domingo, 6 de novembro de 2011

Aos campeões



Um campeão. Méritos? Com certeza. Apesar de ter uma moto que poderia ser classificada como de “outro planeta”, Casey Stoner provou em 2011 o grande piloto que sempre foi. Um cara com um estilo arrojado de condução, mas sempre muito seguro no ritmo de prova; e esta foi a tônica de seu título em 2011 – assim como em 2007 também.

Mas mais do que isso, o “Aussie” foi campeão como forasteiro numa terra de Dani Pedrosa e Andrea Dovizioso. Um estava lá desde 2006, quando subiu como queridinho e bicampeão das 250cc. O outro, sem o mesmo sucesso do espanhol, estava lá desde 2009; mas já ganhara corrida pela equipe de fábrica. Casey chegou avassalador tomando a frente do time já na primeira prova no Catar. Depois disso, teve uma ajudinha de Simoncelli, que tirou Pedrosa de três provas depois de um acidente na França, do inexpressivo Dovizioso - que não venceu sequer uma prova -, e de sua moto, muito superior às Yamaha’s de Jorge Lorenzo e Ben Spies.

Depois do acidente de Lorenzo na última volta do Warm-up em Phillip Island, que o tirou das duas últimas provas, o título para Casey virou questão de tempo literalmente – horas, no caso. Mesmo com tudo ganho, Stoner provou seu valor mantendo sua hegemonia na Austrália (que dura desde 2007) e conquistando de forma memorável o GP de Valência por 15 milésimos em cima do americano Spies.

Enfim, um campeonato que, mesmo com seus “poréns” de superioridade de equipamento, está nas melhores mãos.

O mesmo já não se pode dizer de Stefan Bradl na Moto2. O alemão começou a temporada muito forte, ganhando quatro das seis primeiras provas – suas únicas vitórias no ano. A partir daí, quem dominou o ano foi o (certamente) futuro multicampeão da MotoGP, Marc Márquez. Ganhou sete corridas e acabou por não ser campeão por três motivos.

O primeiro: Demorou um pouco a se adaptar à Moto2 no início do ano (algo normal). O segundo: Este acidente nos treinos livres (do qual dispõe 110% de culpa) para o GP da Austrália com o tailandês Ratthapark Wilairot, que fez com que fosse adicionado ao tempo de classificação do espanhol um minuto e, por consequencia, largasse de último. Embora tenha sido terceiro no fim das contas, viu Bradl recuperar a liderança ao fim da prova, em segundo. O terceiro (e mais importante e revoltante): No primeiro treino livre para o GP da Malásia, quando na volta de instalação os fiscais não informaram por meio das bandeiras as condições na curva 10, que se encontrava molhada. Márquez caiu, quebrou a mão e perdeu as duas últimas corridas por, além da contusão, estar enxergando dobrado com o olho direito.

Não fossem esses três motivos, Stefan Bradl não se sagraria o segundo campeão da história da Moto2. Teve enorme dificuldade em reagir quando pressionado por Márquez, e cometeu erros bobos, como, por exemplo, a queda na terceira volta do GP de Valência – o qual correu já como campeão. Para Márquez, o ano que vem virá com uma obrigação. Depois de seu 2011, todas as expectativas são de que o espanhol conquiste facilmente o título da Moto2. Qualquer resultado que não este, será tido como um fracasso, depois de sua belíssima reação nessa temporada.

Não acompanhei bem o último ano das 125cc, por isso não direi nada. Só a lamentar o fato de que não ouviremos mais o "motorzinho" dois tempos em corridas top. Fará falta...


Um bom ano? É... Deu pro gasto. Mas no fim das contas o que marcou foi mesmo a promessa e arrojo de Super Sic, culminando na tragédia de duas semanas atrás. Realmente uma pena, ao olharmos para trás daqui em diante, vermos essa marca negra em 2011.

Atualização: Vídeo da volta das três categorias juntas. Uma homenagem que diz bastante sobre o quanto Marco representava para o circo das duas rodas.



Um comentário:

Ron Groo disse...

Bonito. Muito bonito.