quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.7)


Esse dia chegaria. Sim, existe vida antes do Cowboys From Hell; embora eles tentassem esconder, embora alguns fãs tenham vergonha. O Pantera já foi essencialmente uma banda de hard rock de visual glam. Muito espantoso pensar nisso enquanto se ouve um disco como o The Great Southern Trendkill, mas é verdade.

Esta acima pertence ao Power Metal - último disco da fase e primeiro da banda com Phil Anselmo nos vocais. O disco me lembra um pouco o Judas Priest no início da década de 80, muitos agudos e instrumental não tão invocado comparando com os discos que o procederam. Enfim, Rock The World. Bom som sim.

Se quiserem saber como foi a era Terry Glaze, recomendo ouvir isso. Como o nome é "Para gostar de..." e eu não acho que vem a calhar pelo tema, não postei. (Não, não é ruim - se você gosta de Glam. Só não tem nada a ver com o estilo consolidado pelos rapazes)

domingo, 25 de setembro de 2011

Vazio


E tem o que dizer hoje? Vettel venceu, só. Ah, sim: Saindo da pole, de ponta a ponta. A única disputa na pista por algo que valia alguma glória aconteceu nas últimas voltas. Button – em segundo – fez de tudo para tirar do alemão da Red Bull a volta mais rápida da prova. E conseguiu. Mesmo depois de Sebastian por vezes cravá-la muito abaixo do tempo que o resto virava. Assim, Jenson saiu vitorioso desta batalha.

Mas olhe só, gastei a abertura do texto narrando a brilhante disputa nas últimas voltas... pela volta mais rápida da prova. Isso diz muito sobre a corrida. Da pouca movimentação que se teve nos primeiros lugares. E até mesmo pelos intermediários - poucas ultrapassagens daquelas que vimos valiam algo mesmo. A grande maioria se deveu a diferenças nas estratégias de paradas de box; o cara que está com "mais pneu", passando aquele que ainda não fez a parada.

Quem foi bem mesmo e chegou dando até um calor em Vettel no fim da prova foi Button. O inglês se apresenta como grande força para conseguir o vice-campeonato no momento ao lado de Mark Webber (Button pelo braço, Webber pelo carro, claro). O australiano da Red Bull sequer ameaçou Jenson a prova toda tendo o carro que tem. Chegou a estrondosos 27,5 segundos da disputa pelo primeiro lugar, depois de largar muito mal de novo. Digo que Webber, pelo que mostra, não merece nem terceiro lugar no campeonato.

Massa teve sua corrida prejudicada por um toque de novo, dessa vez com Hamilton, que largou mal. Furou seu pneu e teve que se contentar com o nono lugar no fim da prova. Hamilton, muito mais agressivo, chegou em quinto mesmo tendo que trocar o bico e pagar um Drive-Through justo pela manobra.

Force India fazendo a primeira chegada dupla nos pontos desde a Austrália. A evolução do time é notória, e têm tudo, pelo andar da disputa, para despachar a Sauber entre os construtores. Hoje, Sutil – que, por sinal, deixou Di Resta passar estranhamente durante a prova – passou o inalcançável (é, já foi) Kobayashi e seus 27 pontos no campeonato. Definitivamente a Sauber perdeu o gás. Di Resta 6º, Sutil 8º.

Não há mais muito o quê dizer sobre a prova. Teve Safety Car? Teve. Batida de Schumacher em Pérez que fez o alemão decolar. Fora isso, mais nada. Vettel está a um 10º lugar do título, o que significa que Button é o único com chances de tirá-lo do alemão. Tem que torcer para Vettel não fazer mais pontos nas cinco últimas provas, vencendo todas elas. Nem milagre.

O templo de Suzuka no Japão conta os dias para ver outro campeão ser coroado por lá. Como tenho dito desde o início do ano, merecido. Quanto ao GP, fica um vazio. Não tem o que se dizer de palpável dessa prova. Triste.

#Na foto, Di Resta. Destaque de hoje.

sábado, 24 de setembro de 2011

Nada a acrescentar


Duas Red Bulls, duas McLarens, duas Ferraris, duas Mercedes, duas Force Indias. Este foi o treino em Marina Bay. Simplesmente não tem o que dizer. Falar o quê? Que Vettel é o maioral, que pode ser campeão amanhã? Todo mundo já disse isso nas duas últimas semanas. Esse treino não valeu quase de nada. O que é, na verdade, um paradoxo interessante. Enquanto as corridas são fantásticas e muito bem disputadas, os treinos são previsíveis e chatos. Tudo em nome de poupar pneus tendo em mente a corrida. Algo se precisa fazer nas regras, de fato.

Nesses dez primeiros tudo seguiu a ordem normal, fora Button se classificando a frente de Hamilton, em terceiro; num erro dos mecânicos de Lewis ao reabastecer seu carro no fim do Q3. Perdeu tempo e a tentativa. Destaque para as Force Indias, que, pela primeira vez no ano, colocaram seus dois carros no Q3. Depois de um início de ano decepcionante, Sutil e Di Resta vêm fazendo suas honras.

Bruno Senna vai ganhando mais e mais destaque na F1. Hoje, com um carro pouco competitivo, colocou (sob muita pressão) pouco menos de um segundo no companheiro Vitaly Petrov no Q1, fazendo o russo sequer passar pro Q2. Essa era a oportunidade que Bruno precisava. Está fazendo um excelente trabalho, e, se conseguir se manter na pista sem cometer erros pelo extenso GP de Cingapura amanhã, poderá chegar aos pontos de novo. 15º, enquanto Petrov apenas foi o 18º.

De negativo Kobayashi, que errou na famosa chicane da curva 8 e chapou seu Sauber na parede. Criou-se muita expectativa sobre Kamui, agora ele nem de perto lembra suas grandes atuações do inicio desta temporada e fim da passada. O que aconteceu? Não sei. Só sei que o japonês pode bem mais.

Com possíveis acidentes, devemos ter uma corrida agitada em Marina Bay amanhã. A prova é longa e das mais cansativas do ano; além disso, os pneus super softs em Cingapura não têm aguentado bem. Vettel pode estar muito rápido, mas nunca se sabe – uma largada ruim pode fazer tudo ruir. Do mesmo modo como uma largada boa de Alonso e um bom consumo de borracha podem fazê-lo chegar ao pódio e adiar por uma prova o bi-campeonato de Sebastian. Vettel vai ser campeão, mas amanhã ainda não depende só de si.

Em suma: tudo na prova é imprevisível. E isso, nesse ano, tem sido sinônimo de corrida boa. A ver.

Em tempo, leiam o que Mario Andretti escreveu no Twitter: "In my opinion in order do give #F1 drivers extra incentive in qualifying, award 1 point for pole and 2 if fastest in all 3 sessions." - Escutem a lenda.

P.S.: Não esse da foto não é o Vettel.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.6)


Me admirei por não ter colocado nada ainda do Vulgar Display of Power. Vou começar por uma não tão famosa que é uma das minhas favoritas - faixa sete, No Good (Attack the Radical). Uma música cujo tema é o racismo. Sendo texanos, presumo que os rapazes tenham convivido bastante com isso. A letra - como não poderia ser diferente - prega o abandono e execração da prática. Muito se diz sobre uma declaração racista feita por Phil Anselmo em um show em 1996. O que houve ali foi que o vocalista estava sob efeito de heroína - que era usada por ele, acredite ou não, com fins medicinais, graças a um problema nas costas.

É, pelo sim, pelo não... o som é bão. (não resisti)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.5)


Do último CD dos caras, trago Yesterday Don't Mean Shit. Pra quem curte peso "gratuito", os três últimos discos do Pantera são pratos cheios. O último diferencia-se um pouco dos demais. Reinventing the Steel é mais bruto, sólido e técnico em relação aos anteriores, na minha opinião. Yesterday Don't Mean Shit é um bom termômetro. Uma pena que as músicas deste disco - fora Revolution is My Name - sejam tão menosprezadas.

domingo, 18 de setembro de 2011

A vida que não acabou


Há dez anos o mundo do automobilismo vivia um drama. A Indy pisava pela primeira vez em terras européias, para aquela que seria uma incursão das mais corajosas no velho continente. Seriam duas corridas - uma em Lausitz, Alemanha, outra em Rockingham, Inglaterra.

A que era primeiramente chamada de "German 500", foi, na semana da prova, renomeada de “American Memorial 500”. Tudo graças aos atentados de 11 de Setembro. A imaginar, o astral da prova já não era dos melhores.

A temporada de 2001 não estava sendo fácil para Alessandro Zanardi. Vindo de um fracasso na F1, o italiano havia ficado o ano de 2000 parado, e voltava às "origens" (em termos de sucesso) americanas tentando reviver seus dias de glória. A equipe escolhida para sua volta foi a Mo Nunn – equipe de seu velho engenheiro e amigo dos tempos de Chip Ganassi, Morris Nunn. A temporada estava sendo difícil. Um quarto lugar em Toronto foi o melhor que o italiano do carro 66 havia conseguido.

Mas na Alemanha tudo parecia mudar. Zanardi e seu companheiro - o brasileiro Tony Kanaan - vinham conseguindo tirar de seus motores Honda e chassis Reynard bons tempos, os melhores do fim de semana nos treinos livres. Porém, para a infelicidade dos dois, a tomada de tempo oficial fora cancelada devido às chuvas na sexta-feira. Sendo assim, o grid foi definido pela classificação do campeonato; Gil de Ferran seria o pole.

Na prova, os dois pilotos da Mo Nunn demorariam um pouco, mas fariam seu bom rendimento valer, quando pela sua metade apareceram disputando a liderança da prova com Kenny Brack, Max Papis, Michael Andretti e Patrick Carpentier. A performance de Zanardi principalmente era fantástica – havia saído de 22º e vinha imprimindo um ritmo formidável. O campeão havia voltado?

Eis que Kanaan e Zanardi desgarrariam do resto e teriam a chance de uma disputa caseira pela liderança durante cerca de 10 voltas. Os pilotos da Mo Nunn, uma equipe bem modesta que só tinha uma temporada de vida, estrelavam uma corrida com ritmos e velocidades até superiores aos do Team Rahal, grande “bicho papão” dos ovais naquele ano.

Na volta 141, depois de ser ultrapassado por Zanardi, Kanaan pararia para seu último pit stop. Uma volta depois seria a vez do italiano. Alex (como era chamado pelos americanos) fazia uma apresentação exímia; e para coroar isso com o mérito merecido, o melhor que ele poderia fazer seria lutar com todas as forças para dar aquela que poderia ser a primeira vitória da equipe de Morris Nunn na CART. E mais do que isso, decretar a volta por cima dele depois de uma passagem amarga pela Williams na F1 em 1999.

Talvez nesse ímpeto, e de pneus frios, Zanardi tenha perdido sua concentração e o controle de seu carro na saída do Pit Lane. Rodou, saiu pela grama e foi parar no traçado da curva 1 com o carro de lado. Logo a seguir vinham dois carros na pista, os dois da equipe Forsythe. Carpentier conseguiu se livrar de Alex, mas Tagliani o pegou em cheio pelo meio a mais de 320 Km/h. Alex fraturou a pélvis, teve uma concussão e depois de três horas de cirurgia teve o que restou de suas pernas amputadas do joelho pra baixo, além do coma induzido que ficou por três dias.

Dia 30 de Outubro do mesmo ano, o italiano sairia sorrindo do hospital alemão onde renasceu. Um mês e meio depois de quase ter perdido a vida, Zanardi tinha o vigor mental na expressão facial de alguém que apenas tivesse tido, por ventura, um dia ruim (foto).

Um ano e meio depois o italiano protagonizou este momento abaixo – que até me mareja os olhos, as 13 voltas que faltavam para que ele concluísse sua prova em 2001.

Zanardi, com próteses, voltou a correr. De 2003 a 2009 andou no WTCC e ultimamente está se preparando para outro grande desafio; a participação nas para-olimpíadas de 2012 em provas de corrida para cadeirantes.

Não preciso dizer por que Zanardi é uma das pessoas que mais admiro. Um dos meus heróis. Nunca desistiu, e nunca perdeu as esperanças. Nos dias de hoje, está aí uma das melhores lições de vida da história da humanidade.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.4)


Floods; nona do disco The Great Southern Trendkill, de 1996. Na minha opinião, essa leva o título de melhor "baladinha" dos meninos de Arlington (não sei se convém chamar de baladinha, é que normalmente pessoas se referem a músicas calmas de bandas de metal com esse nome). O balanço perfeito entre os riffs fantásticos com o efeito do "chorus" no início, e a porrada da guitarra - além do exímio "feelin'" nos solos - no meio do som, são absolutamente incríveis. Mas o grande diferencial da música, pra mim, é o final. Uma frase de guitarra limpa, porém distorcida, que soa perfeitamente sublime (algo que me embala certas nostalgias, confesso). Consegue ser impactante e suave. Genial.

Só faço um pedido. Não desligue o player antes de ouvir o fim. Quem ouvir, me entenderá.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

OFF: 10 anos


“Por quê?” Foi o que me indaguei há 10 anos, quando cheguei em casa e vi o WTC pegando fogo e caindo. Não dá pra pensar num argumento plausível pra uma tragédia dessas. O que leva alguém, por mais que não seja simpatizante da causa do “American way of life”, a jogar um avião num prédio cheio de vidas que nada têm a ver com o seu fundamentalismo religioso pessoal? O direito de reivindicar, seja lá o que ou a quem for, não pode passar por cima da liberdade e da vida de outra pessoa, que dirão 3.000.

Aí você pára e pensa: Aquilo não foi mais do que uma amostra egoísta de poderio de destruição. Aí se pergunta: A troco de quê? Mostrar que os EUA não são tão fortes e tão maiorais quanto vemos nas salas de cinema? Que o jeito ocidental de viver é pecaminoso e carnal? Ora, seja lá que Deus, santo ou ideologia (ou vaidade, porque não) disse ou deu a entender que jogar aviões contra edifícios seria uma forma de propagar a salvação, mas não pode pregar algo bom ou zelar pela paz, nunca.

Logicamente não se pode subjugar o islamismo. Confesso minha ignorância no assunto. Sei pouquíssimas coisas – a maioria aprendida, inclusive, na comoção midiática pós-atentados. Existem pessoas que seguem o alcorão sem invadir e obstruir o espaço de outra sem a mesma crença; o seguem, pois acreditam que aquilo as completa. Perfeito. Não tenho preconceito algum com ninguém e respeito muito as minorias que sabem o seu espaço.

O ponto é que o efeito dos atentados não foram só de encontro ao “inimigo infiel” ocidental; eles também prejudicaram em muito a imagem do próprio árabe ao redor do mundo - quase um tiro no pé daqueles idealistas. Até hoje, quando se encontra um deles seja lá onde for, mesmo alguém desprovido de preconceitos não o olha “de bate e pronto” sem unir sua figura aos monstros do World Trade Center.

Depois de uma década, dá pra dizer que tudo isso fez o mundo ficar um lugar ainda mais frio, impessoal e desconfiado. Parece besteira de jardim da infância, mas é plantando o mal que se colhe o mal. Bin Laden pagou por aquilo que cometeu ainda em vida, e não posso dizer que injustamente.

domingo, 11 de setembro de 2011

Merecidamente, e com o pé nas costas


#

Vettel ganhou, ponto. Não vou falar mais do que isso – até porque não preciso, já que sua corrida não teve grandes transtornos, fora ser ultrapassado por Alonso na largada e repassá-lo (facilmente, diga-se) após a saída do Safety Car. A partir dali, não largou mais o osso do primeiro lugar até o fim das 53 voltas, ponto.

Button – depois de largada desastrosa, de sorte no toque de Webber em Massa e muito sangue frio nos ataques a Hamilton, Schumacher e Alonso (tudo na pista, hein) – foi segundo colocado merecidamente. Aplausos para o inglês que vive sem sombra de dúvidas o melhor momento da carreira. Com este, sete pódios em 13 corridas no ano.

Alonso, sólido como de costume, em terceiro. Fez grande largada, pulando de quarto para primeiro, mas sofreu com a falta de performance da Ferrari. É segundo no campeonato agora, mesmo com todos os problemas da equipe italiana no ano. Fernando é fora de série, não é nenhum segredo. Felipe Massa não teve o que fazer. O toque de Webber estragou sua prova inteira. Até se recuperou bem rápido, em seis voltas já tinha se livrado dos carros médios e era o sexto. Mas a distância era muito grande, acabou não tendo escolha a não ser administrar a sexta colocação.

Schumacher e Hamilton protagonizaram a grande disputa do dia. Schummy, quase sem asa, passou facilmente Hamilton na relargada. Ali nascia o maior duelo da prova. Hamilton, mais rápido nas curvas, chegava em Michael; mas era despachado nas retas, pela regulagem aerodinâmica da Mercedes do alemão. Sem usar a asa móvel, Schumacher chegava a ser mais rápido que Lewis - que parecia ter (inclusive, como Massa na Bélgica) uma relação de marchas menor privilegiando os pontos de baixa velocidade e retomadas do circuito. Tudo isso culminou em mais de 20 voltas de emoção garantida aos privilegiados que assistiam à corrida. Simplesmente sensacional.

Webber foi o grande mané do dia. Largou mal; passou Button; bateu em Massa; perdeu o bico; não freou suficientemente para fazer a Parabólica sem o spoiler; foi pra brita e bateu risivelmente nas proteções de pneus. Fim. O que Mark faz neste ano não é nem má imitação de Vettel. O australiano está muito aquém do carro que possui.

Depois de uma largada quase suicida de Vitantonio Liuzzi, a prova fora do G7 (com Schumacher hoje) ficou do avesso. Tanto, que o grande vencedor foi Alguersuari que largou em 18º e andou o dia todo quase entre os lugares pontuáveis. Acabou com os oito pontos do sétimo lugar importantes na disputa interna com Buemi, o 10º. Boas corridas também de Bruno Senna e Di Resta – nono e oitavo. Bruno poderia ter feito mais não tivesse que passar pela brita na primeira curva por causa da batida. De qualquer forma, dois pontos, na segunda corrida com um carro propriamente dito, está muito bom.

Além de Webber, os outros destaques negativos foram as Williams, que deram a impressão de que poderiam fazer boas corridas mas decepcionaram. Maldonado chegou a ser sexto, mas pela falta de desempenho foi só 11º. Quem também entra em crise é a Sauber, que começou o ano tão bem e hoje amargou os dois carros quebrando, além de estar agora um ponto atrás da Force India no campeonato. À parte disso, Kobayashi também anda devendo demais em classificações e em ritmo de corrida.

Com a burrice de Webber, Vettel pode ser campeão já em Cingapura. Hoje Sebastian pareceu emocionado no pódio. Pareceu ter a dimensão exata do que foi esta vitória e do que é sua carreira. Nada como a reta de Monza tomada pelos tiffosi de vermelho para se entender o que é ser um bi-campeão de Formula 1. O mesmo lugar que já coroou tantos gênios no passado (incluso Vettel, em 2008), prestou sua reverência para o mais novo fenômeno do esporte. Merecido.

#Não, quem ganhou não foi o Button. Só cansei de colocar fotos de Red Bull e de Vettel aqui.

sábado, 10 de setembro de 2011

"Meh"


Sinceramente, já me encheu o fato de Sebastian Vettel fazer todas as pole positions. Não tem mais muito o quê dizer. Poderia fazer uma análise técnica, falar que o carro dele era o melhor nas curvas do segundo setor – que era onde de fato se perdia e ganhava tempo hoje em Monza. Francamente, prefiro não comentar nada sobre o meio segundo que colocou nas McLarens. A única coisa original a se dissertar sobre o ato da pole é o fato de a Red Bull ter vencido de vez seus problemas de 2010 e 2009 em pistas de alta velocidade. Melhor carro (pelo menos o de Vettel) em todos os tipos de pista, e oficialmente.

Duo da McLaren em segundo e terceiro. Ontem eles mesmos pareciam convencidos de que poderiam ser os mais rápidos. Foram sim... os melhores do resto. Só não entendi porque Button abortou sua última volta, na qual conseguiria pelo menos a segunda posição. Se errou no último setor, não reparei.

Alonso e Massa - ambos sem brilho – quarto e sexto no grid. Na corrida as coisas deverão se equiparar, mas já dá pra cravar a péssima temporada da Ferrari em classificações. Além do Canadá, não me lembro outro momento em que os carros italianos lutaram seriamente pelo primeiro lugar. Webber... bom, o mesmo, apenas com o agravante de dirigir o mesmo carro de Vettel e sequer ameaçá-lo.

Bom treino da Renault, mas dessa vez, com Petrov em sétimo e Bruno Senna em 10º, o contrário da Bélgica. Bruno escolheu prudentemente não fazer tentativas no Q3 para se equivaler em jogos de pneus com os outros pilotos que passaram para a fase derradeira do treino. O brasileiro, mesmo sem voltas no Q3, foi o piloto que mais deu voltas o treino todo, 20. Melhor pra corrida foi isso mesmo.

No mais, Mercedes bem – com Schumacher na frente de Rosberg (que não usou pneus moles no Q3); Williams mostrando algo com os 13º e 14º lugares no grid (mas comemorar isso, francamente) e Force Indias consistentes com Di Resta quase passando para o Q3.

De negativo as performances da Toro Rosso (habitue, mas chocante depois do bom resultado em Spa) e da Sauber, que cai de rendimento sensivelmente desde a Hungria. Será que os encantos de Pérez e o arrojo de Kobayashi (principalmente o do japonês) acabaram? Veremos.

A corrida deve ser interessante pelo que o DRS poderá propiciar nas suas duas zonas de ativação. Movimentada, com certeza será. Particularmente, adoro Monza por fazer o visual dos carros ser mais “invocado”, transformando-os quase em flechas de tão pequenas horizontalmente e esticadas verticalmente ficam as asas dianteiras e traseiras (principalmente as traseiras) nesta configuração aerodinâmica.

Enfim. Não sei se vai ser, mas Monza merece uma corrida boa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Os pneus de Monza

Um dos maiores problemas do circuito de Monza historicamente são as chicanes. A pista foi concebida nos anos 20 sem elas. Porém, num esforço de modernizá-la e deixá-la mais segura, ao longo do tempo, Monza foi ganhando variantes artificiais uma a uma. Tornou-se pré-requisito para ser o mais rápido no circuito italiano ser agressivo nas chicanes para reduzir a tangência das curvas, e assim, ganhar o máximo de tempo possível.

O problema é que aos poucos, os pilotos, insatisfeitos em apenas usar as zebras, foram usando a “ponta” da grama para fazer as curvas. Daí, teve-se a ideia em 1996 de aumentar a altura das zebras nas chicanes del Rettifilio (ainda com duas pernas na época) e Della Roggia - primeira e segunda do circuito, respectivamente. Não satisfeita com o resultado durante os treinos livres, a organização do GP resolveu colocar barreiras de pneus logo após as zebras, para forçar os pilotos a não subir demais nelas, desse modo, respeitando o desenho da pista.

O problema foi que a organização resolveu fazer isso logo no treino classificatório sem antes testar. Hill, Villeneuve e Berger foram chamados pela FIA para aprovar a medida, e deram o “OK”. Resultado disso foi que na primeira meia hora de sessão apenas dois carros foram à pista, ninguém queria ser cobaia de tal medida. Mas, as maiores tormentas aconteceriam na corrida, quando a organização colocou “três pneus de altura” nas barreiras. Quem a acertasse com bico ou roda teria problemas.

Logo no início da segunda volta da prova eis que o primeiro incauto comete o deslize, Jacques Villeneuve. O canadense não conseguiria mais ter o mesmo ritmo nas 51 voltas restantes. O contato desequilibraria seu FW17, mas quem pagaria mesmo o pato seria David Coulthard, que, com a sobra de um dos pneus em seu traçado, teria sua direção quebrada pelo choque, e seria forçado a deixar a prova.

Uma volta depois, Panis bateria nos pneus da primeira curva e abandonaria também. Um pouco mais à frente Hakkinen - o terceiro colocado -, tocaria nos pneus da primeira perna da segunda chicane. Isso resultaria num spoiler avariado e, logo em seguida, Mika tendo que ir ao box trocá-lo.

Mas a grande vítima viria na volta seis. Hill, com uma liderança confortável para Jean Alesi, bateu nos pneus da segunda perna da primeira variante. Quebrou sua suspensão dianteira e perdeu a oportunidade de fechar o campeonato com duas provas de antecedência. Acabou, no entanto, por não ter grandes problemas na pontuação, já que Villeneuve não pontuaria no sétimo lugar alcançado ao fim da prova, com seu carro desequilibrado desde a segunda volta. Manteve os 13 pontos de diferença entre os dois postulantes ao título.

Duas voltas depois, Frentzen tocaria nos pneus da segunda chicane. Rodou e também abandonou. Após o início de prova tumultuado, pilotos começaram a se precaver mais nas entradas das curvas. O que não fez com que os “pneus malditos” tivessem acabado de fazer vítimas. Na volta 24, era hora do irlandês Eddie Irvine - terceiro colocado - tocar nos pneus da primeira chicane e quebrar sua suspensão mais adiante, após a Curva Grande.

Na 37, foi a vez de Rosset aderir às vítimas feitas pelos pneus naquele dia. Na 40ª, o grande susto para o torcedor italiano. Schumacher – o líder - bateu na mesma proteção de pneus na qual Irvine batera para abandonar (foto). No choque, dois pneus da proteção se soltaram, mas assim mesmo, por milagre, o alemão não teve o carro avariado (detalhe da foto: Schumacher "inspecionando" sua suspensão dianteira esquerda). Dali mais 13 voltas, Schummy ganharia seu primeiro GP da Itália da vida e encerraria um jejum de oito anos sem vitórias da Scuderia em Monza.

Nunca mais se usou pneus nas chicanes de Monza. Para que os pilotos não usem mais do que a própria zebra para fazer as curvas, hoje se tem uma pequena barreira no estilo “quebra-molas” na parte de dentro das curvas. Uma solução tosca dessa realmente só poderia dar na corrida que deu e nunca mais ser utilizada.

Veja as seis primeiras voltas da corrida:


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.3)


Mergulhando de vez na fase bruta do Pantera, trago a primeira faixa do disco The Great Southern Trendkill de 1996 - a própria. O início chega até a assustar, mas o desfecho é sublime (pelo menos pra mim). Principalmente o fim instrumental, com Dimebag Darrell mandando um dos solos mais legais da carreira. A combinação riff de encerramento + solos de fundo, dão vontade de voltar depois de cada audição. Pode conferir.

Deleite-se com o peso.

domingo, 4 de setembro de 2011

Para gostar de Pantera (Vol.2)


Becoming. Segunda do disco Far Beyond Driven de 1994. Música que marca bem o fim das influências Heavy Metal no som do Pantera. A partir deste CD, as músicas ficam mais pesadas, secas e brutas, deixando melodias, vocais agudos e riffs por demais elaborados um pouco de lado. Um marco pelo lado da identidade dos texanos. Particularmente prefiro a primeira fase, mas adoro todos os discos desta. E o som acima - cá entre nós - é fantástico.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os três mosqueteiros


No mundial de MotoGP desde 1990, Loris Capirossi pode não ter sido campeão na categoria máxima do motociclismo, mas colecionou bons momentos e foi uma figura importante durante boa parte de sua carreira. Esta será a última temporada do italiano de 38 anos profissionalmente, já que negou convites da Superbike e anunciou ontem em Misano que irá se retirar da MotoGP no fim do ano.

Loris ganhou nove corridas na categoria top do motociclismo mundial, porém apenas uma em sua primeira passagem pelo campeonato (1995-96) - o GP da Austrália em Eastern Creek, última corrida da temporada de 1996. No entanto, pela falta de desempenho durante o ano, em 1997, foi “rebaixado” para a 250cc novamente. Lá se sagrou campeão em 1998, e em 2000 retornou à MotoGP pela equipe Pons.

A sexta etapa daquela temporada seria na Itália, em Mugello. Junto a ela um desafio aos pupilos da casa. O ano marcava a melhor linhagem de pilotos italianos em muito tempo. Além de Capirossi (bi-campeão das 125cc e campeão das 250cc), estavam no grid Max Biaggi (tetra das 250cc) e o então estreante Valentino Rossi (campeão das 125cc e 250cc). Os três perseguindo e querendo para si a quebra de um tabu: ser o primeiro italiano a ganhar o GP da Itália em Mugello pela 500cc. Não podendo ser diferente, a expectativa era alta.

A pole ficou com o companheiro de Loris, Alexandre Barros - sua primeira na 500cc. Ao lado do brasileiro na primeira fila, simplesmente os três italianos campeões até aqui citados. Biaggi, Rossi e Capirossi, respectivamente. Na largada, Barros e Biaggi partiram mal, dando o primeiro lugar a Kenny Roberts Jr., que vinha da segunda fila. Ainda na primeira volta, Rossi assumiria a liderança, e Capirossi, uma volta depois, se livraria também do americano da Suzuki e se postaria em segundo. Mais seis voltas, e Biaggi – que cruzara a primeira volta em sétimo - já seria o terceiro.

Para delírio dos locais, os três italianos aos poucos iam se distanciando da disputa pelo quarto lugar. Cinematograficamente, os três filhos da terra aproximavam-se do fim da corrida com a possibilidade de lutar entre si no “mano a mano” para ver quem daria a primeira vitória à Itália na pista localizada na região da Toscana. A cinco voltas do fim – levando mais de sete segundos para Carlos Checa, quarto colocado isolado - uma disputa ainda discreta começaria a se tornar dramática e memorável.

Rossi partiria pra cima de Capirossi pelo primeiro lugar - o local: primeira curva do circuito de Mugello. Uma volta depois, “Capirex” lhe daria o troco no mesmo lugar graças a um erro de Valentino na saída da penúltima curva. A duas voltas do final, o calculista Rossi decidiu de uma vez por todas parar de pressionar e colocou a moto por dentro na curva Scarperia. Assumiria a liderança, e instantaneamente começaria a distanciar-se... até que na freada seguinte, em um erro, foi à caixa brita depois de perder a frente de sua Honda número 46. O sonho da primeira vitória para “The Doctor” (que nem possuía o apelido na época ainda) na 500cc estava adiado pelo preço da inexperiência.

Última volta. Biaggi, que ainda não havia se mostrado muito no duelo, de uma hora para outra enfiou sua Yamaha por dentro de Capirossi na curva Casanova. Loris não vendeu barato a liderança e, logo depois de concluída a manobra de Max, jogou sua Honda por dentro nas duas Arrabiattas - curvas de alta velocidade em subida. Os dois andavam lado a lado, quase se tocando. Na segunda perna, Capirossi acabou saindo na frente por estar na linha de dentro da tangência.

Chegavam de novo à Scarperia, onde Rossi havia superado Loris na volta anterior. Biaggi estava colado, muito próximo. Mas tão próximo, que na tentativa de colocar por fora na segunda perna da curva, bateu seu guidão na rabeta da moto de Capirossi. Tiro e queda: Biaggi, assim como Rossi, foi parar na brita do circuito italiano. Depois de sentir o toque na traseira, Capirossi olhou pra trás, e certificou-se com seus próprios olhos. Socou o ar. Sabia que ser o primeiro italiano a vencer em Mugello era questão de tempo. E foi. Quatro curvas depois, Loris venceu aquela que – ao lado de dar a primeira vitória à Ducati na Catalunya em 2003 – foi sua melhor corrida na carreira.

Capirex fará falta, amigos.

(A qualidade do vídeo não é boa, mas dá pra quebrar o galho)