quarta-feira, 15 de junho de 2011

Slayer - 09/06/2011

Fazia tempo que eu não ia a um show. Precisamente desde Outubro de 2010, quando Rush veio dar o ar da graça por estas bandas tupiniquins paulistas. De lá pra cá gostaria de ter ido a alguns, mas por uma fase de mudanças e de um extrato bancário curto tive que me contentar em mirar um espetáculo à distância. Quinta-Feira passada tive minha espera recompensada.

Diziam que ir a um show do Slayer seria uma experiência intensa. O dia do show talvez tenha sido o dia que eu menos estava a fim de passar por esse nível de intensidade. Mas foi ouvir pela primeira vez a guitarra berrante de Kerry King que me fez voltar ao espírito de um adolescente de 16 anos que sabe de cor todas as letras da banda da qual é fã. Mais do que isso, foi aguentar World Painted Blood e Hate Worldwide em seguida, minhas músicas favoritas do último álbum lançado pela banda.

Mas tudo isso pouco representou ao ocorrido durante War Ensemble, terceira música. No finzinho do solo os amplificadores pararam. Uma situação muito estranha dado que os músicos continuaram tocando normalmente seus instrumentos. Mas falo que esse foi um dos momentos mais especiais que vivi durante um show na minha vida, cantar uma música a capela, só com a bateria de Dave Lombardo a preencher o vazio do som.

Nesse ponto deu pra perceber o quão grande é a habilidade do baterista cubano, já idolatrado por esse que vos escreve muito antes de ter o privilégio de vê-lo ao vivo. A música continuou com boa parte platéia cantando. Pela falha nos P.A.’s, memorável.

Vê-los executar a frenética Dittohead na minha frente foi absolutamente fantástico. Acho essa uma das músicas mais enérgicas, críticas e bem feitas - embora (embora?!) muito rápida – do metal em todos os tempos. De fato não tem a representatividade que merecia. Mesmo assim me considero um cara de sorte em tê-la ouvido.

No entanto o show guardava surpresas tão agradáveis quanto as já relatadas. A “amorosa” Dead Skin Mask, The Antichrist (minha favorita do primeiro álbum) e Mandatory Suicide, com a melhor intro da história da banda.

Seguidas que foram de Chemical Warfare e, ela, Seasons in the Abyss. A música e o disco que me fizeram ver diferente a banda californiana em questão. Tudo perfeito. A única ponta solta, que me permitam reclamar, é a alteração dos solos originais ao vivo. Sei que é praxe, mas, nesse caso, mudar uma nota que seja do que foi tocado no disco é uma heresia enorme. Mas estão perdoados... têm muito crédito.

O bis (Pra mim não tinha tido bis...) veio matador, começando por South of Heaven, passando por Raining Blood e Black Magic coladinhas, e terminando em Angel of Death, que nos deu ao seu final o saboroso gostinho de “quero mais”, apesar das pernas, cabeça e braços gritarem por uma cama quente e macia.

Pessoalmente não estava muito bem para ver o show, como disse no início. Mas é impressionante como nossas paixões liberam sentimentos profundos e esquecidos por nós em momentos de stress. Taí, saí do show de alma renovada e de cabeça limpa depois de um dia cheio. Foi por isso que valeu a pena ter ido. É por isso que vale a pena viver e não ter medo de gostar do que gosto por possíveis represálias.

Podem não entender o significado desse desabafo... mas entendam que valeu muito ter esperado tanto tempo para ir a um show novamente!

Um comentário:

Ron Groo disse...

Hehehe o bom e velho Slayer... Tinha mesmo que valer a pena.