sexta-feira, 4 de março de 2011

A última fatalidade


Dia 4 de março de 2001. Há exatos 10 anos a F1 abria a temporada em Melbourne, e uma série de mudanças no regulamento haviam sido feitas. Asas dianteiras mais altas, traseiras mais baixas. Tudo feito num esforço para que o chamado arrasto aerodinâmico fosse reduzido, deixando carros visivelmente (inclusive a olho nu) mais rápidos. Tudo na eterna busca (vide a que temos até hoje) de corridas com mais ultrapassagens e combatibilidade.

No quesito da velocidade nada a reclamar. Schumacher cravara a Pole Position no Sábado com o assombroso tempo de 1:26.692, nada menos que 3.9s mais rápido que a pole de Hakkinen em 2000, 1:30.556.

Mas havia um porém. Os carros haviam ficado instáveis demais e foi comum durante os treinos livres, várias rodadas e saídas de pista. Uma em especial chamou a atenção. A capotagem tripla do próprio Michael Schumacher, atual campeão, na curva 6, durante o treino de sexta-feira. Susto geral, pior ainda quando Burti bateu na curva 5 durante classificação de modo estranho.

Mas chegada era a hora da corrida. Largaram, e começariam ali as rodadas. Frentzen numa disputa de posição com Barrichello, e Bernoldi na volta 3, uma antes do acidente pelo qual aquele fim de semana ficaria marcado.

Jacques Villeneuve pegava o vácuo de Ralf Schumacher perto da curva 3. Quase que instantaneamente, no momento da freada do alemão (um pouco mais cedo do que o habitual, provavelmente para fazer Villeneuve perder o contato na saída da curva) o canadense bateu na traseira do Williams de Ralf de tal forma que fez o carro da B.A.R. decolar em direção ao alambrado de proteção. O impacto faria suas rodas se soltarem. Uma, “achou” uma abertura no muro de proteção, e acertaria de maneira fatal na sequência, Graham Beveridge, um fiscal de pista de 52 anos de idade.

Safety Car foi à pista. Ficou por intermináveis 10 voltas, graças à ambulância que havia ido ao local socorrer Graham. Depois disso sem maiores problemas na corrida. Schumacher venceu, seguido de Coulthard e Barrichello. Porém nunca mais após isso tivemos outro acidente com vítima fatal na F1. O dia 4 de Março de 2001 ainda é (e espero que seja durante muito tempo) marcado como último ponto trágico nessa categoria tão perigosa, que vive dias nos quais parece infalível nesse sentido. Mas o fato é que desde aquela data não viveu outro dia sequer sob penumbra da morte.

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