domingo, 13 de março de 2011

Roots - Sepultura



Fãs preciosistas. Toda banda que surgiu no cenário musical mundial antes de 1994 (cravei, mas generalizando, início dos anos 90) tem. Podem ver, seja qual for a banda, seja qual for o artista, alguns fãs teimam em dizer que ela acabou depois do quarto ou quinto CD (com razão algumas vezes, diga-se). Sepultura não é diferente.

Roots(1996) é o último disco com a formação pela qual a banda ficou conhecida, Andreas, Max, Igor e Paulo. Alguns por aí dizem que o Sepultura acabou no Chaos A.D.(1993), outros no Arise(1991) e outros (esses, chatos) no Beneath the Remains(1989). Bobagem. Ignoram um disco fantástico que merece muita atenção. Roots, consiste no desenvolvimento de uma experiência feita pela banda timidamente nos dois álbuns anteriores. Juntar guitarras extremamente distorcidas com batidas tribais e até cantos indígenas.

O resultado é um disco dos mais interessantes que já ouvi. Apesar da falta de solos de guitarra, a banda apresenta ecleticidade, uma coisa rara de se ver. Algo que consegue compensar muito bem a ausência de momentos de estrelismo, afinal, quando se fala em solo pensa-se no momento de um músico só, quando, na verdade, o disco que vos falo é um acontecimento de dimensões maiores, transcendendo apenas um único momento de um único músico. Um estilo original. Algo sem precedentes até ali.

O álbum conta com participações especiais, algumas delas um tanto peculiares. Na música Lookaway a(s) menos extravagante(s), Jonathan Davis (Korn), Mike Patton (Faith No More) e DJ Lethal (especializado em bandas de metal industrial). Dentre as extravagantes, a mais famosa delas, Carlinhos Brown, cantando e tocando percussão, na música Ratamahatta, uma das únicas da banda em português. Na música Itsári talvez a mais estranha, a tribo Xavante com seu coro típico ao fundo dos violões tocados por Andreas Kisser e Max Cavalera. Esse som foi gravado na aldeia da tribo no Mato Grosso, a céu aberto no fim de 1995. A tribo também tem participação no fim de Born Stubborn.

Resta também citar o berimbau, tocado por Max Cavalera em Attitude (minha música favorita), e as percussões alternativas utilizadas por Igor em quase todo o disco, leiam-se Breed Apart, Ratamahatta, Ambush, Straighthate e, claro, Attitude. Mas, claro, experimentações sem deixar o estilo consolidado do Sepultura, como na clássica Roots Bloody Roots, Spit e Dictatorshit. Destaque especial também a acústico-instrumental Jasco.

Como deu pra perceber não é um disco que segue a linha do metal convencional, muito por isso não é tão bem visto por alguns fãs. Mas esse é um preconceito desnecessário, Roots tem tudo que se espera de um disco do Sepultura com o “plus” da experimentalidade. A audição é indispensável a qualquer amante do bom metal.

1. Roots Bloody Roots

2. Attitude

3. Cut-Throat

4. Ratamahatta

5. Breed Apart

6. Straighthate

7. Spit

8. Lookaway

9. Dusted

10. Born Stubborn

11. Jasco

12. Itsári

13. Ambush

14. Endangered Species

15.Dictatorshit

#Bonus#

16. Procreation (Of the Wicked) - (Celtic Frost)

17. Symptom of the Universe - (Black Sabbath)

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3 comentários:

Ron Groo disse...

O Sepultura devia este disco ao Brasil.
Era muito bem conceituado no exterior mas não tinha um elemento de brasilidade em seu som, sem bem que, pra quem gosta nem era necessário.

Foi neste disco que descobri como Igor era bom.

Junto com o Chaos é o meu predileto deles.

Leandrus disse...

O Sepultura também tinha muita fama aqui no Brasil, mas ela era mais restrita ao headbangers mesmo. A coisa se disseminou com o Roots.

Porém, como você sabe, eu não sou tão fã do Roots assim. Eu o acho meio entendiante e repetitivo do meio pro final - talvez pq eu seja mais acostumado ao Arise e Schizophrenia, rs. Porém, reconheço a importância do disco, e mais do que isso, do Sepultura para o Brasil e para o mundo.

Ateh!

Marcos Antonio disse...

foi o disco que me fez ocnhcer o sepultura. gosto mais do Arise, ma spor ele tenho um carinho especial e por ter feito algo diferente, pondo elementos nacionais na música.pra mim, um clássico!