quarta-feira, 28 de março de 2012

Uma imagem... que traduz uma corrida



Viu o print? É. Não há mais o que dizer. Perez brilhou, Alonso venceu e Massa... bom, quase levou uma volta. O GP da Malásia de 2012 foi o fundo do poço para o brasileiro da Ferrari. Depois de um dia em que seu companheiro de equipe ganhou, o grande pretendente à sua vaga chegou em segundo - por pouco não vencendo a prova -, e Felipe chegou basicamente em último, sendo ultrapassado diversas vezes na pista, e quase levando uma volta (como vemos acima), não tem como ir mais fundo... mesmo.

Para piorar, Massa ainda tem uma campanha no mundial pior do que, por exemplo, a do estreante Charles Pic da fraquíssima Marussia. Um time que sequer fez a pré-temporada. 



Já Alonso, é o líder após duas corridas.

Esse não é o Massa. Simplesmente não é possível. Talvez um dia saibamos o que tem acontecido com Felipe nesses últimos tempos, mas por ora é impossível pensar em algo plausível. O GP da Malásia de 2012 foi uma das piores apresentações que alguém já fez na F1 com um carro de ponta. Com o mesmo carro, diga-se, de quem ganhou a prova.

Button e Vettel tiveram seus "dias de Hamilton" e “acharam” Karthikeyan pela pista. Um teve culpa, e o outro, como o mesmo disse, encontrou o poste indiano e praticamente acabou com suas chances na prova.

Excelente prova de Kimi Raikkonen, lembrando 2008, conseguindo a melhor volta da prova no fim da corrida. Ótima corrida também de Bruno Senna, que finalmente colocou sua Williams nos pontos, em 6º lugar, mesmo chegando a ser último durante a prova. Um resultado melhor do que o ano passado inteiro do time de Grove. Muito bom.

Figurando nos destaque negativos, Grosjean, que mais uma vez provou estar verde, a Mercedes, que virou abóbora na corrida, e a Red Bull, que não lembra nem de longe seu ritmo de 2011.

Sintetizando, o GP da Malásia foi isso. Na verdade foi muito mais. Foi uma das melhores corridas dos últimos tempos. Mas como o assunto já está meio frio, melhor ficar por aqui. Os grandes destaques foram Perez e Massa. Um por colocar seu nome como a maior promessa da F1 em 2012; o outro por não condizer com aquilo que se espera dele há pelo menos um ano e meio. Pensando bem, agora não seria mais tão injusto se Massa perdesse seu lugar na Ferrari. Felipe não é o mesmo, e aparenta estagnação. Estagnação que já beira o regresso.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tocando nas feridas

Sempre disse a todos que Fisichella talvez seja (talvez não, é) meu piloto favorito. Até tem um porquê. Comecei a ver F1 de verdade em 1997. Neste ano, Giancarlo foi tido como a maior revelação. Fez dois pódios, reagiu após um início de temporada atrás de Ralf Schumacher na Jordan e liderou suas primeiras voltas convincentemente em um GP, o da Alemanha - que inclusive pode ser visto como ponto de partida para a torcida, com Fisico levando o carro a três rodas para o pit no finzinho da prova, deixando cair entre os dedos um sensacional segundo lugar.


O italiano teve defeitos, sei e assumo-os. Talvez as maiores burradas de Giancarlo tenham sido em Sepang. Fisichella conseguiu a proeza de errar duas vezes a fila de largada na Malásia. Uma vez em 2001, de Benetton, largando de 16º (abaixo aos 0:36 do primeiro vídeo); outra em 2003, de Jordan, largando em 14º (aos 0:31 do segundo vídeo). Na primeira, a largada foi cancelada. Fisico partiu do fim do grid e abandonou com problemas na bomba de combustível na volta 32. Já na segunda, o italiano deu ré e arrumou seu EJ13 na posição... mas na hora da largada deixou seu motor apagar. O resultado da prova fala em problema elétrico graças à versão oficial da Jordan. Bobagem.




Pelo menos em 2006 ele se vingou dos azares. Ganhou sua última corrida na F1 em grande estilo saindo da pole position; liderando, assim, a primeira dobradinha da Renault desde o GP da França de 1982. Algo de respeito.


P.S.: Se você curte a página do Total Race no Facebook e viu alguém fazendo uma pergunta sobre isso nos últimos dias, saiba que fui eu. Sim, estou trabalhando por aquelas bandas! Se não estão curtindo a página, tratem de dar um jeito nisso... e rápido. E siga no Twitter, claro.


P.S.2: É provável que o blog fique um pouco às moscas nesse fim de semana. Se tudo der certo, estarei meio "ocupado".

domingo, 18 de março de 2012

Constância vs. Arrojo


O início de 2012 promete ser um duelo sobretudo interno, pelo que se viu na Austrália. Se ontem nos perguntávamos se a McLaren tinha o carro do ano, hoje sabemos que tem. Pelo menos até que a Red Bull ou a Mercedes cheguem, ou que a Ferrari consiga fazer um milagre (como disse, um milagre). Para as próximas três corridas, no leste e meio-leste globais, a ordem (acho eu) não mudará, ainda que passemos por autódromos totalmente diferentes de Melbourne – como Sepang, Xangai e Sakhir.

Teremos o duelo do racional Button, contra o agressivo Hamilton. A “fotografia do fim de semana” mostra muito bem as respectivas características. Hamilton, aguerrido, deu uma volta fantástica na primeira tentativa do Q3 e fez com que ninguém chegasse perto de sua pole. Na corrida, Button largou melhor e bateu Hamilton sistematicamente no início da prova, colocando de três a quatro segundos rapidamente e controlando Lewis, que, por sua vez, abusou dos pneus no segundo stint da prova, quando estava 10 segundos atrás de Button graças a Sergio Perez, em tática diferente.

Quando se livrou do mexicano, Hamilton colocou voltas fantásticas meio segundo mais rápidas que Button. Seus pneus traseiros não aguentaram, e o azar fez com que perdesse o segundo lugar para Vettel num inoportuno Safety Car. Foi só primeira luta, virão outras batalhas para Lewis se redimir. Resta saber se o clima de amizade entre os dois continuará reinando.

Enfim, Button primeiro, Vettel segundo e Hamilton terceiro. Um pódio sem muitas novidades, depois de uma classificação embaralhada. Webber foi quarto, mesmo enfrentando problemas após toque com Hulkenberg na largada, e Alonso – tirando um navio da cartola – foi quinto.

Grosjean, Maldonado e Schumacher, grandes surpresas do grid, não chegaram. Os dois primeiros aprontaram. Da primeira vez juntos: Um toque de corrida que quebrou o eixo dianteiro de Romain no início da prova. Da segunda: Maldonado, sozinho, na última volta, tentando alcançar Alonso “errou no pé” e encheu a parede depois de rodar. Um sexto lugar que era certo para a Williams, que, mais do que nunca, estava precisando. Schummy era terceiro, mas um problema no câmbio lhe tirou um ótimo resultado que poderia vir a conquistar. Pelo menos sabe agora que a Mercedes tem um carro capaz.

Melhor, sobretudo, para Kobayashi e Raikkonen. Oportunistas, além de aproveitar esses azares, viram na última volta um incidente entre Rosberg e Pérez (que não poderei comentar pelo fato da TV do BBB ter cortado para uma mensagem inadiável de seus patrocinadores) e foram sexto e sétimos, respectivamente.

Pérez oitavo, Ricciardo nono e Di Resta – arrancando na última curva o primeiro ponto de Vergne, na primeira prova do francês na F1 – décimo. Aliás, quando vemos Daniel Ricciardo em nono, é fácil esquecer de um fato. Bruno Senna e Felipe Massa estavam à frente do australiano quando se acharam na curva 4. Podiam ter pontuado. Um fim de semana horroroso pros dois; especialmente para Massa, que vê Alonso já há 10 pontos de distância no mundial, e seu ritmo de corrida hoje nem de longe lembrou o do espanhol.

Próxima corrida, semana que vem, Sepang. Lá, provavelmente, teremos algo menos atípico para avaliar melhor o panorama. Não fosse o Safety Car, as McLaren teriam despencado na frente sem chance pra ninguém. Veremos se confirmam o favoritismo nos autódromos permanentes pela primeira vez daqui sete dias.

sábado, 17 de março de 2012

Justiça visual


E as linhas harmônicas e prateadas venceram os ornitorrincos/degraus/tubarões do resto. As duas McLarens largarão na primeira fila em Melbourne. Dessa vez, os treinos livres não foram apenas blefe. A McLaren desde sexta-feira vinha com ritmo excelente, e confirmou no qualifying. Carro a ser batido nas primeiras provas? Cedo pra dizer ainda... mas é o melhor começo de Woking desde que Martin Whitmarsh se tornou diretor. Hamilton, tentando esquecer os fantasmas pessoais de 2011, é primeiro (volta que conseguiu na primeira das duas no Q3); Button, depois de errar em sua tentativa, segundo.

As (gratas) surpresas começam já na segunda fila. Um terceiro lugar digno de aplauso de pé em cima do sofá às 4 da manhã de Romain Grosjean, e um animador quarto lugar para Michael Schumacher – sua melhor classificação desde que voltou à F1, e a primeira vez na vida que se classifica à frente de Vettel.

A história de Romain está apenas no começo na F1 e tudo pode dar errado a partir daqui, mas esse terceiro lugar já é digno de filme. O companheiro Kimi Raikkonen, sem se entender com o carro o fim de semana inteiro, foi apenas o 18º (largará em 17º graças a uma troca de cambia de Pérez), o que lhe mais méritos ainda. Boa, francês!

Red Bull's na terceira fila. Vettel não largava fora das duas primeiras filas desde o GP da Itália de 2010, lá se vai um ano e meio. Uma posição diferente, mas não de todo decepcionante. Webber vai ser o quinto, e o campeão apenas sexto. Vejamos o ritmo de prova.

Pra quem achava que a Ferrari já tinha dado amarguras suficientes em 2011, o treino de hoje foi negativamente revelador. Os carros rubros não têm ritmo algum. Massa principalmente. Depois de Alonso, lutando com o carro, rodar e parar na brita no início do Q2 – quando ainda tinha o quarto tempo – Felipe não chegou nem perto. Ficou a homéricos 1.003s de um cara que tem o mesmo carro e deu uma volta lançada apenas. É coisa demais. 12º para Alonso e 16º pra Felipe Massa.

Ótimo treino de Maldonado, em oitavo. Um bom começo pra um time que anda precisando voltar ao pelotão do meio pra frente, a Williams. Bruno Senna só o 14º. Bom treino de Hulkenberg em nono, e um decepcionante de Di Resta em 15º. Esperava mais dos indianos.

Sem as Hispania's no grid, teremos apenas 22 carros largando no Albert Park às 3 da manhã. Os carros do time espanhol nos ensinaram o verdadeiro sentido do termo “chicane ambulante”. Em qual fosse o trecho da pista, todos tinham que desviar. Ficaram a não menos que 1.3s do tempo mínimo para se classificar. Sem cabimento.

Quanto à corrida, difícil prever algo. Com pneus que não se desgastam tanto como ano passado, a receita para uma boa corrida pode não estar em ser conservador. Por outro lado, a tradição da Austrália é ter corridas movimentadas em que o importante é chegar. E com um grid totalmente embaralhado, está aí o dilema pra ser resolvido, cada um de seu jeito, em 58 imperdíveis voltas.

terça-feira, 13 de março de 2012

Rivalidade B


Há 20 anos Mansell e Senna disputavam a última corrida juntos. Talvez essa rivalidade não tenha ficado em primeiro plano na carreira de ambos – já que os dois tinham outros algozes com mais história (Piquet e Prost, respectivamente) – mas, sim, ela existiu. O GP na Austrália que marcou o último encontro dos dois, também foi cenário de duas grandes despedidas.

A primeira era a do próprio Mansell, que estava de saída da Williams após o time ter assinado com Alain Prost para 1993 sem consultá-lo. Nigel já havia tido um ano de desavenças com o francês na Ferrari, em 1990, e não pagaria pra ver outra temporada desagradável com Alain ao lado. Mas, de qualquer forma, antes disso, a própria Williams já havia tomado sua decisão. Achava besteira conservar nitroglicerina pura (Prost e Mansell) dentro de casa, tanto do lado da convivência, quanto do lado monetário (campeão do mundo em 1992, Nigel pedia mais dinheiro do que Frank Williams queria pagar).

Dispensado, Mansell tomou uma decisão bastante corajosa. Sem boas equipes com assentos disponíveis na F1, deixou a categoria e resolveu se aventurar na Indy. Sendo ainda o atual campeão do mundo, sua atitude foi tida quase como heresia... porém, melhor assimilada quando “red five” levou o título da temporada de 1993 com cinco vitórias, apenas uma delas em circuito misto.

A segunda despedida era a da Honda como fornecedora de motores. Nos anos seguintes, os japoneses ainda teriam propulsores equipando carros na F1, mas preparados pela Mugen (companhia do filho de Soichiro Honda, Hirotoshi), não mais pela fábrica. A Honda, propriamente dita, voltaria à F1 apenas em 2000, fornecendo motores à B.A.R. - equipe que compraria seis anos depois.

Senna, com a saída da Honda, também procurava uma oportunidade de se despedir da McLaren, que não passava por um bom momento. Mas, após o veto contratual de Prost na Williams, o melhor que Ayrton podia ter para 1993 era o time inglês.

Nenhum palco mais apropriado para uma última corrida – arrisco dizer que na história da F1 – do que Adelaide, na Austrália. Tendo a tradição de encerrar as temporadas com ótimas provas, o GP da Austrália em 1992 poderia ser o cenário de algumas quebras de recordes. Mansell vinha com a missão de levar pole position e vitória para si. A primeira lhe daria o número absoluto de 14 em 16 poles numa temporada (recorde batido por Vettel em 2011); a segunda, lhe faria ser o único na história a ter vencido 10 provas em um ano até ali.

Mansell conseguiu a pole. No entanto, a vantagem que se viu durante o ano inteiro da Williams para os demais carros não foi tão grande. Se enfiando entre os dois carros azuis de Grove estava Senna, em segundo, logo à frente de Patrese. Berger, se despedindo da McLaren, foi o quarto. A McLaren não fez sombra à superioridade da Williams a temporada inteira, mas seu grande ponto forte eram os circuitos de rua. Em Mônaco, ainda que ajudado pela sorte, Senna venceu. No Canadá, conseguiu tirar a única pole position do ano da Williams, e Berger conquistou a vitória.

O GP da Austrália prometia, principalmente, após as primeiras voltas. A McLaren com tanque cheio e pneus gastos era progressivamente mais rápida que a Williams naquele fim de semana. A melhor possibilidade que Mansell tinha de controlar a corrida era pular bem na largada.

Foi o que ele fez. Largou perfeitamente, mas Senna estava à espreita de qualquer falha do campeão. Nigel ziguezagueou na reta Brabham para evitar qualquer tentativa de Ayrton na primeira volta. Mesmo assim, o brasileiro mergulhou na entrada do “hairpin” para passar Mansell. Passou... mas levou o “X”.

Senna voltaria a pressionar a Williams #5 nas voltas seguintes. A diferença não passaria de dois segundos. Senna fazia voltas mais rápidas atrás, Mansell respondia na frente. O ritmo dos dois era fantástico. Em 18 voltas, já haviam aberto perto de 20 segundos para Patrese, em terceiro. Uma volta depois, os dois primeiros chegariam a três retardatários. O primeiro deles era a Ferrari de Nicola Larini. Nigel teve problemas pra se livrar do italiano, e permitiu a Senna, com seu senso oportunista aguçado, encostar.

Ayrton, vendo Nigel tão perto, foi decidido. Tentaria aproveitar-se de imediato, ainda que fora de um bom ponto de ultrapassagem. Na última curva, a falta de espaço e afobação de Senna fizeram com que ele perdesse a traseira de seu carro ao tardar a freada para se adiantar... e, por fim, acertasse Mansell. O McLaren de Senna virou um triciclo, e o Williams de Mansell apagou seu motor após parar de costas na grama. Aquele era o fim.


Um fim condizente para uma disputa que sempre dava o que falar. Desde a primeira, em Brands Hatch em 1985 – após Rosberg dar uma segurada duvidosa em Senna, para Mansell passá-lo e conquistar sua primeira vitória. Passando pelos 14 milésimos em favor de Senna na chegada do GP da Espanha de 1986; pelo toque polêmico dos dois na Bélgica em 1987; pelo acidente bizarro no GP de Portugal de 1989 – quando Mansell, desclassificado por dar ré nos pits, tirou Senna da prova; da carona na Inglaterra em 1991; das faíscas dançantes na Espanha em 1991; e, claro, da saída de pista do Leão tentando alcançar Ayrton no início do GP do Japão do mesmo ano – concedendo o último título ao brasileiro.

Em 1992, o duelo começou com uma fechada de Senna em Nigel durante os treinos em Interlagos. Passou pelo épico GP de Mônaco, e terminou com a batida em Adelaide. Uma das mais legais rivalidades da F1... ainda que sempre vista em segundo plano.

Dois anos depois, em 1994, Mansell, recém-saído da Indy, venceria sua última corrida na F1 pela mesma Williams. Justamente na Austrália, justamente a bordo do carro em que Ayrton Senna perdeu sua vida em 1º de Maio do mesmo ano. Pura coincidência poética, dois anos depois de os dois terem se falado pela última vez.

Quanto àquela corrida, Berger venceu; mesmo após enfrentar apuros com o medidor de combustível nas voltas finais, que acusava erroneamente que não havia gasolina para terminar a prova. Schumacher, mais de 10 segundos atrás durante quase toda a prova, chegou encostado em sua McLaren, que virava cinco segundos mais lenta que a Benetton alemão. Gerhard ganhou a prova e ainda deu a volta da vitória sem parar por pane seca. Patrese quebrou seu motor enquanto era o primeiro, pressionadíssimo por Berger (de pneus novos), na volta 50.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Relembrando Death

Andei ouvindo por esses tempos uma banda que há uma porção não escutava. Death. Death é provavelmente a "banda-nascente" de tudo aquilo que conhecemos por Death Metal nos dias de hoje. À época, eram tidos como dissidentes do Thrash Metal, já que tinham a musicalidade característica do estilo, mas inovavam nos vocais excessivamente guturais.

Gosto do estilo da banda, mas, sobretudo, a partir do disco Human de 1991 (quarto CD de estúdio), Chuck Schuldiner (vocal, guitarra e compositor), mais amadurecido, mostra literalmente como se faz. Deixa seu vocal um pouco mais Thrash e menos grave, o que casa perfeitamente com os interessantíssimos riffs compostos para o álbum.

A história de Chuck e da banda encontrou um fim prematuro em 1999. Ele foi diagnosticado com um câncer maligno no cérebro. Começou o tratamento imediatamente, porém conforme o tempo passava, o dinheiro da família do músico acabava. Em 2001, numa iniciativa da MTV, diversas bandas leiloaram instrumentos musicais e fizeram shows beneficentes para arrecadar dinheiro para o tratamento de Schuldiner - entre elas Red Hot Chili Peppers, Korn e Trivium. Tudo em vão. No fim daquele ano, Chuck morreria vítima de uma infecção hospitalar após quimioterapia.

Bom. Fiquem com duas das melhores músicas da banda. A primeira, uma obra de arte instrumental de Human, Cosmic Sea. A segunda, Perennial Quest; minha favorita dos caras. Aproveitem-nas.




sexta-feira, 2 de março de 2012

Recomeço corajoso


Finalmente. Aquilo que era iminente durante o último mês, tornou-se verdade. Barrichello vai correr (a temporada completa) na Indy pela KV Racing Technology em 2012, ano em que completará 40 anos de idade. Num tempo em que cada vez mais se buscam jovens e patrocínios milionários – sendo os dois quase que sinônimos – Rubens de novo remou contra maré, assim como em 2009, e saiu vitorioso. Ainda que não na F1.

Sobre a Indy há uma escrita interessante: No ano passado, os sete primeiros no campeonato foram pilotos na casa dos trinta anos de idade. Isso não soa lá muito bom para uma renovação da categoria a curto prazo. Um ditado popular que se aplica bem é aquele da avó: “Panela velha faz comida boa”. De uma categoria que baseia as escolhas de 70% de seu grid em exclusivamente dinheiro de patrocínio, não se pode esperar nada muito melhor. O comercialismo e o lucro, principalmente nesses tempos de IRL, têm tido um papel marcante. Algo que, diversas vezes, não é bom para o esporte.

Onde quero chegar é: Rubinho chega na categoria para lutar por vitórias, e seriamente, ao que tudo indica, por título. O que pode atrapalhar um pouco é a falta de experiencia em circuitos ovais. A sorte para Rubens é que, com a reforma da segurança neste ano, a Indy (quem diria) deixou um pouco de lado estes circuitos. São só cinco agora; já foram 11. Outra coisa que pode atrapalhar é a falta de intimidade da KV com vitórias (nunca ganhou na Indy unificada). Mas já que nesse ano o regulamento técnico muda bastante, as coisas poderão estar mais equivalentes pra todos, pelo menos no início do ano.

Essas “colheres de chá” podem ser determinantes para o sucesso de Barrichello nos EUA. Como piloto talentoso e técnico que sempre foi, tem grandes chances de fazer uma temporada excelente. Sem o clima pesado e a grande pressão mental da F1 – coisas que, na minha opinião, sempre foram o calcanhar de Aquiles de Rubinho – poderá despontar. Além do que, não precisa provar mais nada a ninguém. É um piloto muito bem-sucedido e realizado (embora, infelizmente, alguns ainda façam questão de não reconhecer). Quando se falar de F1 dos anos 90 e 2000, sempre se falará de Barrichello, goste você dele ou não. Está na história.

Que Rubinho ganhe corridas, que tenha sucesso. Ele merece. Ainda faz isso por ser um apaixonado. E mesmo que sem a pressão por resultados, está dando a cara a tapa. Tudo pode ser muito bom, mas também pode não dar certo. Sua coragem para recomeçar, por assim dizer, é louvável.

Outra que estará torcendo bastante a favor do sucesso de Barrichello na Indy, é a própria Indy. Rubinho vai levar atenção que a IndyCar jamais teve depois da fusão com a ChampCar (quando voltou a ser a velha Indy), em 2008. É a grande chance dos americanos voltarem a ter um pouco do apelo, não só mundial como americano, que tinham até o fim da década de 90.

Mais um motivo pra que tudo dê certo.