quarta-feira, 30 de março de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.4)



A Walk, de 1996, do meu disco favorito, The Gray Race. Provavelmente a música mais conhecida do álbum. Uma das melhores do Bad Religion. Não acho realmente que precise ser dito nada mais do que apenas essa breve apresentação. A unica curiosidade fica por conta da capa (ou das capas) desse disco. Várias pessoas fotografadas em preto e branco das mais diversas raças e classes sociais. A "moral da história" está no fato de que em monocromático todas as raças seriam iguais, formando uma raça cinza, sem características exclusivas no bom e no mau sentido, segundo a letra da faixa título.

"Nota do editor": Não posso morrer sem antes ver um show do Bad Religion!

domingo, 27 de março de 2011

Far away


Muito distante. Vettel de longe, mas muito longe, brilhou na Austrália e menosprezou toda concorrência. Impressionante ver como o alemão tinha o completo domínio do carro e da prova. Hamilton não teve chances. Tentou de tudo, fritou pneus, saiu da pista, danificou o assoalho do carro e Vettel sequer se viu obrigado a abusar do ritmo visualmente. Colocando em português claro, fazia todas as voltas rápidas sem suar sequer uma gota. Domínio avassalador como há tempos não viamos. Assustou.

Hamilton, como já disse, tentou. Fez o que dava, quando dava, deu o máximo e até danificou seu carro tentando tirar uns coelhinhos da cartola. Em vão.

Se alguém brilhou no nível de Vettel, até pelo nada que se esperava de sua performance, foi Petrov. Um inesperado primeiro pódio, novamente à frente de Alonso. Que esse Petrov versão Abu Dhabi 2010 dê as caras durante toda essa temporada. Com ele desse jeito, quem precisa de Kubica? Aliás, foi isso que Petrov fez, uma corrida de Kubica.

Ferrari não fez nada do que se esperava dela. Uma decepção desde os treinos livres. Alonso chegava nos adversários, mas nunca ficava realmente em posição de ataque, não sei se por limitação técnica ou comodismo. Prefiro ficar com o primeiro, mas algo estava errado. Do Massa versão 2010 não espero nada, francamente. Felipe com seu ritmo ridículo parecia que andava de Fusca na Austrália.

A Sauber fez muito mais do que se esperava. Kobayashi arranjou uma carne de pescoço mexicana pra fazer a dupla mais animada do ano, certamente. Perez, com seu excelente ritmo no segundo stint, de pneus moles sem desgastá-los, fica ao lado de Vettel e Petrov como as grandes atuações do dia em Melbourne. Puxando minha sardinha, tinha previsto essa bela supresa da Sauber aqui no blog ano passado. O que não previ fora a desclassificação de ambos pela irregularidade na parte superior da asa traseira. Deu mole o time suíço.

No mais Webber andando muito mal, Buemi e Force India’s (se a apelação da Sauber não colar) nos pontos e Rubinho arruinando aquilo que poderia ser um brilhante início de mundial com dois erros infantis. Um no treino outro na corrida.

Mudanças técnicas. Cedo para falar bem ou mal. Prefiro ficar em cima do muro.

Enfim, uma boa primeira corrida. Não sei se foi um clássico da F1, mas foi uma corrida muito divertida e muito movimentada, como são todas na Austrália, por sinal. Um circuito que sempre faz uma das melhores corridas do ano. A temporada que prometia bastante já não sei se promete mais tanto assim. Vettel foi tão soberano e engoliu todo mundo numa facilidade que deu medo de ser uma tendência ao longo da temporada. Vejamos...

sábado, 26 de março de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.3)


"When the hills of Los Angeles are burning." Belo som de 2004, do disco The Empire Strikes First. Pessoalmente, muito importante para começar a gostar de Bad Religion. À época havia iniciado o desejo pela cultura musical e o clipe dessa música passava todas as tardes, num tempo em que a MTV era musicalmente aceitável ( = tinha programas musicais). Aliás, também já toquei muito essa música na minha guitarra antiga (sim, eu ainda a tenho!). Se meu gosto pela voz de Greg Graffin e pelas guitarras de Brett Gurewitz tem um ponto zero, é esse... sem sombra de dúvida.

Sad but true


Barbada, moleza, babinha... e qualquer outra palavra que você encontrar no seu vasto dicionário mental para a expressão "fácil demais". É isso. Foi com esse espanto que vi Vettel cravar a pole position na Austrália. Fazia tempo que não tínhamos um treino tão só de um piloto, tão só de um carro. O favoritismo é natural, e pra impedi-lo só amarrando os braços e as pernas do alemão. Enfim, isso faz lembrar a época áurea de outro alemão, que abordo de um carro vermelho sobrava na turma. É cedo, mas começo a temer pela temporada...

A McLaren trabalhou muito bem a portas fechadas. Aquele calombo no bico durante a última sessão de testes em Barcelona deu resultados. Os carros de Woking venceram a Ferrari e um deles, o de Hamilton, um dos imbatíveis Red Bull’s. De parabéns o time de engenheiros e projetistas que correu atrás do prejuízo de um carro que, ao que indicavam os primeiros testes, era mal nascido.

Alonso na dele, 5º. Petrov fazendo seu melhor treino na F1, 6º lugar a bordo do carro da Renault, baita moral. E com requinte, já que Heidfeld, o experiente, foi nocauteado no Q1 e larga em 18º, apenas a frente das Lotus e Virgin’s. A ver como se sairá na corrida. Kobayashi brilhante com o 9º lugar e Buemi mostrando para Franz Tost porque merece ficar no time até o fim do ano com o 10º.

Brasileiros muito mal. Barrichello e seu erro a la vídeo game no Q2 que deu a Maldonado o gosto de começar a “grid battle” na frente, e Massa irreconhecível assim como no ano passado. De amigo, abre o olho, Felipe.

Ah, é. Nego-me comentar a Hispania. Um carro que sequer se viu correr direito. Que não larguem nunca mais. Dá pra traçar um paralelo interessante com a Forti Corse... mas é assunto pra outro dia.

A corrida tenderá a ser um passeio dominical de Vettel, infelizmente. Sete décimos é coisa pra burro. Mas deverá ser interessante acompanhar as disputas e estratégias das equipes durante o GP, já que mesmo tendo feito simulações e sabendo-se mais ou menos quanto dura os pneus Pirelli, nada melhor que a prática para ensinar e mostrar.

É o que será esse GP da Austrália, de grande aprendizado para todos. Sendo assim, impossível fazer previsões... mas Vettel, esse está acima de todos, fato. E dificílimo será de tirar a vitória do RB7 número 1. Arrisco a dizer que só ele tem esse poder, de ganhar ou perder essa corrida.

Sad but True...

quinta-feira, 24 de março de 2011

O dia dos "segundões"


Em 1996 a F1 mudava de domicílio na Austrália. Havia, quatro meses mais cedo, encerrado a temporada de 1995 em Adelaide e iniciaria outra em Melbourne. Um GP de estréias. Além da nova pista, no Albert Park, o grid contava com um alto número de trocas de assentos para a nova temporada.

Entre elas, Coulthard “deu área” da Williams de número 6, deixando-a para o canadense vencedor da Indy 500 e da temporada da IndyCar em 1995, Jacques Villeneuve. O novato mais comentado do fim de semana. Schumacher havia saído da Benetton para ir pilotar os bólidos rubros de Maranello. Seu companheiro de equipe seria o italiano Nicola Larini, promovido da posição de reserva de anos para os holofotes titulares. Seria. Schumacher vetara sua presença argumentando internamente que por ser italiano os mecânicos dariam prioridade a Larini. Schumacher exigiu outro piloto para ser segundão, veio então, Irvine.

Os segundões, Villeneuve e Irvine, teriam um ano difícil pela frente, andar na balada de, respectivamente, vice e atual campeões em 1995. Mas, a zebra deu as caras. Villeneuve marcou a pole position no sábado, em seu primeiro treino classificatório na F1. Irvine também foi bem, colocou o F310 em 3º justamente a frente do “patrão” Michael Schumacher em 4º. O feito de Eddie ganha contornos de milagre quando constata-se que essa era apenas a terceira vez que Schumacher largava atrás de um companheiro de equipe em sua carreira na F1. Piquet na Austrália em 91 e Herbert na Bélgica em 95 haviam sido os únicos a bater o alemão.

No domingo o GP começaria de forma caótica. Brundle passaria por cima de Coulthard, agora na McLaren, e Herbert na freada para a curva 3, fazendo seu carro dividir em dois na caixa de brita. Bandeira vermelha, nova largada.

Na segunda, Schumacher pularia à frente de Irvine, porém Hill continuaria atrás de Villeneuve. Os Williams gêmeos ficariam juntos até a primeira, e única, parada. Villeneuve foi o primeiro. Hill depois, e voltando à frente de Jacques. Porém com os pneus mais aquecidos o ataque fora imediato, e logo na curva 4 o canadense voltava a ser o 1º. Ao mesmo tempo que Schumacher deixava a prova e o 3º lugar para Irvine com problemas no freio de sua Ferrari.

Porém o que parecia uma vitória certa se tornou um drama para Villeneuve. Seu carro começava a fumar, graças a um vazamento de óleo. Villeneuve lutava para manter o carro na pista e não tinha mais o mesmo ritmo. Para não correr riscos a equipe Williams, a 5 voltas do fim, ordenaria uma troca de posições. Hill venceria com Villeneuve em 2º e Irvine, subindo pela segunda vez na carreira no pódio, em 3º.

O ano que parecia fácil para Hill e Schumacher nas disputas internas começou quente. Mas para Schumacher nada passou de um alarme falso, Irvine não conseguiria largar na frente do alemão mais naquele ano. Pior ainda, acumularia um recorde negativo de abandonos, de nove nas últimas 10 provas. Para Hill seria diferente, a longo prazo. Jacques demoraria um pouco a se adaptar a F1, mas Villeneuve daria trabalho ao inglês até a última etapa do ano, com condições matemáticas de tomar o sonhado título de Hill.

Apesar dos destinos diferentes ao longo do ano, o dia 10 de março de 1996 não deixa de poder ser considerado o dia dos ditos “segundões”. Dia do primeiro GP em Melbourne. Deixo por fim, um vídeo bacana que encontrei enquanto fazia o post. Bem legal pra quem curte a F1 na sua anatomia. Algumas imagens do trabalho no box da Jordan durante aquele fim de semana:


terça-feira, 22 de março de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.2)


Sorrow, oitava do disco The Process of Belief de 2002. Essa é uma das minhas músicas favoritas da banda, uma daquelas que você ouve quando não conhece bem e diz: "Dessa banda eu vou atrás", isso aconteceu comigo. Um inspiradíssimo instrumental com uma letra bem interessante, da qual lhes digo que é minha preferida dos californianos. Música é perfeita, ouçam!

domingo, 20 de março de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.1)


Não conheço muitas pessoas que gostam de Bad Religion. Ou porque não conhecem, ou então porque dizem que não são adeptas do punk. Bom, eu gosto de punk e hard core, (não são meus estilos favoritos, claro, mas gosto) e por esses nichos existem bandas que fazem coisas muito bem feitas, por mais simples que sejam suas músicas. Além de boa música, o Bad Religion compõe letras excelentes, quase sempre inspiradas em críticas ao "American way of life", ao governo, e à igreja em seus dogmas. Enfim, já que não conheço muita gente que gosta, começarei essa série aqui no blog a partir de hoje. Para iniciar, You. Música do disco No Control, de 1989. Rápida, simples... mas estimulante.

Experimente!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Os meus 33


Eis que na terça recebo um email do Indianápolis Motor Speedway. O motivo? Esse site, "The Greatest 33". Pra quem não sabe, trata-se de uma seleção dos 33 melhores pilotos dentre 100 pré-selecionados em todos os 100 anos de Indy 500. Estava no chamado “Snake Peek”, explicando, pude tomar contato com os 100 pilotos antes do povo, mas não posso fazer minha seleção, só agora. Vai entender...

Vale lembrar que a desse ano não é a centésima edição das 500 milhas de Indianápolis, já que não tivemos provas entre 1917-18, e entre 1942-45, devido às guerras mundiais. Sendo assim é o centésimo ano de Indy, mas não a centésima edição.

De qualquer forma além dos vencedores, há também os que bateram na trave, ou então deram as vistas andando nas 500 milhas. Para esses, usarei este post para justificar algumas escolhas. Há também alguns que julgo faltar, cujos quais explicarei os motivos.

Robby Gordon: O americano conseguiu seu melhor resultado em 1999. Um quarto lugar. Não parece grande coisa, mas a forma como conseguiu esse resultado foi completamente sofrida para Robby e sua equipe Menard. Gordon liderava até a volta 199 quando imediatamente após sair da curva 4, reportou ao Box que seu combustível havia acabado e que entraria para um splash and go. A vitória ficou com Kenny Brack (desse falo depois) e Robby se lamentou do fato de seu G Force não ter um tanque alguns centímetros maior.

Scott Goodyear: O canadense chegou muito perto da vitória duas vezes. A primeira foi em 1992, quando depois de largar de último (seu carro fora classificado por Mike Groff, mas a equipe Walker preferiu que Scott corresse) chegou em segundo a 3 centésimos de Al Unser Jr., o vencedor. Mas o pior para Scott ocorreu em 1995, quando liderava a corrida até a última relargada e cometeu um ato bizarro que tiraria sua primeira vitória em Indy. Goodyear passou o Pace Car antes que ele entrasse no Box, e foi desclassificado há menos 10 voltas do fim.

Paul Tracy: Outro drama da Indy 500. Paul teve problemas o mês inteiro para classificar seu carro da Green (equipe que ainda estava na Champ Car na época) para a corrida em 2002. Acabou se classificando em 29º. Na prova, Tracy escalaria o pelotão, até que no fim da corrida estivesse em 3º. Felipe Giaffone e Hélio Castroneves, os dois primeiros, tinham problemas de combustível depois de uma corrida praticamente sem bandeiras amarelas. Tracy com sua tática diferente tinha bastante metanol e foi pra cima dos dois. Passou Giaffone, mas na hora de passar Hélio um acidente envolvendo Buddy Lazier e o rookie francês Laurent Rédon levou a bandeira amarela em toda a pista. No momento exato em que o canadense havia colocado ao lado do brasileiro na curva 3, na volta 199. Paul passou a frente de Hélio, ganhou a prova, mas foi tirado da cronometragem e recolocado no segundo lugar. Ato que gerou protestos da equipe Green, em vão. E Paul não engole isso até hoje.

Danica Patrick: Todos sabem o quanto amo essa mulher (ou não). Mas ela merece estar aí sim. O que fez em 2005 não é pra qualquer um. Colocar seu carro em 4º no grid, liderar a prova e quase vencer lutando com Dan Wheldon (inclusive depois de passada, repassando-o) é um feito para uma mulher (mais, pra qualquer rookie) digno de lembrança eterna em Indy.

Deveriam estar entre os 100, mas não estão:

Kenny Brack: Simplesmente um vencedor de Indy 500, um piloto de alto nível que lutou por títulos na CART e foi campeão da IRL em 1998. Sim, ele não está entre os 100 pré-selecionados para estar entre os 33. Homem que mesmo depois de sofrer um acidente tenebroso no Texas em 2004 com Tomas Scheckter voltou a Indianápolis em 2005 e classificou seu carro para a corrida. Injustiça das grandes.

Scott Brayton: Um troféu leva (ou levou, já que no ano passado não tivemos essa premiação) o seu nome. O americano conquistou duas poles positions seguidas em Indy, nunca ganhou. De fato, apenas em 1995, Scott largou na frente. Em 1996 o americano cravou o melhor volta do mês em Indy, porém um acidente na curva 2 colocou fim a sua vida no dia 17 de maio, duas semanas antes da prova. Merecia uma mençãozinha do site, ou não?

Para votar nos seus é só se cadastrar no site.

domingo, 13 de março de 2011

Roots - Sepultura



Fãs preciosistas. Toda banda que surgiu no cenário musical mundial antes de 1994 (cravei, mas generalizando, início dos anos 90) tem. Podem ver, seja qual for a banda, seja qual for o artista, alguns fãs teimam em dizer que ela acabou depois do quarto ou quinto CD (com razão algumas vezes, diga-se). Sepultura não é diferente.

Roots(1996) é o último disco com a formação pela qual a banda ficou conhecida, Andreas, Max, Igor e Paulo. Alguns por aí dizem que o Sepultura acabou no Chaos A.D.(1993), outros no Arise(1991) e outros (esses, chatos) no Beneath the Remains(1989). Bobagem. Ignoram um disco fantástico que merece muita atenção. Roots, consiste no desenvolvimento de uma experiência feita pela banda timidamente nos dois álbuns anteriores. Juntar guitarras extremamente distorcidas com batidas tribais e até cantos indígenas.

O resultado é um disco dos mais interessantes que já ouvi. Apesar da falta de solos de guitarra, a banda apresenta ecleticidade, uma coisa rara de se ver. Algo que consegue compensar muito bem a ausência de momentos de estrelismo, afinal, quando se fala em solo pensa-se no momento de um músico só, quando, na verdade, o disco que vos falo é um acontecimento de dimensões maiores, transcendendo apenas um único momento de um único músico. Um estilo original. Algo sem precedentes até ali.

O álbum conta com participações especiais, algumas delas um tanto peculiares. Na música Lookaway a(s) menos extravagante(s), Jonathan Davis (Korn), Mike Patton (Faith No More) e DJ Lethal (especializado em bandas de metal industrial). Dentre as extravagantes, a mais famosa delas, Carlinhos Brown, cantando e tocando percussão, na música Ratamahatta, uma das únicas da banda em português. Na música Itsári talvez a mais estranha, a tribo Xavante com seu coro típico ao fundo dos violões tocados por Andreas Kisser e Max Cavalera. Esse som foi gravado na aldeia da tribo no Mato Grosso, a céu aberto no fim de 1995. A tribo também tem participação no fim de Born Stubborn.

Resta também citar o berimbau, tocado por Max Cavalera em Attitude (minha música favorita), e as percussões alternativas utilizadas por Igor em quase todo o disco, leiam-se Breed Apart, Ratamahatta, Ambush, Straighthate e, claro, Attitude. Mas, claro, experimentações sem deixar o estilo consolidado do Sepultura, como na clássica Roots Bloody Roots, Spit e Dictatorshit. Destaque especial também a acústico-instrumental Jasco.

Como deu pra perceber não é um disco que segue a linha do metal convencional, muito por isso não é tão bem visto por alguns fãs. Mas esse é um preconceito desnecessário, Roots tem tudo que se espera de um disco do Sepultura com o “plus” da experimentalidade. A audição é indispensável a qualquer amante do bom metal.

1. Roots Bloody Roots

2. Attitude

3. Cut-Throat

4. Ratamahatta

5. Breed Apart

6. Straighthate

7. Spit

8. Lookaway

9. Dusted

10. Born Stubborn

11. Jasco

12. Itsári

13. Ambush

14. Endangered Species

15.Dictatorshit

#Bonus#

16. Procreation (Of the Wicked) - (Celtic Frost)

17. Symptom of the Universe - (Black Sabbath)

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sexta-feira, 11 de março de 2011

Motivação?


O que motiva alguém a entrar na F1? Essa resposta é muito fácil de ser dada, oras. Ganhar corridas, ser campeão, subir em pódios, marcar pontos, ter seu nome marcado na história. Isso é claro.

Mas a pergunta agora é: O que motiva alguém a permanecer na F1, mesmo sabendo que nada disso poderá conseguir? Perguntem a Vitantonio Liuzzi, o responsável por fechar o grid que largará dia 27 na Austrália. O italiano estragou talvez a melhor chance da vida fazendo muito pouco com o carro competente da Force India no ano passado. Foi ofuscado brutalmente pelo companheiro Sutil e teve, de revés, perder ainda o lugar no time indiano para o estreante Paul Di Resta, que galgava desde a temporada passada seu assento.

Natural a conclusão de que Liuzzi estaria acabado para a F1, dada sua carreira opaca. Não foi bem isso que o italiano pensou, já que agora alug.., aliás, compr..., perdão, assinou contrato (pelo menos até quando chegar o cheque, segundo entrevista à Autosport) com a Hispania. Equipe que não esboça sinal algum de que vai deixar o fundo do grid, de que terá um carro competitivo e de que mesmo numa situação adversa conseguirá fazer algo que não seja amargar a rabeira do pelotão e apenas ser vista pelo espectador quando quebrar, bater ou vai levar volta dos líderes da corrida.

O que Liuzzi deve querer? Ter seu nome citado, estar na F1? Ou então se manter no mercado caso alguma vaga surja de repente? É difícil, mas esse último deve ser no que Vitantonio aposta suas fichas, já que não faz sentido um piloto com histórico rico (campeão mundial de kart em 2001) como o seu se colocar a disposição de sentar numa “cadeira elétrica” tal qual essa. O mundo do automobilismo é maior que a F1, afinal.

Motivação mesmo em guiar, no momento, provavelmente, nenhuma. Aliás, sair na foto da turma, é, na minha opinião, o máximo, e até uma motivação. Eu adoro essas fotos. Taí, ele deve mesmo no fim das contas só querer sair na foto... porque algo mais, vai ser difícil.

terça-feira, 8 de março de 2011

Plág... ops, inspiração

The Creed – MD.45


“Inspirações”:
The Trooper – Iron Maiden



Lord of this World – Black Sabbath


Um plágio (ou inspiração?) 2 em 1. Se for como dizem, Dave Mustaine compôs grande parte dos riffs desse álbum do MD.45 em “soundchecks” antes de shows do Megadeth. O álbum em si é bem original (qualquer dia falo dele aqui), mas é inegável a inspiração nos riffs de The Creed não lembrar ao ouvinte incauto The Trooper na intro e Lord of this World nos versos. Tire a prova, se não conhece algum dos sons. Creio que concordará com minha escolha. Acho que sabemos o que ele estava cantarolando antes de testar seus equipamentos...

P.S.: Isso pode virar um quadro.
P.S.2: Aceito sugestões para postar os próximos.

sábado, 5 de março de 2011

Speed N' Thrash entrevista Felipe Motta


Antes da entrevista, claro, um mini-perfil do ilustre entrevistado. Felipe Motta, repórter da rádio Jovem Pan, é natural de São Paulo, cursou Rádio e TV na FAAP, tem 29 anos de idade, e é “muito bem casado”, segundo o próprio. Seus Hobbies vão do cinema a sair para jantar na noite paulista. Não dispensa também passar um bom tempo com a família.

1. Pra começar, gostaria de propor uma troca de papéis. Fosse você que ligasse para participar do Superpole, de que piloto pediria o boné e por quê? Não precisa ser atual...

Felipe Motta -> Niki Lauda. Porque eu não o vi correr. Sou mais jovem do que sua presença. Mas pela história dele, quando o vejo no paddock hoje, eu me emociono muito por ele ter sobrevivido e ainda carregar as cicatrizes do acidente; e para cobrir algumas cicatrizes do acidente ele ainda usa boné, e como ele é muito associado ao boné eu gostaria de ter um boné do Niki Lauda. Mas da época de piloto.

2. Quando se descobriu um fanático por corridas a ponto de querer cobri-las?

FM -> Que eu iria cobrir nunca soube. Fanático eu era na época do Senna, não só pelo Senna, eu sempre gostei muito de corrida. Depois que o Senna morreu, eu continuei assistindo, mas quando eu comecei a trabalhar na rádio em 99 eu trabalhava tanto que não perdia mais sono acordando pra ver corridas porque estava exausto, e tal. Mas nunca foi objetivo... profissional. E nunca foi nenhum. Meu objetivo profissional foi sempre trabalhar numa coisa que eu gostasse, fosse feliz, ganhasse um dinheirinho e pagasse as contas da família. Por um motivo pintou a F1. Se fossem falar: “Você vai cobrir NBA”, ou então, política. Se me fizesse feliz, legal. Claro, às vezes você tem que trabalhar com o que vem na frente, foi assim meu começo. Mas hoje em dia, se eu posso escolher o que eu gosto, eu opto. Acho muito legal chegar em casa alegre, mesmo cansado, torto de exaustão, mas falar: “Que dia legal que eu tive.”

(Pausa)FM -> Como a vida é difícil pra todo mundo, mas felicidade é uma questão de escolha, eu opto muito das minhas escolhas, pra coisas que vão me deixar feliz. De repente vai me dar menos dinheiro, uma rotina mais carregada, mas se me preencher mais...

3. O blog tem, além dos comentários sobre automobilismo, presença musical com ênfase no Heavy Metal. Que tipo de música você ouve?

FM -> Sou de rock também. Esse seu cabelo é curto perto do meu na minha adolescência, eu tinha um cabelo quase até a cintura! Mas nunca gostei muito de Heavy Metal. Você tá com a camisa do Alice in Chains, até gosto de uma ou outra, mas mais as clássicas... Man in the Box... e tal. Meu padrasto e meu pai sempre foram muito rock anos 60, 70... Rock inglês, e eu tenho muito isso. Ano passado, quando ia ter o show do Paul (McCartney), na venda de ingressos, eu estava no Japão, e falei pra minha mulher: “Você vai acordar ás duas da manhã, não quero saber, arruma esse ingresso!” E quando ela me ligou, eu tava num templo budista, quase me converti ali mesmo (risos). Putz, gosto muito de Beatles, Led Zeppelin, Beach Boys. Queen, eu acho demais. Deep Pulple, já fui em três shows. Fui duas vezes ver Roger Waters e Pink Floyd. E das coisas mais recentes, vim hoje pra rádio ouvindo Dream Theater, adoro Dream Theater. Muse, banda inglesa, tanto que vai ter o show do U2, a abertura é deles, eu queria ir por isso. Mas vou estar no GP do Bahrein, acho... ou Austrália. Enfim, gosto de rock, mas sou muito eclético. Gosto muito de música clássica. Muito porque minha mãe entende muito de música clássica, cresci ouvindo. Tenho algum conhecimento, não muito, mas, por exemplo a obra de Mozart, eu tenho completa, comprei na Alemanha, vem todos os CDs. Então, Rock’n Roll e música clássica.

4. Sua primeira cobertura da F1 in-loco foi o GP do Brasil em 2002. Como foi, correspondeu à expectativa?

FM -> Foi legal. Eu fui escalado pra cobrir a McLaren. Coulthard e...

Speed N’ Thrash -> Raikkonen.

FM -> É. Mas aquela coisa, meio enganação. Fala: “Ah, aqui no box da McLaren movimentação tranqüila”. Mas efetivamente não fiz grande coisa. Fiz uma entrevista. Lembro que entrevistei o Button 40 segundos, que ele tava na...

SN’T -> Renault.

FM -> Na Renault, exatamente! E foi legal, mas nada de mais. 2003 foi melhor. Eu fui escalado, e quando estava indo pra Interlagos o Sr. Tuta (Antônio Augusto Amaral de Carvalho, presidente da JP) falou: “Quem te escalou? Não. Preciso de você no futebol. Você não vai.” E eu fiquei meio frustrado, porque queria fazer F1. Mas como já tinha a credencial resolvi ir às 7 da manhã, ficar até meio-dia e depois ir para o futebol. Quando eu cheguei lá o Wanderley Nogueira falou: “Você precisa fazer, cara.” Falei que o Tuta não tinha me escalado. Ele perguntou que horas era o jogo, e disse que era duas horas. Então, ele disse: ”Duas horas você vai estar no jogo, até lá você fica aqui.” E foi aquele ano que deu aquela baita chuva, que o Fisichella ganhou, que até não foi ele que subiu no pódio, foi o Raikkonen. O Alonso se acidentou. E eu tava “fazendo galera”, torcida mesmo, na arquibancada. E como choveu muito, acabo virando um destaque da transmissão, aquela coisa do cara no meio da galera, todo mundo se cobrindo, foi uma barra. Foi legal, 2003 melhor que 2002.

5. Qual foi a cobertura que mais deu trabalho, e qual a que mais gostou?

FM -> A que deu mais trabalho: GP da Hungria 2009. Pelo acidente do Massa. Indiscutivelmente foi a que deu mais trabalho. As que eu mais gosto geralmente são Interlagos, porque vou acompanhado, levo uma equipe. E aqui na rádio tudo é muito claro, se você traz um narrador novo e ele faz uma grande transmissão, o Téo José não vai perder o emprego. Esse novo vai ganhar um espaço, mas as coisas são bem determinadas, isso dá mais segurança. Quando levo uma equipe pra Interlagos eu não fico com receio de não ensinar as pessoas porque eu vou perder meu lugar. Muito pelo contrário. Uma transmissão bem sucedida em Interlagos é ponto pra mim que organizei isso. E eu levo pessoas muito legais que se dedicam, os caras se matam em Interlagos. Isso eu fico muito feliz, porque eu viajo o ano inteiro me matando e me incomodava no começo das pessoas irem de má vontade. “Ah, tô aqui em Interlagos, podia tá em casa.” Quer ir pra casa? Então, vai pra casa. Hoje os caras que vão se esforçam de mais. Então, as em Interlagos são geralmente as melhores.

6. Qual acredita que tenha sido o maior obstáculo enfrentado por você numa cobertura?

FM -> Maior foi o do Massa (Hungria 2009). Mas existem problemas constantes, são os problemas técnicos. As vezes pode ter um problema técnico de não funcionar bem o equipamento. Mas no meu caso o problema maior foi o começo, eu era muito novo, então eu sofria um pouco de dificuldade, preconceito, pelo fato de ser muito novo. As pessoas não me tratavam muito bem. Então no começo...

SN’T -> “Gringaiada”, você diz?

FM -> Não, até brasileiro. A “gringaiada” reclamava um pouco mais de eu falar alto porque sou de rádio. Mas pra ter uma distinção, quando eu cheguei, eu era muito novo e não tinha outro novo, eram todos muito antigos. Porque quando chega alguém novo, você não chega convidando pra jantar. Mas, saia pra jantar todo mundo e, muitas vezes, eu não ia. E essa coisa de sobrar um, ser o excluído. Mas ninguém fazia, pelo que eu sei, por mal.

7. Já vi comentários no seu blog que você diz que é preciso separar os bons dos maus jornalistas em um meio como a F1. O que seria um bom e o que seria um mau jornalista, nesse sentido?

FM -> Na verdade acho que é até mais, bom do mau veículo. Por exemplo, na Inglaterra tem muito tablóide. E ás vezes sai assim: “Segundo Daily Mirror, Hamilton mandou Button à merda.” Você tem que discutir, certeza. Mas se o Times falar isso, você diz: “Putz, ele falou.” Então você aprende. Na verdade, são culturas, eu acho. Pega a Espanha, eu não acredito em nada que a Espanha escreve de imediato, e várias vezes eles já acertaram; mas não acredito em nada, principalmente se envolver o Alonso. A própria Alemanha, o Bild é uma brincadeira, mas eles já fizeram grandes entrevistas, mas é uma brincadeira. Então é você saber filtrar... Tipo a Autosport. A Autosport fala, eu acredito. Em que pese, já tenha visto eles errarem, mas não é de má fé. Por exemplo, na cobertura do acidente do Massa, eles não estavam na porta. Aconteceu de eles escreverem algumas coisas... Cogitarem do Massa ficar cego, e quem tava em in-loco sabia que isso não ia acontecer. Mas eles não inventaram, alguém, ás vezes, deve ter tido uma fonte... Mas, em geral, eles acertam. Então é você ter umas cinco ou seis válvulas de escape que você sabe que são certos. Eles vão errar, mas não vão escrever indiscriminadamente que o Rubinho se aposentou, que o Bruno Senna vai estrear na Honda, coisa que aconteceu até aqui no Brasil.

8. Existe algum piloto e/ou personagem mais “estrela”, ou seja, que faça questão de ser inacessível a entrevistas ou até mesmo a simples sorrisos? E quem seriam os “boa-praças”?

FM -> A F1 é um ambiente muito frio e seco, então, em tese, é difícil de você ter acesso a muitos. Por exemplo, o Massa é um cara super legal, mas a Ferrari não deixa você se aproximar. Mas eles são muito profissionais, marcou uma entrevista duas horas com a equipe, o cara vai estar lá as duas. Quem que é um pouco mais... O Webber é muito “de lua”, pode ser super simpático ou super maleta. O Hamilton é um cara que ás vezes é um pouco difícil. O Alonso que é um cara super difícil, pra entrevista é excelente. Fala com todo mundo, pode ser uma pergunta mais dura que ele responde... Mas ele é um cara difícil.

SN’T -> E escorregadio...

FM -> É. Ele é muito inteligente. O Schumacher é um cara inacessível porque muita gente quer falar com o cara. Então existem alguns limites, mas quando você fala com ele, ele é profissional. O lema lá é profissionalismo, as pessoas lá são muito profissionais.

9. Qual GP tem mais prazer em cobrir, e qual aquele que só de pensar já dá aquele calafrio?

FM -> É mais fácil falar os que eu não gosto. Eu não gosto do GP da China, em que pese, ano a ano melhora. Porque você vai conhecendo, sabendo onde tem problema onde não tem. E a gente chega muito em cima, não tem como você fazer um reconhecimento, quebra a cara. GP do Bahrein é um pouco chato, a estrutura na pista é muito legal, mas o GP do Bahrein é Bahrein, Manama não tem nada nem pra ver nem na estrada, sabe. São os dois mais, tem outros que eu não tenho muito apelo, mas não tem muito problema. Que eu gosto mais: 1º Spa. Consigo definir isso. E aí depois vem um bloco de corridas que eu gosto. Turquia é muito legal, a pista fica vazia, lamentavelmente, mas Istambul é lindíssima. Mônaco, naturalmente. Valência é legal, bem mais legal que Barcelona, por exemplo; GP de Valência é muito legal. Cingapura é fantástico, GP de Cingapura. São aí alguns bem legais.

10. Tem ainda mais algum desejo profissional que gostaria de concretizar nesse meio do automobilismo? E no meio do jornalismo geral?

FM -> Então, eu não sou um cara de ficar fazendo muito plano. De verdade, porque ás vezes se você só tiver um objetivo único, um objetivo só, surgem várias oportunidades na sua cara que você não observa porque está só voltado pra um mesmo foco. Ao mesmo tempo de se você ficar completamente avulso, só esperando a coisa acontecer, também não acontece. Mas, é o que eu falei, eu sempre busquei alguma coisa que me desse uma alegria e que eu pagasse as contas em casa, objetivo é cuidar da família. Minha vida em família é muito sólida, assim, não só com esposa, mas pais, meus irmãos. Sempre foi objetivo continuar com isso. É até curioso pra um cara que fica boa parte do ano fora do Brasil e sozinho, mas mesmo ficando longe e sozinho, quando to aqui a coisa é muito intensa. Até por isso eu não tenho o objetivo, mas óbvio que você tem uns sonhos umas vontades... Por exemplo, estou indo pra Daytona quarta-feira, eu tô muito feliz. Agora a entrevista que vai entrar no ar é do (Miguel) Paludo, e eu vou falar isso no ar pra ele: “Paludo, eu to muito feliz, porque eu cresci jogando fliperama Daytona com amigo de colégio, matando aula.” Então, eu to muito feliz. Sempre quis ir numa 500 milhas de Indianápolis, isso falando em corrida. Sempre quis ver algumas provas fora, Le Mans, Macau... Mas são coisas que se não acontecer eu não vou morrer. Basicamente isso.

11. Indo para atualidades, como vê as mudanças do regulamento técnico da F1 para 2011? Acha que a asa móvel funcionará para o bem das corridas, ou a acha que suas regras serão difíceis de ser respeitadas e/ou auditoradas?

FM -> Putz, eu não sei cara. Eu não sei. Eu acho a história um pouco confusa. De repente pode começar as corridas e ficar demais, porque alguma coisa precisa fazer. O automobilismo mudou e precisam mudar alguns conceitos. Concordo com o Carsughi, que ele gosta da busca legítima, tecnologia. Mas se a busca por tecnologia fizesse as corridas ficarem chatas e ninguém passasse ninguém, ficaria muito chato, muito complicado. Corrida de GP2 é mais animada. Mas não sei se o lance é a asa. Essa história do pneu se degradar mais rápido é legal, pneu muito duro é ruim. Mas da asa, o regulamento não ta nem claro pras equipes, não consigo opinar. Acho errado opinar: “Não gostei” ou “Nossa, vai ser demais!” Acho um pouco perigoso essa coisa do cara da frente não vai usar, o de trás vai usar, quem vai controlar isso? Isso acho perigoso.

12. Você esteve em Madonna di Campiglio no início desse ano. Viu e relatou o quanto Fernando Alonso tem a equipe Ferrari “na mão” em termos de empatia. Francamente, acha que Felipe Massa está entrando numa guerra perdida ou acredita em algum poder de reação do brasileiro dentro e fora da pista?

FM -> Não. Eu acho que ele ta entrando numa guerra difícil de ganhar. Esse ano muda muita coisa. Acho o Alonso aquele piloto que você pode mudar o regulamento do jeito que for que ele vai estar sempre lá, diferente de outros. Não to nem falando do Massa, de vários outros. O Alonso é brilhante, completo, fora de série. E acho que de 20 corridas o Massa ganhasse 7 dele, ele tinha falado “Caramba, que orgulho.” É que o brasileiro não vê dessa forma, infelizmente. Não reconhece que o outro é um animal. O cara é um animal. O Alonso é absurdo, como o Schumacher era e as pessoas acham que o Rubinho é um pateta porque perdeu do Schumacher. Claro que ele pode ter derrapado, não estou dizendo que ele nunca errou, mas daí a fazer o que fizeram, eu não concordo. Eu acho difícil ganhar, mas se o pneu casar, uma circunstância ideal, o cara ganhando uma corrida. O que aconteceu ano passado eu acho que não acontece, o Massa vinha parado oito meses, não tava em forma. Não acho que ele tenha mudado... piorou. Mas acho que ele tava sem pegada, aquele cara que ta dois anos sem subir do ringue, chega lá o soco não encaixa, o cara toma uma já não agüenta. Eu acho que ele vem mais forte, se ele vai ganhar, não sei. Mas acho que do jeito que foi ano passado, não vai ser. E assim como o Alonso tem o time na mão, porque, óbvio, ele é um baita piloto, o Massa também é querido no time. Não é que, assim, o cara é mala, ninguém agüenta ele. Mas se o Alonso der resultado, os caras vão mais com Alonso...

SN’T ->Até porque eles têm uma dívida com o Massa, né.

FM -> Tem um campeonato ali, que não saiu da mão dele por culpa dele. Mas tem brasileiro que escreve, que ele errou. Mas o Hamilton também errou, quando subiu na bunda do Kimi no Canadá, aquela coisa horrível. O cara ia ganhar aquela corrida, ou ser segundo...

13. Quem acredita ser o melhor substituto para Robert Kubica na Lotus-Renault dos nomes ventilados pela imprensa? Acha que Bruno Senna não é páreo?

FM -> Eu acho que o Bruno Senna... é aquela coisa da sorte no azar. Ele precisava que alguma coisa acontecesse, só que passou do limite. O que o Bruno precisava? Que de repente o Kubica tivesse uma diarréia, que perdesse uma ou torcesse o pé, ficasse duas corridas fora. Mas as pessoas que vão ler isso podem pensar: “Ah, o cara tem que torcer.” O Christian já falou isso na Jovem Pan, piloto torce. Vai faze o quê? O cara é reserva, vai torcer, não para o outro morrer, mas pra acontecer alguma coisa, óbvio. E se acontecesse alguma coisa com o Petrov, a Renault não ia nem pensar em pegar alguém, a não ser que o Bruno fosse muito ruim, mas Petrov por Bruno é pau a pau. Mas o Kubica é um cara fora de série, mas você fala: ”O Heidfeld não é.” Mas o Heidfeld é experiente, e é bom. Por ele não ter carisma, por ele nunca ter vencido, mas ele nunca teve um foguete na mão. “Ah, mas a BMW era boa.” O Kubica ganhou um ano, uma corrida. E outra: em 3 anos o Heidfeld ganhou 2 campeonatos do Kubica, e o Kubica ganhou um. Ele nunca tomou um pau de um cara bom, ele nunca teve um companheiro mané. Então se você falar: “Quem você prefere?” Heidfeld. Se fosse na vaga do Petrov, põe o Bruno. Mas eu acho que aconteceu um pouco mais. Se o Kubica ficasse 5 corridas fora, 4, eu acho que eles ficavam com o Bruno. Mas, um ano, esquece.

14. Dentre equipes e pilotos, qual acredita que será a surpresa e a decepção de 2011?

FM -> Eu não gosto de falar isso, porque: Porque é impossível. Na minha opinião, qualquer cara que agora fala alguma coisa é um pouco charlatão. Sabe aquela coisa de: “Olha, pelo que eu notei.” Putz, não dá pra saber. O Schumacher essa semana voou, tenho minhas dúvidas, tenho minhas dúvidas. A Ferrari me parece bem. A Ferrari me parece bem, isso é claro. E to um pouco preocupado com a Williams que todo dia ta andando muito mal, teve problema. To preocupado, de repente não é nada. Mas to um pouco preocupado com a Williams e acho que a Ferrari ta bem. O resto aí já...

SN’T -> Piloto, dá pra aposta?

FM -> Não, não... não dá.

15. E, para finalizar, ao clichê: Quem será o campeão da F1 em 2011?

FM -> Palpite? Palpite... To achando que o Vettel ganha o bi-campeonato. Ou Vettel ou Alonso...

sexta-feira, 4 de março de 2011

A última fatalidade


Dia 4 de março de 2001. Há exatos 10 anos a F1 abria a temporada em Melbourne, e uma série de mudanças no regulamento haviam sido feitas. Asas dianteiras mais altas, traseiras mais baixas. Tudo feito num esforço para que o chamado arrasto aerodinâmico fosse reduzido, deixando carros visivelmente (inclusive a olho nu) mais rápidos. Tudo na eterna busca (vide a que temos até hoje) de corridas com mais ultrapassagens e combatibilidade.

No quesito da velocidade nada a reclamar. Schumacher cravara a Pole Position no Sábado com o assombroso tempo de 1:26.692, nada menos que 3.9s mais rápido que a pole de Hakkinen em 2000, 1:30.556.

Mas havia um porém. Os carros haviam ficado instáveis demais e foi comum durante os treinos livres, várias rodadas e saídas de pista. Uma em especial chamou a atenção. A capotagem tripla do próprio Michael Schumacher, atual campeão, na curva 6, durante o treino de sexta-feira. Susto geral, pior ainda quando Burti bateu na curva 5 durante classificação de modo estranho.

Mas chegada era a hora da corrida. Largaram, e começariam ali as rodadas. Frentzen numa disputa de posição com Barrichello, e Bernoldi na volta 3, uma antes do acidente pelo qual aquele fim de semana ficaria marcado.

Jacques Villeneuve pegava o vácuo de Ralf Schumacher perto da curva 3. Quase que instantaneamente, no momento da freada do alemão (um pouco mais cedo do que o habitual, provavelmente para fazer Villeneuve perder o contato na saída da curva) o canadense bateu na traseira do Williams de Ralf de tal forma que fez o carro da B.A.R. decolar em direção ao alambrado de proteção. O impacto faria suas rodas se soltarem. Uma, “achou” uma abertura no muro de proteção, e acertaria de maneira fatal na sequência, Graham Beveridge, um fiscal de pista de 52 anos de idade.

Safety Car foi à pista. Ficou por intermináveis 10 voltas, graças à ambulância que havia ido ao local socorrer Graham. Depois disso sem maiores problemas na corrida. Schumacher venceu, seguido de Coulthard e Barrichello. Porém nunca mais após isso tivemos outro acidente com vítima fatal na F1. O dia 4 de Março de 2001 ainda é (e espero que seja durante muito tempo) marcado como último ponto trágico nessa categoria tão perigosa, que vive dias nos quais parece infalível nesse sentido. Mas o fato é que desde aquela data não viveu outro dia sequer sob penumbra da morte.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Um dia na Jovem Pan


Como a maioria de vocês já deve saber, ganhei no ano passado o Superpole (quiz da rádio Jovem Pan AM sobre F1). Cheguei ao fim do ano com 18 pontos dos 24 possíveis e a rádio agora me deve um boné do meu piloto favorito (Provavelmente Fisichella, mas ainda não decidi direito).

Ainda no ano passado mandei um email ao Felipe Motta (repórter de F1 da Jovem Pan e apresentador do quiz), para saber se poderia ir assistir ao seu programa semanal, Fórmula JP, ao vivo na rádio. Um programa normal, para ver o “fazer rádio” acontecer. Ele disse que tudo bem, que poderia ir, ligando para a rádio e agendando uma visita. Por falta de tempo e excesso problemas no fim do ano acabei ligando para marcar a tal visita apenas há umas duas semanas atrás. Ficou para o dia 12 de fevereiro (Pois é, fiquei um tempo sem internet, ¬¬, ou seja, duas semanas antes do dia 12)

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Pois bem, a expectativa era grande. Cheguei lá por volta das 12:20 (o horário do programa é 13:00). Não havia ninguém na recepção, e fui entrando. Cheguei à redação, meio vazia por ser sábado, e fiquei lá, de pé, conferindo o trabalho da rádio durante uns 15 ou 20 minutos. Não sabia com quem falar para que me guiasse até o estúdio do programa, os poucos redatores e repórteres que lá se encontravam, estavam trabalhando.

Enfim, depois de uns 20 minutos a moça da recepção chegou. Pedi que me levasse até o estúdio do programa. Ela atendeu, não sem antes consultar o Felipe. E com o alvará do mesmo pude adentrar pela primeira vez o estúdio de uma rádio no ar. Era 12:50 e o programa ainda não havia começado. Sem saber que outro programa estava no ar no momento que entrei, cumprimentei o Felipe falando alto demais. Ele rapidamente fez aquele sinal característico do “shhhh” com o indicador na boca.

O programa no ar era de futebol, sob o comando de Flávio Prado. Fiquei um tempo assistindo a ele. Estava meio de peixe fora d’água, já que TODOS que adentravam ao estúdio em que eu estava entrariam ao vivo e estavam com seus devidos textos já em mãos. Todos, sempre muito simpáticos, me cumprimentavam de sorriso no rosto.

Era chegada a hora do programa. Felipe Motta, que saíra por 1 ou 2 minutos, entrou novamente no estúdio acompanhado e me perguntando: “Você conhece o Christian?” Eu olhei para o cara que o acompanhava meio de rabo de olho e respondi um “Não”. Quando estiquei a mão para cumprimentar o tal Christian acabei me ligando. Estava simplesmente apertando a mão de Christian... Fittipaldi! Novo comentarista da Jovem Pan.

Felipe me apresentou a ele dizendo que tinha ganho o Superpole. E eu e Christian começamos a conversar. Perguntou meu nome completo, e se pesquisava muito de F1 apenas, ou sabia também de outras categorias. Respondi a ele que tudo que tem motor sempre me interessa a correr atrás. Porém o papo logo foi interrompido porque, afinal, eles precisavam entrar no ar.

Mais ou menos 13:05 o programa começou. E fiquei lá assistindo. O mais bacana de tudo foi ver o clima “descontraído” (entre aspas, afinal aquilo era trabalho) dentro do estúdio. Felipe, claro, falava mais. Pediu a participação de Christian, que, com seu iPad, trouxe os tempos do terceiro dia de testes em Jerez.

No primeiro intervalo, Felipe Motta saiu do estúdio para ligar para um entrevistado, me deixando com Christian apenas. Voltamos a conversar. De fato, havia muuuuuitas coisas que gostaria de falar e perguntar naquela hora. A primeira que me veio à cabeça foi algo sobre Indianápolis 1995, quando foi 2º colocado. Conversamos também sobre Surfers Paradise 1997. Ele me mostrou em sua perna direita a fratura dupla que sofreu depois da forte batida com Gil de Ferran. Fratura que o tirou das 6 provas seguintes daquele ano. Disse a ele que tinha a corrida gravada em VHS, e ele chamou minha atenção para o momento em que apertou o macacão de um dos membros da equipe médica (aos 10 minutos e 52 segundos). Disse que foi a pior dor que sentiu na vida, segundo o próprio “uma pontada insana”.

Logo o papo foi interrompido novamente. Entrariam no ar de novo. Christian faria ainda algumas colocações depois da entrevista conduzida por Felipe Motta. Porém enquanto Felipe ainda falava ao vivo (acho, não lembro), o simpático Christian me cumprimentava e ia embora. Estava tão anestesiado com sua presença e as histórias que me contara que sequer pedi pra tirar uma foto comigo. Besta. Fica pra próxima L.

Felipe tinha um compromisso depois das 14 horas, sendo assim, gravou uma parte do programa antes que chegasse, pois havia comunicado a ele que tinha vontade de entrevistá-lo. Enquanto o programa rolava conversamos bastante durante uns 20 minutos. Papo que virá para o blog em breve!

Depois da conversa, voltamos ao estúdio para o Felipe acabar o programa. Depois de terminado o programa, conversamos ainda bastante sobre F1 e afins. Como tinha dado a mancada com Christian não podia deixar passar a oportunidade de tirar uma foto com o Felipe antes de ir embora, o cara que me proporcionou uma experiência das mais inesquecíveis da minha vida.

Palavras não dão idéia do quão legal foram aqueles momentos.

Valeu Felipe! Fico devendo essa!