quinta-feira, 9 de junho de 2011

"The Wall of Champions"


Chegamos ao GP do Canadá. Um dos mais belos circuitos da temporada e que normalmente sempre promove uma das melhores corridas do ano. Porém, quando falamos da corrida em Montreal, há sempre, ano a ano, uma dúvida que persiste. Afinal, por que o muro da entrada da reta dos boxes é chamado de “muro dos campeões”? O que houve lá para que ele tivesse esse nome? Ele é um desafio tão grande assim?

Depois dos acidentes graves em Ímola no ano de 1994, foi feita, logo após o hairpin, uma horrorosa chicane de cones com a finalidade de diminuir a velocidade dos carros nas duas curvas rápidas que antecediam o retão (Ver disputa Senna x Alesi em 1993) que levava à última chicane da pista canadense. Para que com essa alteração a pista não ficasse lenta demais, os organizadores tiraram na entrada da reta dos boxes a grama que separava a pista do muro, fazendo ali uma mini-área de escape para que os pilotos pudessem sair mais velozes desta chicane. Nascia o muro dos campeões, ainda sem nome.

Com outra reforma, em 1996, seriam tiradas as duas curvas de alta velocidade depois do hairpin, juntamente a chicane de cones. Assim, criou-se a maior reta da pista com velocidade final em torno dos 320 km/h. Desde essa mudança virou costumeiro ver os carros chegando muito perto e até, algumas vezes, tocando na parede da entrada da reta. Em outras palavras, ali, em 1996, se criou o monstro.

O tempo passaria. Três anos precisamente. Em 1999 aconteceu a corrida que daria fama e nome ao muro. Depois de uma largada conturbada, o Safety Car entrou na pista para ficar apenas uma volta. Com sua saída na segunda volta, a corrida enfim começaria. Uma volta depois, Ricardo Zonta, campeão do FIA GT em 1998, voltando de três corridas em recuperação após um acidente no Brasil, sairia de traseira com seu B.A.R. e acertaria o muro no início da reta dos boxes. Safety Car de novo.

Mais 12 voltas e Damon Hill, campeão de F1 em 1996, de forma muito parecida com Zonta, escorregaria e tocaria a roda traseira direita de sua Jordan no muro. Corrida encerrada para o inglês também, que conseguiu tirar seu carro da posição perigosa.

Enquanto e depois disso, o líder Michael Schumacher era pressionado à distância por Mika Hakkinen. A diferença não passava dos quatro segundos e Mika começava a ser mais rápido que o alemão. Foi quando, na volta 29, Schummy errou a entrada da chicane que dava acesso à reta dos boxes. A estampada do até ali bi-campeão mundial (1994-95), seria a mais forte dentre as de Zonta e Hill, porém um eficiente serviço de fiscais impediria outra entrada do Safety Car.

Cinco voltas mais tarde seria a vez da segunda B.A.R., a do campeão de 1997, Jacques Villeneuve, menino da terra, ter o acidente mais forte do dia no muro da entrada da reta e finalmente encerrar a lista dos campeões parados naquele 13 de junho de 1999 pela parede tão astuta quanto estática no circuito Gilles Villeneuve.

Ao fim da corrida, ambos culparam a poeira na segunda perna da chicane. Porém estava feito, o local foi imortalizado, "the wall of champions"; graças às contribuições de Zonta, Hill, Schumacher e Villeneuve durante a prova.

O muro ainda está lá. Em 2002 foi afastado da pista e ganhou uma proteção de pneus. Mas nada que o impedisse de fazer outras vítimas em corridas e treinos nos anos seguintes, como se pode ver neste vídeo:

Quem se habilitaria a manter a série nesse ano?

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