domingo, 30 de outubro de 2011

Resumão


Vitória; 11ª vez no ano; ponta a ponta; terceiro hat-trick na carreira. Esse foi o GP da Índia para Sebastian Vettel, o piloto do ano. O piloto que “vestiu” de forma perfeita um carro perfeito; o piloto que vai chegando onde, depois de Schumacher, poucos – ou ninguém – imaginava ser “humanamente possível”. Enfim, o piloto que tirou a graça da F1. Sua vantagem para Button, segundo no mundial, é de esmagadores 134 pontos; ou seja, Button está a cinco vitórias e um quinto lugar do alemão bicampeão do mundo. Impressionante.

O próprio Button também fez uma corrida competente. Depois de treinar mal, largou normalmente, se aproveitou de erros de Alonso e Webber nas primeiras curvas e assumiu o segundo posto pra não largar mais. Alonso conseguiu capitalizar um pódio depois de uma estratégia ruim/má condução de Webber, que trocou para os pneus duros antes da hora e perdeu ritmo. Por sinal, com um carro como o RB7, andar como Webber tem andado é simplesmente inaceitável.

Em quinto veio um dos grandes nomes do dia, Michael Schumacher. Saindo de 11º para oitavo na largada, o alemão lembrou os bons tempos de voltas alucinantes antes do pit stop, e roubou do companheiro Nico Rosberg o quinto posto - que abre briga interna na Mercedes pelo sétimo lugar no campeonato de pilotos. Cinco pontos a diferença.

Massa e Hamilton tiveram encontrão pela quinta vez no ano. Contando: Mônaco, Inglaterra, Cingapura, Japão, e agora Índia (esqueci alguma?). Hoje, a impressão foi de que Massa viu Lewis, e jogou seu carro na tangência da curva na intenção de que o inglês tirasse seu McLaren e desistisse da disputa na freada. Hamilton não fez isso, e Massa o fechou. Culpa total de Felipe, que levou um justo drive-through.

Mas Massa ainda faria mais. Depois de errar ontem na curva 8 e quebrar sua suspensão dianteira direita, hoje foi a vez errar na 9 e quebrar sua suspensão dianteira esquerda da mesma forma, na “tartaruga” de dentro da zebra. Outra corrida péssima para Felipe Massa em 2011.

Boa prova de Jaime Alguersuari, em oitavo, e Sérgio Pérez - que numa tática bem inusitada, largou de pneus duros, fez uma volta, foi ao Box e usou o resto da prova pneus macios. Décimo lugar para o “mexica”.

O herói da casa, Karthikeyan, foi show à parte. Tocou Trulli na curva três na primeira volta e levou bronca de três pilotos diferentes (pelo menos que a TV pegou: Pérez, Senna e Webber) durante a prova por não sair da frente com sua carroça Hispânica. É...

Não foi um épico o primeiro GP da Índia. Mas teve lá sua graça, na minha opinião. Foi também um belo resumão do que foi esse ano. Vettel sobrando na ponta, Button e Alonso sólidos mais atrás, Webber devendo bastante, Hamilton tendo problemas e azares em, sobretudo, disputas, e Massa sempre aquém das previsões. Se foi uma corrida em clima de amistoso, pelo menos deu pra sintetizar uma temporada que parece que vai soar meio apagada em um futuro não tão distante.

sábado, 29 de outubro de 2011

"Quando quero, eu faço"



Virou uma coisa voluntária. É só Sebastian Vettel fazer questão, que ela vem. Ela – a pole position – mais uma vez é dele. 28ª na carreira (empata com Fangio), 13ª no ano (está a uma do recorde de 1992 de Nigel Mansell). A acrescentar? Mais nada.

Em segundo teríamos Hamilton... teríamos, porque o inglês (e também Sérgio Pérez, da Sauber) perdeu três posições no grid de largada, depois ignorar bandeiras amarelas no primeiro treino livre de ontem. Vai sair de quinto, mas pode surpreender amanhã. Quem vai sair em segundo é o companheiro de Vettel, o insípido, incolor e inodoro canguru Mark Webber; atrás de um vice-mundial como se fosse algo grandioso pra quem tem um carro como o RB7. Simplesmente obrigação.

Button, num treino meio apagado (teve que usar pneus moles para passar do Q1), foi o quarto, e Alonso, num bom dia, vai sair em terceiro lugar. Azar de Massa, o único que não ganhou a posição de Hamilton dos grandes, graças a uma quebra (bem estranha, diga-se) de suspensão depois de passar em cima de uma “tartaruga” numa zebra na curva 8 e ir à caixa de brita na 9.

Outro excelente treino das Toro Rosso’s, chegando ao Q3. Buemi - pelo numeral 18 - sai em nono e Alguersuari - com o 19 - em décimo. Sutil, no primeiro GP de casa de sua equipe, sairá num bom oitavo. (Cabe o parêntese: Algo tem que ser feito imediatamente para que as últimas posições do Q3 não sejam mais definidas pelos números dos carros)

Treino ruim de Kobayashi e Bruno Senna. Koba nem de longe lembra aquele piloto que era no início da temporada. A Sauber decaiu, e o japonês, muito mais do que Pérez, sentiu o baque – não pontua desde Julho. Senna também não anda tendo mais a mesma força. Depois de grandes performances nos primeiros treinos, o sobrinho não anda mais fazendo por onde; assim – com dois pontos na tabela apenas – vai ficar difícil lutar por vaga na Renault.

Enfim, não consigo fazer prognósticos para a corrida. Deve ser movimentada, mas nem tanto pelo desgaste de borracha, já que a Pirelli levou os compostos duros. A pista tem grandes retas e duas zonas de ativação do DRS (reta dos pits e depois da curva três), devemos ter bastante ultrapassagens, o que deve embolar bastante a corrida. A pista tem grandes áreas de escape, o que torna difícil um acidente que precise da intervenção do Safety Car.

O desenho do circuito: Não é um tabuleiro como Yeongam, pelo contrário, tem um relevo bem acentuado. É uma pista seletiva, mas cheias de área de escape de asfalto. Tem curvas travadas e partes rápidas onde a aderência aerodinâmica manda. Em suma, um tilkódromo com aclives e declives. Que não esperemos algo muito épico.

Obs: O salve do dia vai para Trulli e seu capacete em homenagem a Simoncelli. A F1 não é um meio tão frio e seco, afinal...

domingo, 23 de outubro de 2011

Semana negra



Paixão. Ela move o ser humano a fazer coisas que são contra sua natureza instintiva de sobreviver a cada dia. Corridas de carro e moto se encontram classificadas aí – ou alguém vê algum sentido em dar voltas em círculos durante mais de uma hora a 300 Km/h?

Posso dizer por mim, que se tivesse condições para ingressar numa destas modalidades quando era menor, não titubearia. Iria cheio de vontade e aprenderia a não pensar em riscos – que é o que fazem os pilotos, anestesiam dentro de suas cabeças quaisquer riscos que por ventura o esporte a motor possa trazer. Seria como se você visse acontecendo com os outros e se achasse super protegido por não ser com você; algo como uma aura diferenciada.

Sabemos que não é assim.

Sinceramente, nunca fui muito fã de Dan Wheldon. O inglês - mesmo sendo inglês - não andava bem, não importa a circunstância, em circuitos mistos na época que dirigia para Andretti-Green e Chip Ganassi. Pensava em Dan como um cara de sorte, que esteve no lugar certo na hora certa. Venceu uma vez as 500 milhas de Indianápolis e um campeonato que, na minha opinião, teve muito de sorte nos momentos chave.

Wheldon vinha tendo um 2011 de sonho. Liderou uma volta da Indy 500; a que importava. A volta que lhe concedeu sua segunda visita ao Victory Lane de Indianápolis. A volta que guinou sua vida. Graças àquela volta, Dan atingiu o status pela mídia de gênio subestimado (pra mim, mais subestimado do que gênio). Ganhou de presente desenvolver o chassi 2012 da Indy, o que lhe colocaria certamente em alguma equipe séria na próxima temporada.

Faria as duas últimas corridas do ano como uma estrela - principalmente a última, onde, se ganhasse, faturaria cinco milhões de dólares a serem divididos com um torcedor. A história de uma decisão de campeonato com os dois postulantes largando no meio do grid e Dan saindo de último numa “missão impossível” de vencer parecia ser um clássico. Não foi... muito pelo contrário, como já sabemos há uma semana.

Marco Simoncelli vinha tendo um ano bom também. Duas pole-positions e dois pódios; sendo piloto de equipe privada na MotoGP atual (embora tivesse uma Honda dita oficial), são feitos notáveis. Feitos que também se deveram a seu arrojo excessivo e falta de responsabilidade em alguns momentos. Os mais famosos deles: Em Le Mans, quando Pedrosa fraturou seu ombro numa fechada de Marco; e em Assen, quando na primeira curva pra esquerda (lado frio do pneu, já que as quatro primeiras são para a direita) errou e abalroou Jorge Lorenzo – alguém com quem Sic já estava tendo atritos fora da pista desde o fim do ano passado.

Desde essa corrida na Holanda, Marco parecia ter domado seu ímpeto. Seu primeiro pódio na República Tcheca e seu segundo na última corrida em Phillip Island, depois de uma disputa com seu rival de longa data, Andrea Dovizioso, parecia que abriria de vez a porta para uma iminente primeira vitória. Seu contrato com a Gresini foi estendido em mais um ano, junto ao patrocínio da empresa italiana alimentícia San Carlo. Simoncelli também teria no ano que vem uma Honda de fábrica. Parecia entrar no clube dos grandes. Até mesmo por seus atos, já que, contra a vontade da Honda, insistiu em permanecer com a mesma equipe de mecânicos desde seu começo na 125cc, no lugar de um time novo, vindo da fábrica japonesa.

Sepang já era um circuito de muita simbologia para ele. Foi lá, durante a pré-temporada de 2010, onde sofreu seu pior acidente da vida até então. Caiu e rachou seu capacete. Foi colocada em dúvida sua participação no início do ano. Mas Sic deu a volta por cima e provou que, sendo campeão das 250cc em 2008 (título conquistado também na Malásia), este seria o menor dentre seus desafios.

Hoje, lá em Sepang, Marco encontrou o destino (não, não tem outra palavra). Quarto colocado, numa disputa de tirar o fôlego com Álvaro Bautista, saiu de frente na saída da curva 11, e, tentando arremeter - depois de ser ultrapassado pelo espanhol e por Nicky Hayden - teve seu corpo (apenas o corpo, não a moto) acertado em cheio por Colin Edwards e Valentino Rossi.

Assistir ao vivo algo dessa forma é algo muito chocante. Fui dormir, e acordei com a notícia. Sinceramente, você pensa em não assistir mais às corridas... mas logo lembra a que dedicou praticamente sua vida inteira amando. F1 veio de berço, mas MotoGP veio com a idade e este jogo. Vi a morte de Daijiro Kato em Suzuka em 2003, vi a de Shoya Tomizawa em Misano em 2010. Por mais que tenha sido forte nessas ocasiões, dessa vez foi diferente. Admirava Marco, torcia e até, de certa forma, me identificava com ele, seu estilo... e porque não, seu cabelo (até Julho, rs).

Acabei decidindo, enquanto escrevia esse texto, que vou continuar assistindo às provas. Tenho certeza que só assim vou conseguir passar por isso – lembrando pelo quê assisti e vibrei nesses últimos nove anos como apaixonado pelas corridas de moto.

De qualquer forma, duas mortes em uma semana em nossas vidas automobilísticas; caras que víamos há muito tempo dividindo freadas, vencendo, batendo e perdendo. Conhecidos nossos há algum tempo... gente que recebíamos em casa, por assim dizer.

Estou sentindo como se realmente tivesse perdido dois parentes. Que o tempo console estas perdas... que sigamos em frente... embora agora seja difícil, confesso.
Non si scorda mai, mentre io vivo, Marco. Addio.
Mensagem por celular de Marco a Dani Pedrosa em razão do acidente na França. Como disse TK depois de postar uma foto junto de Wheldon, "é assim que devemos lembrar dele".

domingo, 16 de outubro de 2011

Triunfantes irretocáveis



E Vettel venceu mais uma. Sem dificuldade, sem desafiantes, com domínio e constância do bi-campeão que se tornou semana passada. Sua primeira vitória como bi do mundo foi pra lá de fácil, como grande parte das corridas neste ano. Se livrou de Hamilton logo na terceira curva para não largar mais o primeiro lugar real da prova. Décima vitória do ano para Sebastian Vettel, e, para Red Bull, a confirmação do título de construtores de 2011.

Red Bull que também conta com os serviços de Mark Webber, que passou mais de 50 voltas logo atrás de Lewis Hamilton e não foi capaz de ameaçá-lo devidamente na zona do DRS. Não que Hamilton seja um piloto fácil de se ultrapassar, mas Webber com ritmo superior de corrida passou Lewis apenas uma vez (graças a Trulli, diga-se) e levou o troco do esperto Hamilton em seguida, já que havia passado atrás de Mark na zona de ativação do DRS. Do jeito que vai, Webber mesmo tendo um carro de sonho, vai terminar o ano amargando a falta de uma vitória... algo que não podemos dizer ser injusto.

Boa corrida de Felipe Massa, como não se via desde a China, em Abril(!). Massa partiu bem e conseguiu na terceira curva sua segunda dupla ultrapassagem na carreira (primeira foi em Rubinho e Kova no Canadá 08). O que fez Felipe chegar atrás de Alonso hoje foi o excelente e incomum ritmo do espanhol com pnus gastos no final do segundo stint. Não só passou Massa, como chegou coladinho em Button, no quinto lugar. Uma prova cabal da diferença entre os dois pilotos da Ferrari. Enquanto Massa é um ótimo piloto, Fernando Alonso é um fenômeno.

Excepcional prova de Jaime Alguersuari, sua melhor na F1, chegando a um brilhante sétimo lugar. Jaime que começou o ano mal, perdendo para Buemi, agora tem a situação totalmente favorável na Toro Rosso. Se o que dizem é verdade, que apenas um dos pilotos continuará para o ano que vem, o espanhol vai conseguindo uma bela virada no suíço parceiro de equipe – que, a propósito, chegou em nono, confirmando o bom dia da equipe B da Red Bull.

O destaque negativo é só um: A equipe Sauber. Uma queda livre desde o meio da temporada que vai compilando na perda de duas posições no campeonato de construtores. Uma já foi para a Force India, outra pode ir nas próximas corridas para a Toro Rosso. O problema principal do time suíço é Kobayashi, que não pontua desde o GP da Alemanha, em Julho. Pérez vem conseguindo o que já conseguia no início do ano; Koba é que anda devendo.

Décima vitória de Vettel em 2011. Vigésima na carreira. Quinze pódios em dezesseis provas em 2011. Dizer mais o quê? Nada. Como dissemos semana passada, só o começo - não só para ele, como para a também bi-campeã Red Bull. Num GP da Coréia que pode não ter sido épico como o do ano passado, mas foi na média. Deu pra “valer” um pouco.

sábado, 15 de outubro de 2011

Tudo estranho


Com frieza e passividade. Foi assim que Lewis Hamilton viu sua primeira pole position no ano, no GP 700 da história da McLaren. Pela primeira vez em 2011, um piloto conseguiu bater os dois Red Bulls num treino classificatório, e viu isso com um ar de desdém incomum até para alguém que por ventura tenha errado em sua volta rápida. Algo acontece com Hamilton, não é aquele piloto que vimos feliz e extasiado por suas conquistas notáveis em 2007 e 2008. Essa foi a 19ª pole de Lewis na F1, de longe, na minha opinião, a mais brilhante, já que foi o primeiro a bater um carro até então imbatível.

Os Red Bulls mostraram hoje uma tática muito diferente da qual estamos acostumados a ver em classificações. Usaram o composto mais macio disponível nas três fases do treino classificatório. Algo estranhíssimo, quando lembramos que é ele o tipo de borracha mais rápido e que poderá fazer (muita) falta durante as 55 voltas da prova. Uma aposta consideravelmente arriscada do time austríaco; a ver se dará certo - com certeza jogará mais tempero na prova. Vettel será o segundo e Webber o quarto; Button o terceiro, completando o Top 4.

Massa nas últimas seis provas desbancou Alonso em quatro oportunidades em treinos classificatórios. Parece ter encontrado o máximo do carro na volta lançada. No que Felipe precisa se ater agora é em manter esse bom ritmo durante a corrida toda, sua grande deficiência em 2011. Tem outra boa chance agora, sairá em quinto com Alonso em sexto.

Boa classificação de Petrov e das Force Indias, de novo. Mais pontos são esperados para que o time indiano chegue à sua primeira corrida em casa em alta. Algo que não será muito difícil de acontecer. Di Resta e Sutil têm sido as melhores surpresas desta metade final de mundial. Nono para o escocês e décimo para o alemão, graças a uma volta aberta por Di Resta.

De negativo: o rendimento da Sauber, a surpreendente classificação ruim de Bruno Senna e outro fracasso da Williams. Barrichello deveria olhar esta 18º posição e eliminação no Q1 como algo a ser refletido. Será que vale a pena lutar por isso? Como já disse aqui, Rubinho não merece ter sua carreira encerrada dessa maneira contra vontade própria. Infelizmente ele não pensa assim... vejamos o desfecho disso.

O circuito de Yeongam é bem técnico. Veremos se ele será capaz de proporcionar uma corrida boa como foi a do ano passado. Ao que parece, tem bons pontos de ultrapassagem, e, apesar de ter vastas áreas de escape em alguns pontos, não perdoa erros em outros. Enfim, essa corrida – melhor dizendo, esse amistoso - até que promete.

domingo, 9 de outubro de 2011

Só o começo...


Simpático, jovem e carismático. Bi do mundo com 33 pódios, 27 pole positions (sétimo da história) e 19 vitórias (nove só neste ano). Esse é Sebastian Vettel. Uma espécie de homem vitruviano do automobilismo atual. Já é possível dizer que vivemos uma “era Vettel”, assim como há pouco vivemos uma “era Schumacher” e uma “era Alonso”. O domínio do alemão, junto à perfeita extensão de seu corpo - como podemos nos referir ao RB7, por que não - fizeram e ainda podem fazer o que pouquíssimos pilotos na história da F1 já fizeram, dominar amplamente a categoria automobilística “mais top” do mundo.

Por essa ótica, foi até bom o carro de Jenson Button, o vencedor, não ter combustível para dar a volta da vitória. Todos os holofotes foram para aquele que já está dentro da lista dos dez maiores fenômenos da F1. Rei da precocidade, Vettel estreou pontuando no obscuro GP dos EUA de 2007 pela BMW, depois de Kubica ter sofrido seu famoso acidente no Canadá. Sebastian assumiu a vaga de piloto de testes no time da montadora germânica um ano antes, aos 18 anos de idade, depois da demissão de Villeneuve e da promoção de Kubica a titular. A história do alemão na F1 começou com esse treino. Algo espantoso, já de cara.

Nessa madrugada, depois de ser o mais jovem a correr num fim de semana de GP (Turquia 2006), o mais jovem a marcar um ponto numa corrida de F1 (EUA 2007), a fazer uma pole position (Itália 2008), a ganhar uma corrida (Itália 2008), a fazer um “hat-trick” (Inglaterra 2009) e a levar um campeonato pra casa (Abu Dhabi 2010), Vettel se tornou o mais novo a ser bicampeão do mundo.

24 anos. Pois é, este é só o começo...

Uma corrida normal


O GP do Japão foi abaixo do que se esperava? Foi sim. Suzuka, desde 2009, dá a nítida impressão de ser um circuito “ultrapassado” para o padrão ultra-aerodinâmico da F1 atual, no qual pistas para terem corridas disputadas precisam de um ponto de ultrapassagem claríssimo. Traduzindo para o português: curva de média, reta grande e freada brusca. Suzuka não tem isso. De qualquer forma, não deixa de ser um templo mítico do automobilismo, e um lugar sempre visto com bons olhos pelo amante das corridas.

Button talvez tenha feito a corrida mais consistente da carreira. Sua primeira vitória na McLaren com sol a pino foi dosada de paciência e grande talento. Paciência, por ter perdido a chance de pular na frente na largada por levar uma fechada de Vettel e, por conseqüência, uma ultrapassagem de Hamilton. Talento, porque viu Lewis e Sebastian terem problemas de pneu após os dois primeiros stints, enquanto ele os poupava à perfeição. Mereceu a vitória, todos os elogios e a fase que vive.

Jenson torna-se assim, o maior favorito ao vice mundial, já que Webber só tem carro, Alonso não tem carro e Hamilton anda tendo panes cerebrais enquanto dirige. Sob esta leitura, Button é o homem.

Boa corrida de Alonso, que soube poupar pneus muito bem também (2º); relativamente boa a de Webber(4º); ruim a de Hamilton (5º, o que acontece com este ser?) e péssima a de Felipe Massa (7º). Esse foi o G7 (já que Schumacher foi o sexto), animado que foi por mais um encontrão de Massa e Hamilton, que ocasionou um Safety Car por detritos do carro de Felipe. Uma americanização desnecessária feita pela FIA, no meu ver.

Excelentes corridas de Schumacher - que merece um pódio até o fim do ano, Rosberg – de 23º para décimo, e Sergio Perez, oitavo. Perez brilhou no Japão; saiu em 17º, fez duas paradas apenas, e virando tempos ótimos durante os stints, chegou num merecido oitavo lugar. Quase levou sua primeira volta mais rápida de corrida, mas Button lhe roubou a duas voltas do fim, quando respondia ao ataque de Fernando Alonso.

Corrida ruim de Kobayashi e Bruno Senna. Só perderam posições desde o momento que largaram. Muito azar de Buemi, que vinha numa ótima estratégia e ótima performance, até ter a corrida estragada por um pneu dianteiro direito mal colocado. Pontuaria certamente o suíço.

Não foi uma corrida lá memorável. Não foi ruim. O termo é: morna. Nem quente, nem gelada; um meio termo. Semana que vem tem Coréia, uma pista que passará por uma prova de fogo, já que a corrida do ano passado foi épica... mas foi com chuva. Vamos ver - se não chover, óbvio – se o tilkódromo de Yeongam merece a F1. Torço pra que sim.

sábado, 8 de outubro de 2011

Um ponto e um dia


Um ponto e um dia. É isso que falta para Sebastian Vettel se tornar bi-campeão do mundo. De novo – como praticamente este ano inteiro – o alemão na hora H tirou um tempo da cartola na última volta do Q3. O resultado é a décima segunda pole do ano para o futuro campeão, agora isolado em sétimo lugar no ranking das poles de todos os tempos.

Button foi o segundo – mesmo liderando todos os treinos, não foi hoje que Jenson colocou fim ao jejum de dois anos e meio sem uma pole position. Hamilton terceiro com a marra e a prepotência de que poderia ter feito mais. Querem saber? Eu também acho que sim... mas assim como na Hungria, deu a Vettel, por erros no Q3, o direito do lugar de honra.

Massa conseguiu um ótimo resultado com o quarto lugar, à frente de Alonso e Webber (Mark... who?). Para o brasileiro é aquela velha história do ritmo de corrida – tem que andar no ritmo para não ter outro fim de semana ruim. Webber, andando com o carro que tem e fazendo o que faz, sinceramente, me desperta um profundo desprezo. Prefiro nem comentar.

Falando dos destaques positivos, fico com os quatro agregados ao Q3, sobretudo Kobayashi – que tem o melhor grid da vida, em sétimo – e Bruno Senna, que apesar de uma batida no último treino livre, conseguiu colocar o carro no Q3. O maior problema para Bruno foi ter usado seus pneus macios desde o Q1, muito embora vá largar de duros. Usou os três jogos de pneus macios e isso poderá fazer alguma diferença na prova.

Os dois que restam, Petrov e Schumacher, também fizeram bons treinos e também tiveram grande ritmo. 10º e 8º. De maneira inédita, nenhum dos “quatro agregados do Q3” marcou tempo. A ordem que deveria basear-se nas outras fases do treino acabou privilegiando uma volta aberta e não concluída de Kobayashi, o numeral 7 (isso mesmo, o número do carro) de Schumacher e o 9 de Bruno Senna. Azar de Petrov e seu número 10.

Não há como falar de destaques negativos, todos estão em seus devidos lugares hoje. O que houve foi a falta de sorte de Rosberg e Pérez no Q1 e Q2, respectivamente. Ambos por problemas hidráulicos largam em 23º e 17º, nesta ordem.

Da corrida, falar o quê? Pode ser boa? Sim... aliás, tomara que seja. O título e um campeonato tão irrepreensível da parte de Sebastian Vettel merecem um desfecho bacana.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O gesto do ano


O japonês Shinichi Ito (ou Itoh, com H) fez parte e viu da pista a melhor geração das 500cc no início da penúltima década. Itoh simplesmente dividiu o Box da HRC com os campeões mundiais Mick Doohan e Alex Crivillé, além de seu compatriota Tadayuki Okada, entre 1993 e 1996. O maior de seus recordes enquanto piloto no campeonato mundial veio em 1993, durante o GP da Alemanha, quando se tornou o primeiro piloto da história a ultrapassar as 200 milhas horárias. Além disso, naquele fim de semana, Shinichi conquistaria o primeiro de seus seis pódios na MotoGP.

O tempo passou, e Itoh participou de forma errante como “wild card” de algumas corridas na década passada, depois de deixar de fazer o campeonato inteiro após 1996. Seus maiores feitos de lá pra cá foram fazer cinco poles e vencer três vezes as 8 horas de Suzuka, prova de grande renome no calendário de endurance no motociclismo mundial. Também foi campeão da Superbike japonesa. Depois de uma passagem pela Ducati, em 2007 Shinichi Itoh abandonou a carreira profissional aos 40 anos de idade.

Neste ano, o piloto japonês foi encorajado a voltar de sua aposentadoria. O forte terremoto que atingiu o Japão no início desse ano deixou sete familiares seus mortos. Ante ao momento difícil, a Honda o convenceu a participar das 8 horas de Suzuka novamante, dessa vez, ao lado de outro ex-MotoGP, Ryuchi Kiyonari. O resultado foi uma bela e inesperada vitória.

E foi representando esta volta por cima de Shinichi ilustrada por este triunfo, que a Honda lhe concedeu uma moto especial, lembrando a antiga pintura da HRC, para disputar o GP do Japão neste último domingo. Sua participação seria dedicada ao povo japonês, como um símbolo de vitória após a tragédia. Itoh foi o último no grid de largada, e o último dos que completaram a prova agitada e desgastante em Motegi – chegou em 13º e somou três pontos no campeonato. Tudo isso aos 44 anos de idade.

Independente do desempenho, essa é uma daquelas atitudes bacanas que nos fazem ainda ter esperança no coração humano. Uma empresa mundial como a Honda Racing Corporation tirou da aposentadoria um ex-piloto afetado por um desastre natural para que representasse a volta por cima de um povo frente ao mundo.

Definitivamente essa foi a melhor ação do ano.

domingo, 2 de outubro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.8)


Como já notaram, não costumo colocar vídeos ao vivo das bandas que são tema deste quadro; acho que não precisa e que é melhor você ouvir a música fazendo outra coisa. Resolvi fazer uma exceção. Esse vídeo é épico. Além do som ser um dos melhores do Pantera, o vídeo mostra Zakk Wylde entrando em cena, solando na guitarra e ganhando cerveja na boca de Dimebag Darrell. Grande momento!