sexta-feira, 1 de abril de 2011

A primeira da Moto2


Ano passado a Moto2 realizou sua primeira corrida no Catar, claro. Não seria diferente das demais categorias organizadas pela Dorna. Porém a primeira prova que tivemos que a categoria não seria meramente a substituta das 250cc fora a segunda etapa, o GP da Espanha em Jerez de la Fronteira.

A pole position havia ficado com o japonês Shoya Tomizawa da equipe Suter, que ganhara a primeira corrida no Catar. Com o detalhe de que Shoya não participou dos últimos 20 minutos da sessão classificatória, graças a uma queda. Junto com ele na primeira fila, respectivamente, Jules Cluzel, da Aspar, apenas dois milésimos atrás do tempo do japonês, Toni Elias, com sua Gresini, e Yuki Takahashi, da Tech 3.

A corrida seria disputada em 26 voltas a princípio. Na largada Simone Corsi da equipe JiR pulou do décimo lugar para a ponta. Tomizawa vinha perto. Tentou uma manobra por dentro na curva Dry Sack (curva onde Schummy jogou o carro em Villeneuve), porém óleo em sua tangência fez com que Shoya fosse “despachado” ao chão instantaneamente na hora da freada, mas não só ele. Nada menos que nove motos foram ao chão pela linha da mancha de óleo, incluindo Cluzel, Elias, Abraham, Bradl e Iannone. Bandeira vermelha.

Na volta, a prova foi encurtada para apenas 17 voltas devido ao delay de 30 minutos. Largaram, e começaria ali uma das provas mais disputadas em todos tempos do motociclismo mundial. Tomizawa, Elias, Takahashi, Simon, Noyes, Gadea e Thomas Luthi passariam a corrida praticamente inteira a menos de um segundo um do outro e trocando de posições constantemente. A empolgação era tanta que ao assumir a liderança pela primeira vez Elias, após a primeira curva, deu três tapas na rabeta da moto para provocar os outros postulantes à vitória.

Enganam-se aqueles que pensam que os envolvidos na batida haviam trocado de moto. Estavam com as mesmas que haviam ralado no chão e batido umas nas outras. De Angelis sequer alinhou para a segunda largada com danos em sua motocicleta, e a de Tomizawa tinha problemas de equilíbrio. A oito voltas do fim o japonês passou Kenny Noyes pela liderança na última curva do circuito, mas na retomada de aceleração um susto. Sua moto com o chassi desalinhado balançou tanto e tão rápido que fez Shoya, para não cair, regredir ao quarto lugar.

Tomizawa se recuperaria de forma fantástica, cruzando em primeiro lugar a abertura do último giro. Elias, em segundo, estava próximo e apostou todas as fichas na curva Dry Sack. Toni se jogou ao lado de Tomizawa, adiou o máximo possível a freada e, jogando a traseira de sua Gresini, roubou de forma magnífica o GP da Espanha do japonês.

Elias venceu, seguido de perto por Tomizawa, Thomas Luthi e Takahashi. Detalhe, a diferença entre Elias e Takahashi foi de apenas 0.558s. Menos de um segundo entre o primeiro e o quarto. Um grande duelo, que dou a mim permissão de colocar como a primeira corrida da Moto2, uma categoria que enche os olhos dos fãs quando o assunto é disputa.

Neste fim de semana as motos voltarão a Jerez. Porém os dois primeiros colocados não estarão no grid. Elias se mudou de volta para a MotoGP após ser o primeiro campeão da Moto2 em 2010. Sofreu na primeira corrida no Catar e tentará se reencontrar na Espanha. Já Tomizawa ainda no ano passado encontrou o destino durante o GP de San Marino, em Misano. Uma fatalidade que custou sua curta vida a 15 voltas do fim da corrida, quando após cair foi atropelado seguidamente por Scott Redding e Alex de Angelis.

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