terça-feira, 9 de novembro de 2010

O piloto e os carros


Atrasado, claro. Não pude ver à corrida, estava naquele momento fazendo a maldita prova do órgão INEP(to). Sendo assim vi resumos e reprises.

Corrida chata. Esperava-se muito mais depois de um treino como o de sábado. Um treino de estratégia, um treino de riscos, mas sobretudo um treino de pilotos. Em que pilotos, apenas eles, poderiam fazer a diferença, e aconteceu. Primeira pole de Nico Hulkenberg(!!) na F1. Piloto que achava, até sair de casa para o Enem no sábado, bem fraquinho. Um daqueles de passagem opaca ao olhar público-geral no futuro. Necessárias foram 3 voltas perfeitas para mudar radicalmente minha opinião. Digno do mais efusivo aplauso da minha pessoa, mesmo não vendo ao vivo.

Lembrou muito a pole de seu atual companheiro Barrichello na Bélgica em 1994, sua primeira na ocasião. Chuva, pista secando, trilho, riscos e voltas perfeitas desbancando os peixes grandes da categoria. Com a diferença apenas de que Hulk não acabou a corrida na proteção de pneus, foi realmente muito parecida a ocasião dos feitos. Ponto para o alemão, que chegou em 8º e levou de Interlagos a moral quadruplicada, por além da pole position, 4 pontinhos no mundial.

No treino tivemos um show de piloto, na corrida o contrário a rigor. Uma corrida de carros, não pilotos. Uma corrida de máquinas, não seres humanos. Fato que se observa no resultado. 1-2 facílimo da Red Bull, 3º lugar facílimo de Alonso, 4º e 5º naturais a McLaren, tão quanto os 6º e 7º da Mercedes. Além do título de construtores, que apenas o apocalipse tiraria da Red Bull.

Simplesmente não há o que dizer da corrida. Corrida sem conteúdo que foi. As disputas ficaram guardadas ao pelotão dos menos afortunados, e nele os brasileirinhos contra esse mundão. Na verdade essa corrida representa muito bem o nível da decepção do automobilismo brasileiro na F1 em 2010, talvez o maior de todos os tempos. Dos 4 pilotos brasileiros pode-se dizer que apenas Barrichello esteja fazendo um ano dentro da expectativa. Os 3 outros decepcionam. 2 porque andam de jegue (talvez a massa nem soubesse da existência de Lucas Di Grassi até o “GP Brasil”) e 1 por motivos “misteriosos”.

No geral, não vou mentir, o GP do Brasil me decepcionou um pouco. Porém em uma semana (menos agora) veremos um campeonato ser decidido pela primeira vez com 4 pilotos na disputa na última corrida. Talvez não seja a melhor pista, Abu Dhabi, para se decidir um título, ou para se ter uma corrida de F1 decente. Mas o que se espera em Yas Marina é uma corrida, sobretudo de pilotos, não de carros. Um desfecho perfeito para um mundial que beirou a isso.

2 comentários:

Leandrus disse...

Se vc achou GP do Brasil chato, talvez irá dormir no de Abu Dhabi, rs

Eu não achei a corrida chata. Gostei dos duelos e da tensão de uma possível disputa entre Vettel e Webber enquanto enfrentavam retardatários. Infelizmente, o SC impediu isso.

Quanto aos duelos, não é de hoje que eles se restringem ao meião do pelotão. Assim como não é de hoje que vemos corridas em que as primeiras posições permanecem inalteradas. Sério, não são poucos os GPs em que o pole vence a prova, o segundo no grid termina em segundo e o resto das ultrapassagens entre os 5 ou 6 primeiros, se existem, acontecesse apenas nos boxes. Para mim, isso é quase um fato. E o GP do Brasil só reforçou isso. Porque isso acontece? Sei lá, talvez só com posts para explicar...

Ateh!

speed.king.thrasher disse...

Pois é... como eu vi sabendo oq ia acontecer talvez tenha estragado um pouco.

Quanto às disputas, é um assunto q dá pano pra manga mesmo.

Vlw o comentário!