícil conceber o fato de terem sido gravados ambos com orçamento contado, e em estúdios péssimos.

Viraram clássicos com o tempo e a fama das bandas em questão. Mas não dá pra entender o significado desses discos apenas ouvindo sem saber, por exemplo, que: o Kill ‘Em All foi gravado em 2 semanas. Jeff Hanneman pediu dinheiro a seu pai para cobrir o orçamento da gravação já que o salário de Tom Araya não conseguia cobrir-lo todo.

Por aí compreende-se o significado do movimento, o esforço dos músicos, e porque não dizer, o merecimento daquilo que almejavam, o sucesso. Eram outros tempos, no qual o sentimento, a técnica e a atitude, como já disse, faziam um papel primordial no som da banda. E isso não era possível à época comprar nem vender... tudo era conquistado. Já hoje, é adquirido.

O que vale mais?

domingo, 26 de setembro de 2010

O inquestionável


Há tempos ouve-se falar o seguinte ditado na F1: “carro 70%, piloto 30%”. Perfeito, Não? Não. O GP de Cingapura desmentiu essa verdade incontestável da F1 moderna. Alonso ganhou sem ter o melhor carro, sem ter o time mais forte sob aquela circunstância. Ganhou na garra e na vontade de ser campeão.

Para ter noção do feito de Fernando, basta olhar o arquivo da cronometragem oficial (que deveriam disponibilizar, por sinal...) . Alonso foi pontual tal qual um relógio suíço.

Num ciclo vicioso acontecia: A diferença entre Vettel e Alonso era de 1.8s a 2.3s.Vettel tirava a diferença de maneira lenta e constante até que chegasse a 1s cravado, e aí Fernando mostrava suas garras enfiando, somados nos 2º e 3º setores, cerca de 0.6s numa volta por cerca de duas vezes, repetindo-se o ciclo daí para o começo.

Chegou a ser engraçado número de vezes em que o locutor oficial proclamava a aproximação de Sebastian dizendo: “Agora vai!” e Alonso metia logo tempo de novo no alemão confundindo o coitado do narrador. E isso durante 80% de uma prova que teve o tempo próximo de 1h 58min, com nada menos que 85% de umidade relativa do ar.

Alonso imperou hoje uma hegemonia que poucas vezes vi na F1. Com um carro inferior manteve-se à frente de Vettel com a toda poderosa Red Bull que dominou todos os treinos livres, até a classificação, exceção feita ao Q3 obviamente. E gostem ou não do dito cujo, carro sozinho não faz o que o asturiano fez em Marina Bay hoje.

No mais a corrida foi uma das melhores do ano (como profetizei aqui ontem, inclusive). Destaque aos acidentes que aconteceram aos montes. Um inclusive vitimando Hamilton, ex-vice líder do mundial. E sendo honesto, cabe aqui um elogio à FIA, tão criticada por mim nos últimos tempos, que julgou de forma a não prejudicar o espetáculo os incidentes colocados sob investigação, sobretudo o de Webber e Hamilton, típico acidente explicado apenas pelas leis da física que sabiamente dizem que “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço”. Fato é que sobrou vontade, mas faltou ponderação. Paciência. Melhor para Mark e sua suspensão dianteira, cuja qual deveria mandar empalhar para pendurar na sala de estar de casa, se campeão for.

O problema crônico de largadas de Barrichello desde o início da carreira atacou de novo hoje. Mas dos males o menor. De 6º saiu, em 6º chegou. Poderia ser 5º, mas está no lucro.

Massa foi “salvo” pelas punições discutíveis a Sutil e Hulkenberg. Aos leitores mais atentos que lembram do GP do Japão de 2007, quando Massa foi até a linha de chegada numa disputa de esportividade discutível com Kubica e lembram do que disse o locutor oficial na situação, o que Felipe fez hoje não é o que se espera de um piloto da Ferrari.

O contrário de Fernando, soberbo.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sunday night ballad


Alonso, Vettel, Hamilton, Button e Webber. Os 5 juntos nas 5 primeiras posições do grid em Cingapura. Creio que a decisão não poderia ter começado melhor. Alonso pode não ter o melhor carro, mas do espanhol encardido e motivado eu é que nunca vou (e você também não deveria) duvidar. Vettel pode ter o melhor carro, mas do alemão que vai lecionando a cada domingo de F1 como se perde um título em mãos, ninguém deve lá botar muita fé como já havia dito por aqui nessa semana.

A McLaren tem seus carros na segunda fila. Posição confortável, já que não é pequena a possibilidade de ocorrer, primeiro, algo parecido com o que houve na largada de Hockenheim entre Vettel e Alonso, e segundo, Vettel mais uma vez largar mal e perder posições importantes.

Webber depende de si. Precisa largar bem, mas não deve ser combativo demais durante a prova, não seria prudente e não acredito que Mark o fará. Vai secar com o olho cada um dos outros postulantes dos quais terá perfeita visão amanhã do 5º posto.

Sem esquecer a menção honrosa a Barrichello pelo 6º lugar excelente junto ao título “Best of the Rest” de hoje, acabo esse texto profetizando a corrida boa e longa que teremos amanhã, da qual a água que cair durante o dia em Marina Bay (adoro esse nome) será peça fundamental, principalmente nos primeiros instantes da prova.

Hora extra


Voltamos hoje a meados de 2004. Christian Klien estreava na F1 na defasada Jaguar já no “pôr” de seus momentos sofríveis na categoria. Klien era ali o primeiro de uma série de jovens que a Red Bull colocaria nas pistas da F1 nos anos seguintes.

Era tido como um grande talento. Foi um dos grandes da safra de kartistas da Áustria no fim dos anos 90. Foi para Formulas em 1999, mas só obteve sucesso de fato em 2002 e 2003 quando ganhou o título alemão de Formula Renault e foi vice da Formula 3 respectivamente.

A foto acima, tirada em Montreal, retrata bem como foi o ano de Christian. Seu melhor grid do ano havia sido nessa prova, 10º, mas esse acidente com Coulthard na primeira volta acabaria ali com suas chances de pontuar pela primeira vez na carreira (fato que só ocorreria mais tarde na Bélgica) mesmo assim ainda foi 9º, beneficiado pela exclusão das Toyotas e Williams por dutos de freio irregulares.

Embora tenha sido um ano complicado, Christian abandonou apenas 4 das 18 provas, fazendo assim um bom ano para um piloto estreante dadas as condições do carro R5 e do time da Jaguar que descaradamente direcionava a grande parte de seus investimentos para o carro de Mark Webber, tido como número 1.

O tempo passou, a Jaguar virou Red Bull e hoje o lugar que era de Klien é de Webber. Ironias à parte, Christian teve carro para mostrar de que era capaz em 2005 e 2006. Uma temporada de 2006 fraquíssima fez a Red Bull trocá-lo por Robert Doornbos que já havia corrido na Minardi um ano antes.

Para Klien depois de anos como piloto de testes ficaria evidente que apenas um milagre o colocaria novamente competindo em um GP na F1. E ele aconteceu nesse fim de semana (se é que se pode chamar uma patacoada dessas de milagre). Klien correrá no HRT da câmera vermelha (melhor falar assim, já que não dá pra ver patavinas do número) domingo. Apenas figurará numa corrida de vital importância para o mundial. Verá de perto, enquanto dança com sua Hispania nas ruas de Marina Bay, aquilo que esperamos que seja um espetáculo melhor que os 2 últimos anos em Cingapura. E de certo deve ser.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

And the trophy goes to... (Parte 2)

Vettel é o segundo dos que acho que só tem chances matemáticas, mas difere de Butt

on no quesito da falta de performance. Entretanto é essa rapidez que dosada de algumas pressões fora da pista e de erros toscos dentro dela tornou a ser sua pior inimiga. Tem 7 poles no ano, tinha o carro mais rápido, tinha total apoio da equipe no começo. Então, o que acontece? Difícil dizer... mas é algo que não deva ser em sua totalidade debitado à falta de experiência e a juventude. O alemão que dava a impressão des

de bem cedo na sua carreira de ser um predestinado a torna-se campeão vai deixando escapar entre seus dedos uma oportunidade de ouro que poucos pilotos já tiveram, ou terão. E sabendo disso acredito que Vettel irá se cobrar, o que pode resultar em mais erros risíveis como os da Hungria e da Bélgica. Webbe

r agradece.

Alonso pode ser considerado "The Joker". Até antes de Monza, dava eu a Ferrari tal como um coringa em alguns jogos de baralho, descartado. Mas Alonso convenceu numa corrida irretocável em Monza que ainda pode ser tri campeão em 2010. É uma missão difícil, diria quase impossível dada a falta de um ponto forte técnico na Ferrari nas corridas que se seguem. Mas Alonso não é um piloto de quem devamos duvidar. É o único postulante que possuí apoio total do time, e isso fará diferença dado o equilíbrio das disputas e do mundial apresentados até aqui. Fernando ainda está vivo e motivado, o que pra mim é um indicador de que o espanhol pode aprontar nas últimas provas do ano.

Hamilton é meu favorito. Tem um

grande talento e é muito rápido. A interrogação que coloco na minha análise é quanto a pressão de disputa

r um título, maior ponto fraco de Lewis no biênio 2007 2008. O que me reacende essa dúvida foi a batida com Felipe Massa em Monza. Pode não ter sido nada, mas é cedo pra dizer. A seu favor tem uma equipe sólida sem rachas internos, seu talento e o fato de ter tido um ano mais retilíneo em termos de pontuação que seus rivais. Teve pouquíssimos momentos ruins nesse mundial, e em situações adversas soube fazer corridas magistrais como na Inglaterra, China e Bélgica. Trocando em miúdos, condições técnicas tem... fica por conta de seu emocional.

Por fim, evitando clichês de jogatina e apostas... esses são eles... mas só um será “O”.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cinquentenário



Sinceramente, nunca fui grande fã do Damon Hill enquanto ele corria. Achava seus feitos na pista altamente contestáveis, achava Schumacher e Villeneuve muito mais pilotos. De fato o que se pode criticar em Hill é a falta de combatividade, isso ele não era mesmo.

Porém ele é um vencedor. É um campeão. Esteve no lugar certo na hora certa com todos os méritos. Tem uma história de vida impressionante para aqueles que acham que seu sucesso foi obra exclusiva de seu nome mítico. Muito pelo contrário.

Por isso uso o espaço para homenageá-lo com esse vídeo que vi no blog do Fábio Seixas. Minhas corridas favoritas de Hill são 4: Japão 94, Argentina 95, Hungria 97 e Bélgica 98... sinta-se a vontade para opinar. Longa vida ao roqueiro inglês.

And the trophy goes to... (Parte 1)

Ano que vai acabando, temporada que vai chegando ao fim. 2010 vai morrendo mas ainda deixa acesa a disputa de um título que ao que indica será um épico do esporte a motor. 14 provas cumpridas, 5 restantes, 5 pilotos... um só levará a glória de ter seu nome esculpido na história sendo campeão da F1 em 2010.

Mark Webber era até o GP da Espanha um cara que poucos acreditavam que poderia sequer ajudar Vettel a ser campeão. Nunca foi um primor de piloto, nunca brilhou durante sua carreira. Tivesse mais idade críticos já o estariam dando como piloto aposentado em atividade. Fato é que logo após o GP da China já se comentava a saída do canguru pela porta dos fundos da Red Bull no fim do ano. Porém a partir da prova seguinte em Barcelona a história que vimos tomou contornos de uma pilotagem magnífica e consistente. Os poucos erros cometidos pelo australiano ratificam seu belíssimo mundial. O piloto mais constante da temporada foi também quem mais venceu, 4 vezes. Pode até não ser o campeão no fim das contas, mas o Webber de 2010 provou que já é um vencedor por fazer todos reverem seus conceitos sobre ele.

Button é o primeiro dos postulantes que, na minha opinião só tem chances matemáticas. Começou o ano relativamente bem, muito embora ache que suas vitórias foram mais conseqüência de condições adversas do que de exímia pilotagem. Tem a seu favor o fato de ser um piloto muito seguro e que erra pouco, porém tem em contrapartida essa própria segurança que as vezes se torna falta de performance, sendo traduzida em grids horrorosos e corridas discretas. Mesmo assim, tem, como Webber, a constância como poderosa aliada. Mas para ser campeão Jenson vai ter que fazer mais do que anda fazendo. Algo que a corrida de Monza pode muito bem tê-lo inspirado a fazer.