sexta-feira, 29 de abril de 2011

A tal da pirotecnia


Lá se foram três provas. A F1 está diferente? As ultrapassagens aumentaram? Os pneus mais moles ajudaram as corridas a ficar mais movimentadas? A farofa nas beiradas do traçado denigre a imagem da Pirelli? A asa móvel funciona bem? Qual é a da volta do Kers?

São algumas questões interessantes que todos levantavam no início desse ano e volto a me perguntar agora. A maioria, meio saudosista, preferia ver a F1 pura como nos anos 80, desse modo, criticava as mudanças. Ora, a terra gira; já passamos a muito pelas décadas douradas e românticas. A F1 hoje é diferente, infelizmente e/ou felizmente. É uma discussão subjetiva, portanto não entrarei em seus meandros.

Vamos à parte objetiva do tema. F1 é sinônimo de evolução, sendo assim é preciso que se adapte às exigências do mercado futuro, sendo o grande laboratório que é esperado dela. Aí o Kers tem lugar. É uma fonte de energia renovável, e tornou se mais uma variável na fórmula de cada grande prêmio.

Vimos até agora corridas muito movimentadas e pilotos arriscando mais ultrapassagens. Já dá pra falar que o combo asa + Kers, deu certo. Embora ainda reste uma pontinha de duvida quanto a pistas que não tenham grandes retas, como Melbourne, quando boa parte da imprensa cravou um #fail mal sucedido pelo visto nas duas corridas seguintes. Veremos.

Estar na F1 é boa publicidade pra qualquer anunciante, por que para a Pirelli não seria? A marca já teve passagem pela categoria e provou (para os mais fanáticos, claro) que sabe desenvolver pneus resistentes naquele distante GP do México de 1986. A verdade é que em troca da vitrine “F1” foi que a Pirelli topou fazer pneus mais moles. Não fosse obrigada a isso, veríamos pneus duros como os do ano passado. Não acredito que pneus menos resistentes em prol da competitividade manchem a imagem de uma marca forte como a Pirelli. Pelo contrário, se o fazem é porque, em tese, não têm medo de vê-los estourar, sendo assim, assumindo o risco.

E foi com esses pneus mais moles que as corridas ganharam mais vida. Além também da nova (ou velha) variável do trabalho de Box, bom ou ruim, numa das duas ou três paradas normais durante as três primeiras provas. O piloto/carro que poupa os pneus preservando o ritmo de prova tem grande vantagem na economia de paradas nos boxes. A Sauber fez isso muito bem na Austrália e na Malásia, deu no que deu (ou daria no caso da Austrália). Mas isso só funciona com ritmo de corrida, sem ele o resultado é desastroso, como vimos no caso das Ferraris e Vettel na China. Portanto as equipes devem manter-se atentas durante todo o fim de semana quanto à durabilidade dos pneus, sobretudo, em “long runs”.

Enfim. A F1 está diferente. Tem uma nova cara que anda agradando a quem gosta do bom show. A tal pirotecnia. Ao mesmo tempo em que F1 é um esporte, também é show e entretenimento. De uma visão global, a temporada ainda promete muito e desperta muita curiosidade nesses aspectos.

O problema é que tem um alemão voando. Alguém que parece imbatível, com um carro que lhe veste perfeitamente. Será que ele coloca água nesse choppão?

terça-feira, 26 de abril de 2011

Too Close


Setenta corridas. Foi isso que separou a Rio 400k de 1997 do GP de Nazareth de 1992. O que essas corridas têm em comum? Bobby Rahal.

O americano havia sido campeão da Indy no ano de 1992 pela última das três vezes em sua carreira, Nazareth havia sido seu último triunfo. Desde aquela prova num longínquo 4 de Outubro, Bobby jamais havia se encontrado perto de outra vitória na Indy. Muito tempo havia se passado, seu time já não tinha mais o mesmo gás para brigar por corridas e um campeonato era algo inimaginável.

Mas eis que cinco anos depois, Rahal tinha sua melhor chance de fazer as pazes com o sucesso, no Rio de Janeiro. Havia tomado a ponta do pole, Maurício Gugelmin, na 14ª passagem, liderando, a partir daí, a primeira das 102 voltas que lideraria ao todo na corrida. Porém a falta de bandeiras amarelas (ou a má distribuição delas) seria determinante para o resultado final das 133 voltas da prova. Na volta 84 Bobby foi aos pits pela segunda vez na prova. Duas bandeiras amarelas, das oito do dia, viriam ainda a acontecer depois da última parada do patrão do Team Rahal.

Porém após a última, na volta 98 - que durara apenas quatro voltas, graças a uma rodada de Michel Jourdain Jr. - os computadores da equipe Rahal acusavam algo preocupante para os engenheiros de Bobby. O metanol em seu Reynard-Ford não duraria até o fim da prova caso fosse por inteira disputada em bandeira verde. Precisaria ao menos de mais uma ou duas voltas sob bandeira amarela. Algo que quase ocorreu na volta 125, quando PJ Jones parou seu carro com o motor Toyota estourado... fora da pista.

A partir dali seriam mais oito agonizantes voltas para engenheiros e pilotos. Paul Tracy, Greg Moore e Gil de Ferran haviam parado uma volta depois de Bobby, na 85; e tinham os mesmos problemas de consumo. Era tudo ou nada para os quatro.

Duas voltas para o fim, e o primeiro deles caí. Gil de Ferran, que não resistira ao ritmo fortíssimo imposto pelos primeiros colocados e se rendia a um splash and go.

Poucos segundos depois disso seria a vez de Bobby Rahal ficar sem combustível na curva 4 de Jacarepaguá. Tracy o passaria por fora para receber a bandeira branca e uma volta depois a quadriculada em seu lugar. Rahal, depois do Splash and go, teria que se contentar com um inexpressivo 10º lugar, a uma volta do canadense da Penske número 3. Uma volta (84-85)... que fez toda a diferença.

Após a bandeirada, mesmo frustrado, Rahal ainda brincou*: "Tenho que ensinar PJ a parar no meio da pista". Uma frustração que deve tê-lo tomado até o fim de sua carreira, já que não mais conseguiria subir ao degrau mais alto do pódio até o fim de 1998, quando deu fim a seus dias de piloto passando a ser apenas chefe de sua equipe.

Veja o vídeo dramático do fim da prova...
...
...no Youtube, já que algum infeliz desabilitou o "incorporar".

*Anuário AutoCourse 1997-98

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.10)


Última da série do blog, Punk Rock Song. Penso não haver música melhor para encerrar do que essa. Além do belo riff, da letra consciente, existe outra versão da música cantada em alemão, a qual admito que não conhecia até fazer este post. Vale como curiosidade, outra dentre algumas poucas que contei aqui.

Bad Religion é a maior prova viva de que se pode ser velho e gostar de punk rock. Os caras estão aí desde os anos 80 com a mesma fórmula (são o Iron Maiden do punk!) e energia. Tem suas fases ruins, naturalmente. Tem um som inconfundível, o qual conseguimos reconhecer ao ouvir a voz de Greg Graffin (marca registrada), ou algum riff punk em velocidade moderada (essa última se aplica só se levarmos em consideração a banda de 1989 pra frente, mas generalizando é isso aí). Tem letras politizadas e abrangentes quanto aos "dogmas sociais" que vigoram entre nós até os dias atuais. E o principal, tem muita presença no som e na atitude. Uma bela banda.

Quer ouvir tudo de novo? clique aqui.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.9)


I Want to Conquer the World. Sexta música do disco No Control. Faria um comentário maior se tivesse tempo pra isso. Boa música, seguindo o padrão da primeira época do Bad Religion, anos 80. Enfim, ouçam a nona, e penúltima, música da minha coletânia aqui no blog.

Enjoyem!

domingo, 17 de abril de 2011

Em tom de reação


Tenho que dizer uma coisa. Gosto de ver vitórias do Hamilton. Normalmente todas elas são como essa da China. No trabalho, na vontade, na garra. Pulou pra segundo na largada, depois da primeira parada foi parar em quinto, e teve que passar Button – o daltônico – e Rosberg (com uma ajudinha de Maldonado, é verdade) na pista. Além de Massa e Vettel, que pela tática horrível de duas paradas, não conseguiram chegar ao fim com os pneus em condições decentes de defender uma posição. Hamilton fez uma das melhores corridas que já tive prazer em ver. Lembrando do drama que foi sair com o carro pro grid... quase que Lewis larga do pit.

Enfim, Lewis é aquele piloto que enche os olhos, não mede esforços para fazer uma ultrapassagem e luta por uma posição com a gana que todo espectador adora. Perfeito.

Tudo muito bom, tudo muito bonito. Mas é preciso lembrar que Vettel largou mal e Webber veio de 18º, e ambos completaram o pódio. Ou seja, Red Bull ainda é de longe o carro. Vettel ainda é o piloto. Tive a nítida impressão de no primeiro stint o alemão não estar arriscando aquilo que podia pra cima das McLarens. Não saiu vencedor da China por causa de sua largada péssima e da tática horrível, provavelmente motivada pelo impressionante ritmo de Rosberg. É cedo pra falar se a McLaren chegou, mas de fato o ritmo dos carros em corrida é muito similar, porém Red Bull ainda leva vantagem.

A corrida de Webber, o terceiro, é a maior prova de que quanto mais paradas se fizer, melhor, desde que o piloto seja combativo. Falem mal, mas é o regulamento desse ano funcionando, e muito bem. Bela prova do australiano, quem sabe aí, renascendo em 2011.

Button cometeu o erro mais imbecil que eu já vi na F1, enquanto liderava. Confundiu um box da Red Bull com um da McLaren. Coisa complicada, já que o uniforme de uma equipe é azul e o da outra é branco, e Jenson já corre na McLaren há mais de um ano. Ainda levou uma ultrapassagem linda de Hamilton, ou seja, tudo que o inglês fez depois da largada, só foi bobagem.

A linda tática de Rosberg. Daria certo, não fosse o problema de consumo de combustível; Maldonado, que saiu do pit como se nada nem ninguém estivessem na reta; e o erro ao tentar pela primeira vez passar Felipe Massa. Não fossem esses contratempos, Rosberg teria pelo menos ido pro pódio, mas poderia muito bem vencer sua primeira prova na F1 também. Quinto lugar para o alemão.

A Ferrari se mostrou bem de novo no ritmo de prova, mas em estratégia deve ainda. “É fácil de falar no fim da prova”, alguém diz. Mas, há um ano sabemos que quem tem pneus mais novos, consegue impressionante vantagem no ritmo de prova. Economizar uma parada depois de um primeiro stint como foi o de Felipe Massa, não foi lá muito inteligente. Podia ter ido pro pódio o brasileiro, quiçá brigado pela vitória, ficou só em sexto. Alonso, quem diria, sequer foi citado direito na corrida, e chegou ao fim levando um calor de Schumacher. Embora tenha sido vítima da tática ruim também, dou-me liberdade em dizer que essa foi disparada sua pior atuação desde que começou a andar nos carros rubros de Maranello. Sétimo.

No mais o bom treino de Force Indias e Toro Rossos não acabou dando em nada na prova. Nem perto de fazer algo interessante. Mas foi o treino que atrapalhou muito a Renault, o nono lugar de Petrov poderia ter sido algo muito melhor. Um único abandono, Alguersuari, e uma prova cheia de alternâncias, como foi esse GP da China, permitem dizer que o regulamento está funcionando bem. Pretendo aprofundar esse tema no blog depois, mas o resultado “pirotécnico”, digamos assim, das novas regras técnicas está muito bacana.

Gostei da prova, melhor do ano até aqui. E Hamilton provou que se derem carro e condição, ele faz. Lewis jogou uma luzinha de esperança em 2011, quando já estávamos sepultando o ano ontem depois do treino. Quem sabe não é o início de uma bela reação?

sábado, 16 de abril de 2011

Cadê você, F1?


Se era ameaça, agora é quase realidade. Vettel como uma máquina passa por cima de tudo e todos. Simples e assustadores 0.7s em Button, segundo no grid. Enfim, fica difícil tentar algo na corrida. Não dá pra saber nem onde o RB7 ganha tempo, tão grande é sua vantagem aos outros. Voltamos a 2004, com a Ferrari pintada de azul e um bom aprendiz de Michael Schumacher no volante. Lascamo-nos.

O difícil é entender como Mark Webber conseguiu, com esse avião supersônico chamado RB7, ser nocauteado no Q1 em 18º. Debitou da conta dos pneus duros e excesso de confiança. Não é desculpa, canguru. Você teve três treinos para "entender" como os jogos de pneus funcionavam em Xangai. Pisou na bola. Pelo menos será interessante de vê-lo em recuperação amanhã. Enquanto um Red Bull trabalha pra tirar emoção da F1, o outro vai dar show. A conferir.

Boa classificação da McLaren com Button, segundo, abrindo seu placar na disputa interna com Hamilton, terceiro. Mas é bom ficar de olho no inglês do McLaren número 3. Economizou pneus, e se a vantagem da Red Bull de Vettel não for tão grande na prova, pode incomodar.

Massa dessa vez conseguiu ficar a três centésimos de Fernando Alonso, sexto e quinto, respectivamente. Vamos ver se o ritmo de corrida dos carros de Maranello no frio chinês é tão bom quanto foi no calor malaio.

Gratas surpresas no treino foram os Toro Rosso. Salvo engano não classificavam os dois carros para o Q3 desde o GP do Brasil de 2008. Grande trabalho, finalmente aquela competitividade que diziam na pré-temporada deu as caras. Alguersuari sétimo e Buemi nono.

Também aí Paul Di Resta, oitavo, que ainda não sabe o que é largar atrás de um companheiro de equipe na F1, bom trabalho do escocês, se bem que ambos STR e Paul devem seu lugar no Q3 a Vitaly Petrov, que parou seu carro no meio da pista no fim do Q2 e forçou um "rush" que não teve vencedores.

Além desses, Rosberg com a Mercedes conseguiu um lugar na segunda fila, a frente das duas Ferraris. Melhor classificação da Mercedes no ano e de longe enfiando tubo em Schumacher, 14º.

Nas surpresas negativas, além de Webber e Schumacher, as Renaults presunçosas e Sutil que vai levando uma surra de Paul Di Resta.

Mas Vettel vai ser absoluto, impossível... de novo. A não ser que erre, o que é difícil sozinho e com um carro tão bom. E a F1, tão louvada no ano passado pelas disputas, esse ano não veio... ainda. Cadê você, F1?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A faceta chinesa


É dito que todos os campeões têm seus dias de azar. Aqueles dias em que nada dá certo, e que uma simples ultrapassagem em um carro mais lento pode virar um desastre completo. No caso de Michael Schumacher esse dia, ou esses dias, aconteceram consecutivamente nas duas primeiras visitas da F1 ao circuito de Xangai, na China.

Em 2004 o alemão era o homem da temporada. Fora campeão em Agosto, ao fim do GP da Bélgica, e com uma bagagem de nada menos que 12 vitórias nas 14 corridas disputadas até ali. Mas na China... a sorte mudou. Na sexta-feira um problema eletrônico no carro era uma má profecia daquilo que seria seu fim de semana. A irritação do recém heptacampeão mundial com o problema- coisa rara durante aquela temporada - virou ira quando, em sua volta lançada durante o treino classificatório de sábado, perdeu o controle de seu F2004 na primeira curva do circuito de Xangai, dando belas duas rodadas completas até ir parar na caixa de brita (vídeo). Volta abortada. O alemão, do alto de seus sete títulos, largaria do box, no primeiro GP chinês de F1.

Na corrida, mais problemas. O primeiro deles em uma tentativa de ultrapassagem desastrada sobre o Jaguar de Christian Klien, na volta 11. Schummy colocou por dentro depois da grande reta sem totais condições de uma ultrapassagem segura. Resultado? Colisão e o abandono do austríaco com a suspensão destruída por Schumacher. Não satisfeito, Schumacher faria ainda mais. Após levar uma volta do quarto colocado Alonso, querendo acompanhar o ritmo do espanhol, Michael andava rápido, até que um erro de principiante na curva 13 faria o alemão rodar sozinho. Schummy estava irreconhecível.

A corrida já estava praticamente perdida quando, em outro golpe de azar, o pneu traseiro esquerdo de seu Ferrari furaria, a nove voltas do fim. Com sua corrida já terminada praticamente, Schumacher conseguiu ainda sair de Xangai pelo menos com um prêmio de consolação além do 12º lugar, a volta mais rápida, justamente no último giro da corrida.

Em 2005, um ano completamente diferente. Schumacher e Ferrari enfrentavam dificuldades com o carro mal nascido. Só haviam ganho uma corrida a temporada inteira, o GP dos EUA, quando apenas seis carros largaram. Uma (meia)vitória em 18 corridas, um ano depois do domínio absoluto em 2004.

Schumacher se classificou para a última corrida do mundial, na China, em um relativamente bom sexto lugar. Relativo em comparação ao domínio de 2004 que nem de perto se viu em 2005. A única pole position de Schummy neste ano fora na Hungria. Meia hora antes da largada, como de costume, os pits foram abertos para as voltas de instalação dos pilotos. Schumacher saíra do pit lane, e andava lentamente com seu Ferrari pela pista chinesa. Num descuido após a curva três, o alemão cruzou com seu carro o meio da pista, e o holandês Christijan Albers da Minardi, bem mais rápido, não teve como escapar do acidente bizarro (vídeo). Ambos foram obrigados a largar do Box e com o carro reserva.

Passado o vexame, na corrida Schumacher vinha num excelente ritmo. Com 20 voltas completadas o alemão já era 10º colocado. Duas voltas depois, o Safety Car fazia sua primeira visita à pista chinesa, graças a um ralo fora do lugar na curva dez. Schummy estava próximo de Massa, na Sauber, quando chegando à curva oito, o alemão tentando aquecer os pneus derrapa, perde o controle do carro e vai parar na caixa de brita, ficando por lá definitivamente. Sim, o grande Michael Schumacher estava fora da prova devido uma rodada durante um Safety Car. Inédito, mais ainda pra um heptacampeão de F1. Veja o vídeo abaixo, detalhe para a comunicação de rádio do engenheiro a Felipe Massa noticiando a rodada.

A história de Schumacher com o GP da China teria esse final pífio se em 2006 o alemão não usasse seu grande talento para vencer os imbatíveis Renaults de Alonso e Fisichella na chuva, naquela que foi sua última vitória na F1. De qualquer forma, não apaga as duas primeiras corridas do alemão em Xangai, que não foram mais do que vergonhosas e também, por que não dizer, muito curiosas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.8)


Parte final da nossa coletânia. Hoje trago a 8ª música, Honest Goodbye do disco New Maps of Hell de 2007. Nada pra comentar, linha Bad Religion, naquele que foi o primeiro hit desse álbum, que é o penúltimo da banda até os dias atuais. Dê play cante OWOWOWOOO, você também.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sem sombras...


... Rivais ou algozes. Vai virando rotina o domínio avassalador de outro piloto na F1, outro alemão. Sebastian Vettel, que fez uma corrida à parte do resto. Enquanto todos davam o sangue por posições em disputas acirradíssimas do segundo lugar em diante, a corrida de Vettel se pautou a ultrapassar retardatários. Fez apenas uma única ultrapassagem valendo posição, em cima de Massa logo antes da segunda parada do brasileiro, quando Sebastian já tinha a feito e voava. Soberania incrível, que ainda está no estágio de profecia, mas que em um piscar de olhos pode virar realidade e termos um campeonato amplamente dominado por mais (ou seria menos?) que um carro, um piloto. Ai, ai...

A corrida foi interessante. Várias disputas e combatividade fizeram do GP da Malásia, bem emocionante. Algo que se pode debitar da conta dos pneus mais moles produzidos pela Pirelli. Fato é que para o show, várias paradas rápidas nos boxes, com diferenças de desgaste nos pneus dos carros, movimenta bastante a corrida. Falem mal, falem bem, é a verdade. A DRS me deu a impressão de ser meio inútil se seu uso não for acompanhado do KERS. Acaba não resolvendo muito o problema das ultrapassagens, leia-se as dificuldades que Mark Webber enfrentou ao tentar ultrapassar nas retas não podendo usar o KERS.

Boa corrida de Button e McLaren. Embora Hamilton estivesse mais rápido, Jenson fez uma atuação sólida e constante, poupando bem seus pneus. Lewis chegaria ao pódio não fosse seus problemas no fim da prova com os pneus e a batida com Alonso. Recebi a notícia de sua punição ao fim da prova pensando em injustiça, mas agora, pensando bem, fazer desde pequenos a grandes “slalons”, é terminantemente proibido em qualquer categoria do automobilismo. E Hamilton fez isso, e não foi uma vez só.

A Ferrari teve bom ritmo de prova. Massa talvez tenha feito sua apresentação mais convincente depois da “molada” de 2009. Andou o fim de semana inteiro, exceto Q3, no mesmo ritmo de Fernando Alonso. Felipe chegaria ao pódio não fosse atrapalhado pela Ferrari no box. Alonso foi na balada de Felipe depois de ultrapassado pelo brasileiro na largada. Porém se animou demais atrás de Hamilton, cometeu um erro imperdoável e teve uma punição justa. Pisaram na bola, perderam o pódio.

Nos destaques positivos, Heidfeld com um pódio que espanta de vez as dúvidas sobre sua performance. Kobayashi fazendo o que sabe fazer de melhor, encher nossos olhos com seu arrojo (dessa vez levando os pontos pra casa) e Paul Di Resta que pontuou pela segunda (na verdade primeira) vez em duas provas. Bom início do escocês.

Nos negativos Webber lerdo como na Austrália, ficando anos luz da performance de Vettel, Mercedes que mais uma vez parece que veio fazer fogo em palha e Petrov com seus erros e seu aério no melhor estilo WRC.

Já não é mais tão difícil fazer prognósticos. Tende a ser um ano com muitas disputas dentro da pista, pilotos indo ao limite durante mais tempo e muitas trocas de pneus. Algo que abrirá espaço para mais erros. Mas dentro do que já se viu, parece que Vettel ficará alheio a isso tudo... pelo menos até que alguém chegue no ritmo de seu Red Bull número 1, e desperte seu ego "crash kid".

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.7)


Shades of Truth, segunda do disco No Substance de 1998. No estilo baladinha, mas sem perder a agressividade de costume nas letras. Na verdade, digo "baladinha" apenas por conta de ser mais lenta, de qualquer forma continua sendo o mesmo Bad Religion que estou a apresentar a vocês por estas bandas. Pessoalmente confesso que amo essas baladinhas com a voz de Greg Graffin, que, no meu modo de ver, é perfeita para o estilo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.6)


A música, o sucesso, o hit. Normalmente começa-se gostar de uma banda pela música mais famosa, a que toca mais no rádio, a que todo mundo ouve. E nesse sentido quando falamos em Bad Religion, falamos em American Jesus do disco Recipe for Hate de 1993. Com sua letra... digamos, politicamente incorreta, induzindo o leigo a erro (sim, conheço alguns leigos), American Jesus tem o poder de fazer as pessoas amarem ou odiarem Bad Religion. Uma bela prova de fogo pra você que segue a série.

Aproveite a letra, dê play e nunca mais se arrependa!

terça-feira, 5 de abril de 2011

4 Fun


- E aí, cara? Beleza?

- De boa. E aí?

- Suave! Você viu, meu? O Raikkonen vai pra NASCAR.

- Kimi Raikkonen? Cala a boca. Tem noção da sandice que você acabou de dizer? Kimi nos EUA, com aquele monte de caipira?

- É, cara.

- Só acredito vendo...

De fato, eu só acreditaria vendo. E vi uma vez, vi duas e... vi de novo. E é fato. Kimi Raikkonen assinou com a equipe de Kyle Busch na Truck Series (terceira divisão da NASCAR) para fazer, a partir de 20 de maio, todas as corridas que não coincidirem com etapas do WRC. O que intriga não só a mim, como a maioria dos fãs de automobilismo e de Kimi é: O que estaria Raikkonen fazendo? Chegar aos ralis era compreensível sendo pacato e bucólico, como um europeu nórdico típico. Mas ir à NASCAR? O dialogo supracitado seria a reação natural de 11 entre 10 fãs de automobilismo que acompanharam sua carreira de 2001 a 2009.

Porém analisando desse ponto de vista frio, acredito não estarmos vendo a “verdadeira faceta” por trás do piloto finlandês. Kimi, como qualquer piloto, gosta de carros, de correr, e sente prazer na competição. Foi essa desculpa que usou (ou usaram pra ele) para ir ao WRC em 2010, sugerindo que na F1 não tinha mais o mesmo “tesão” em competir, pelo fato de ter que ser excessivamente diplomático e burocrático em seus atos durante os fins de semana de GPs.

E lá foi Kimi, bater uns carros no meio do mato. Conseguiu um 10º posto no campeonato do ano passado, tendo como melhor resultado um quinto lugar no rali da Turquia. Pouco. Pouco pra quem foi campeão do mundo de F1, pouco pra quem foi considerado o sucessor de Schumacher depois de uma disputa fantástica com o alemão em 2003. Pouco pra quem ganhou um GP do Japão saindo de 17º, pouco para quem era tido como único de talento suficiente a ameaçar a superioridade técnica de Fernando Alonso nos idos de 2005. Pouco para o que o nome Kimi Raikkonen representa.

Mas vá. Ele estava se divertindo. Ah... diversão. Essa é uma palavra que deveria estar mais presente no dicionário dos terráqueos. Foi atrás disso que Kimi foi ao rali, e é atrás disso que irá à NASCAR. Pelo prazer de competir, pelo prazer de ganhar uma corrida, por aquele bendito fracasso que o instiga a ir vencer os seus próprios limites no outro dia. Pelo gostar de correr, pelo “viver”, e pela oportunidade de entender o porque raios os caipiras do Mississipi amam ficar três horas virando o carro pro mesmo lado.

Disse aqui, quando Liuzzi assinou com a Hispania, que o automobilismo não se resumia só a F1, e não entendia o porque de o italiano se submeter a tal massacre de nervos para continuar no mercado da categoria. Tudo bem que a diferença técnica de Liuzzi pra Kimi é eterna, mas pra quê insistir?

Raikkonen é um cara corajoso. Admirava-o por sua decisão impávida de trocar a tão poderosa e glamorosa F1 por “tomadas de tempo” a quilômetros da metrópole mais próxima. E agora essa, ir pra NASCAR. Algo impensável duas semanas atrás para um finlandês, piloto de Rali e de F1. Pode ser que Kimi se ferre por lá e pare de achar graça na aventura (como eu acho que vai), mas Raikkonen deu a todos um exemplo de que tem prazer pelo esporte a motor, seja qual for a categoria, ou modalidade.

Divirta-se, Kimi!

domingo, 3 de abril de 2011

Para gostar de Bad Religion (Vol.5)




Sim. A mesma banda tem duas versões da mesma música. 21st Century (Digital Boy), a primeira do disco Against the Grain de 1990 e a segunda, a versão mais conhecida, do disco Stranger than Fiction de 1994. Uma com, outra sem Brett Gurewitz, daí, às vezes, por isso existem as duas versões. Ao certo, confesso que não sei. O fato é que a primeira faz parte do "lado B" do álbum de 1990, e a segunda foi lançada como "hit", e é hoje uma das músicas mais famosas do Bad Religion. Não tenho favoritismo algum, gosto de ambas. Apenas acho uma situação bem curiosa. E não é?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

A primeira da Moto2


Ano passado a Moto2 realizou sua primeira corrida no Catar, claro. Não seria diferente das demais categorias organizadas pela Dorna. Porém a primeira prova que tivemos que a categoria não seria meramente a substituta das 250cc fora a segunda etapa, o GP da Espanha em Jerez de la Fronteira.

A pole position havia ficado com o japonês Shoya Tomizawa da equipe Suter, que ganhara a primeira corrida no Catar. Com o detalhe de que Shoya não participou dos últimos 20 minutos da sessão classificatória, graças a uma queda. Junto com ele na primeira fila, respectivamente, Jules Cluzel, da Aspar, apenas dois milésimos atrás do tempo do japonês, Toni Elias, com sua Gresini, e Yuki Takahashi, da Tech 3.

A corrida seria disputada em 26 voltas a princípio. Na largada Simone Corsi da equipe JiR pulou do décimo lugar para a ponta. Tomizawa vinha perto. Tentou uma manobra por dentro na curva Dry Sack (curva onde Schummy jogou o carro em Villeneuve), porém óleo em sua tangência fez com que Shoya fosse “despachado” ao chão instantaneamente na hora da freada, mas não só ele. Nada menos que nove motos foram ao chão pela linha da mancha de óleo, incluindo Cluzel, Elias, Abraham, Bradl e Iannone. Bandeira vermelha.

Na volta, a prova foi encurtada para apenas 17 voltas devido ao delay de 30 minutos. Largaram, e começaria ali uma das provas mais disputadas em todos tempos do motociclismo mundial. Tomizawa, Elias, Takahashi, Simon, Noyes, Gadea e Thomas Luthi passariam a corrida praticamente inteira a menos de um segundo um do outro e trocando de posições constantemente. A empolgação era tanta que ao assumir a liderança pela primeira vez Elias, após a primeira curva, deu três tapas na rabeta da moto para provocar os outros postulantes à vitória.

Enganam-se aqueles que pensam que os envolvidos na batida haviam trocado de moto. Estavam com as mesmas que haviam ralado no chão e batido umas nas outras. De Angelis sequer alinhou para a segunda largada com danos em sua motocicleta, e a de Tomizawa tinha problemas de equilíbrio. A oito voltas do fim o japonês passou Kenny Noyes pela liderança na última curva do circuito, mas na retomada de aceleração um susto. Sua moto com o chassi desalinhado balançou tanto e tão rápido que fez Shoya, para não cair, regredir ao quarto lugar.

Tomizawa se recuperaria de forma fantástica, cruzando em primeiro lugar a abertura do último giro. Elias, em segundo, estava próximo e apostou todas as fichas na curva Dry Sack. Toni se jogou ao lado de Tomizawa, adiou o máximo possível a freada e, jogando a traseira de sua Gresini, roubou de forma magnífica o GP da Espanha do japonês.

Elias venceu, seguido de perto por Tomizawa, Thomas Luthi e Takahashi. Detalhe, a diferença entre Elias e Takahashi foi de apenas 0.558s. Menos de um segundo entre o primeiro e o quarto. Um grande duelo, que dou a mim permissão de colocar como a primeira corrida da Moto2, uma categoria que enche os olhos dos fãs quando o assunto é disputa.

Neste fim de semana as motos voltarão a Jerez. Porém os dois primeiros colocados não estarão no grid. Elias se mudou de volta para a MotoGP após ser o primeiro campeão da Moto2 em 2010. Sofreu na primeira corrida no Catar e tentará se reencontrar na Espanha. Já Tomizawa ainda no ano passado encontrou o destino durante o GP de San Marino, em Misano. Uma fatalidade que custou sua curta vida a 15 voltas do fim da corrida, quando após cair foi atropelado seguidamente por Scott Redding e Alex de Angelis.