sexta-feira, 29 de abril de 2011

A tal da pirotecnia


Lá se foram três provas. A F1 está diferente? As ultrapassagens aumentaram? Os pneus mais moles ajudaram as corridas a ficar mais movimentadas? A farofa nas beiradas do traçado denigre a imagem da Pirelli? A asa móvel funciona bem? Qual é a da volta do Kers?

São algumas questões interessantes que todos levantavam no início desse ano e volto a me perguntar agora. A maioria, meio saudosista, preferia ver a F1 pura como nos anos 80, desse modo, criticava as mudanças. Ora, a terra gira; já passamos a muito pelas décadas douradas e românticas. A F1 hoje é diferente, infelizmente e/ou felizmente. É uma discussão subjetiva, portanto não entrarei em seus meandros.

Vamos à parte objetiva do tema. F1 é sinônimo de evolução, sendo assim é preciso que se adapte às exigências do mercado futuro, sendo o grande laboratório que é esperado dela. Aí o Kers tem lugar. É uma fonte de energia renovável, e tornou se mais uma variável na fórmula de cada grande prêmio.

Vimos até agora corridas muito movimentadas e pilotos arriscando mais ultrapassagens. Já dá pra falar que o combo asa + Kers, deu certo. Embora ainda reste uma pontinha de duvida quanto a pistas que não tenham grandes retas, como Melbourne, quando boa parte da imprensa cravou um #fail mal sucedido pelo visto nas duas corridas seguintes. Veremos.

Estar na F1 é boa publicidade pra qualquer anunciante, por que para a Pirelli não seria? A marca já teve passagem pela categoria e provou (para os mais fanáticos, claro) que sabe desenvolver pneus resistentes naquele distante GP do México de 1986. A verdade é que em troca da vitrine “F1” foi que a Pirelli topou fazer pneus mais moles. Não fosse obrigada a isso, veríamos pneus duros como os do ano passado. Não acredito que pneus menos resistentes em prol da competitividade manchem a imagem de uma marca forte como a Pirelli. Pelo contrário, se o fazem é porque, em tese, não têm medo de vê-los estourar, sendo assim, assumindo o risco.

E foi com esses pneus mais moles que as corridas ganharam mais vida. Além também da nova (ou velha) variável do trabalho de Box, bom ou ruim, numa das duas ou três paradas normais durante as três primeiras provas. O piloto/carro que poupa os pneus preservando o ritmo de prova tem grande vantagem na economia de paradas nos boxes. A Sauber fez isso muito bem na Austrália e na Malásia, deu no que deu (ou daria no caso da Austrália). Mas isso só funciona com ritmo de corrida, sem ele o resultado é desastroso, como vimos no caso das Ferraris e Vettel na China. Portanto as equipes devem manter-se atentas durante todo o fim de semana quanto à durabilidade dos pneus, sobretudo, em “long runs”.

Enfim. A F1 está diferente. Tem uma nova cara que anda agradando a quem gosta do bom show. A tal pirotecnia. Ao mesmo tempo em que F1 é um esporte, também é show e entretenimento. De uma visão global, a temporada ainda promete muito e desperta muita curiosidade nesses aspectos.

O problema é que tem um alemão voando. Alguém que parece imbatível, com um carro que lhe veste perfeitamente. Será que ele coloca água nesse choppão?

Nenhum comentário: