terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um triste adeus


Talvez você nunca tenha o visto, talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas um dos homens que fizeram o Brasil ter o sucesso que teve na F1 dentre a década de 70 e 80 foi um gerente/engenheiro da Lotus chamado Peter Warr.

Depois de ser um piloto sem grande sucesso, Warr foi contratado por Colin Chapman no fim de 1969 para fazer parte da equipe Lotus. Parceria mais do que vitoriosa, já que fizeram do austríaco Jochen Rindt em 1970 e do brasileiro Emerson Fittipaldi em 1972 campeões mundiais, fora as vitórias que conseguiram com o não menos grande sueco Ronnie Peterson de 73 a 75.

Com a queda da Lotus nos anos de 75 e 76, Warr aceitou o convite de se juntar à novíssima e de grande potencial equipe Wolf. Com o carro projetado por Harvey Postlethwaite e pilotado pelo sul- africano Jody Scheckter, conseguiram uma façanha na F1 moderna apenas igualada em 2009 pela Brawn GP e Jenson Button, ganhar a primeira corrida para uma equipe completamente nova.

O tempo passou, a Wolf decaiu à falta de resultados expressivos mesmo tendo o campeão de 1976, James Hunt, a dirigir seus carros. Foi também nessa época que Warr geriu a única equipe brasileira na F1, a Copersucar-Fittipaldi, graças à união no final de 79 entre a Wolf e o time brasileiro.

Em 1981, novamente chamado por Chapman, Peter Warr voltou para a Lotus com a difícil tarefa de gerenciar 2 pilotos jovens, Elio de Angelis e Nigel Mansell. Com o 1º não teve tanto trabalho, já que desandou a ganhar seu primeiro GP rapidamente, já com Mansell tudo foi mais difícil. Principalmente após a morte de Chapman em 1982 a situação ficava difícil. Mas foi após o GP de Mônaco de 1984 que a situação ficou insustentável, quando Mansell bateu sozinho enquanto liderava muito à frente de Prost.

E não é preciso ir muito longe na classificação daquele GP para saber quem iria substituí-lo no ano posterior na Lotus número 12. Um tal de Ayrton Senna, que você poderá ver no vídeo abaixo no momento da assinatura do contrato do time que o colocou no mundo dos vencedores da F1. Foi sob o comando de Warr que Ayrton deixou de ser promessa vencendo seus primeiros 6 GPs de 41 no total. Foi lá também que Piquet correu em 88 e sofreu com o motor Judd em 89, não conseguindo se classificar pela primeira e única vez na vida para um GP, na Bélgica.

Após 89, Warr se distanciou da F1. Nesse ano, foi visto no Bahrein durante a comemoração de 60 anos da categoria. Porém ontem, 4 de Outubro, veio a falecer com uma parada cardíaca. Nada mais justo que destinar e dedicar esse post ao inglês que ajudou, porque não, a difundir de certa forma a F1 no Brasil, já que trabalhou com nossos 3 campeões mundiais e com nossa única equipe nacional (Vide meu cabeçalho!).

R.I.P.



Um comentário:

Ron Groo disse...

Grande lembrança. Grande Warr.