sábado, 18 de junho de 2011

Vida extra?


No início do ano, disse aqui quando Liuzzi comprou seu lugar na Hispania, que a equipe espanhola teria um ano de luta ferrenha. Os dois grandes adversários eram: 1. A regra dos 107% - que pode se dizer que tenha sido ressuscitada unicamente para limpar o grid dos carros “Hispânicos”. 2. A própria sobrevivência financeira - já que no tragicômico estilo “anuncie aqui” a equipe lançou o carro de 2011, depois de perder, por falta de pagamento, uma possível parceria com a Toyota no fim de 2010.

Fato é que ambos os carros não conseguiram tempo abaixo do limite de sete por cento na Austrália. Por sinal, até ficaram longe de tal feito. Liuzzi, pra se ter uma idéia, registrou tempo pela primeira vez no fim de semana durante a classificação; e ficou a 0.766s da marca mínima. Já Karthikeyan, foi bem pior. Ficou a homéricos 3.027s do tempo. Ali estava dada a extrema-unção ao time espanhol, que parecia trilhar um caminho similar pelo qual passou a Forti Corse nos anos 90, que faliu antes mesmo completar o segundo ano na F1.

No entanto, a coisa surpreendentemente passou a melhorar a partir dali. O time jamais ficou de novo acima do tempo regulamentar dos 107%, e vem de dois treinos classificatórios seguidos (Mônaco ambos os carros tiveram problemas e não foram à pista) desbancando pelo menos um dos carros da Virgin. Na Espanha, inclusive, ambos bateram Jérome d’Ambrosio.

Já no Canadá, conseguiram ótimos 13º e 14º lugares na bandeirada final, depois de uma forte disputa com as Virgin’s e Trulli nas últimas voltas (Veja o fim da prova e preste atenção nos carros cruzando a linha antes de Button). Inclusive, durante a disputa, Karthikeyan teria sido levado a cortar a última chicane (acredito eu na penúltima volta, já que os carros cruzam a linha muito juntos), e foi punido com 20s pela direção após a prova caindo para o mesmo 17º que conseguira em Mônaco, seu melhor resultado no ano.

Mesmo assim uma coisa já é fato. A evolução da Hispania vai deixando de ser esboço e se tornando uma realidade. Logicamente é cedo para dizer se essa curva acentuada no desempenho dos carros é algo que vem pra ficar, ou apenas um legitimo vôo de galinha. Mas é algo digno de nota da minha parte, que critiquei tanto o romeno Colin Kolles dizendo não ser um homem compromissado com o esporte desde que apareceu como diretor da Jordan em 2005.

Uma coisa ainda é verdade, seus carros sempre lutaram pra não serem os últimos. Quem sabe essa não seja a hora de dar uma virada nessa estatística. É (muito) difícil, mas pra quem passou de morto-vivo a penúltima força do mundial em menos de meia temporada, nada impossível; até pelo "otimismo" da equipe. E, particularmente, acompanharei com bons olhos a equipe nesta batalha.

2 comentários:

Pedro disse...

Meus highlights desse post: 1-) Descobrir que o Colin Kolles é filho da gloriosa Romênia e 2-) A expressão "voo de galinha". Tenho certa simpatia pelas galináceas, haha.

Ron Groo disse...

Adorei o "vôo de galinha"...
Afinal, me parece o vôo de galinha mais longo e caro da história...