quinta-feira, 7 de julho de 2011

Renascimento inglês


Há 30 anos dava seu primeiro fruto uma parceria de grande sucesso na F1. Uma parceria que faria uma equipe voltar aos dias de sucesso, conquistando títulos nos anos seguintes.

No fim dos anos 70, a já bi campeã McLaren amargava posições ruins de meio de pelotão. Foi quando a Philip Morris, dona da marca Marlboro, patrocinadora dos carros, resolveu entrar em cena de forma incisiva e pressionar o controle do time a buscar alternativas para voltar aos dias de glória. Para 1980 o francês Patrick Tambay foi demitido, e para seu lugar foi chamado o compatriota novato Alain Prost, que faria dupla com o inglês John Watson.

Mesmo com o talento de Prost e a experiência de Watson a equipe não conseguiu muito mais do que somar alguns pontos. Algo teria que ser feito novamente para 1981, algo que revolucionasse e reestruturasse a equipe. A McLaren se juntava então à Project 4, equipe de Ron Dennis que atingira grande sucesso nas categorias inferiores como Formula 2 e Formula 3 tendo seus carros patrocinados pela Marlboro.

O carro de 1981 seria projetado pelo engenheiro inglês John Barnard. Seria o primeiro chassi feito em fibra de carbono da F1, o MP4/1 (Marlboro Project 4). Barnard teve grande sucesso nos EUA depois de rápida - e também vitoriosa - passagem pela F1 no início dos anos 70 (era membro da equipe que projetou o M23, McLaren campeão de 1974). Ele projetou o Chaparral 2K para a equipe Hall, com o qual Johnny Rutherford se tornou pole position e vencedor da Indy 500, além de campeão da temporada em 1980. O que chamou a atenção de Ron Dennis.

Watson continuava na equipe, porém Prost – de ida para a Renault – deixava seu lugar para o irregular italiano Andrea de Cesaris.

Até o GP da Inglaterra - nona etapa - o carro já havia conseguido, desde a estréia na Argentina (terceira prova), dois pódios, ambos com John Watson. Progressivamente terceiro e segundo lugares nas duas provas anteriores ao GP inglês, em Jarama na Espanha e em Dijon-Prenois na França.

No grid os dois carros ingleses dividiam a terceira fila, com Watson em quinto e De Cesaris o sexto. Quem comandava tabela de tempos eram os turbos de Ferrari e Renault, muito mais potentes que os Cosworth das McLarens e Brabhams nas retas de Silverstone.

Na largada, Prost pulou de segundo para primeiro ultrapassando seu companheiro de equipe Arnoux, que caiu para quarto depois das primeiras curvas. Na volta 3 depois uma fechada do companheiro Pironi, Villeneuve cairia de terceiro para quarto sendo ultrapassado por Arnoux no momento, e Piquet uma volta depois.

Na volta 5, depois de um erro na Woodcote, Villeneuve roda à frente de Jones e das duas McLarens. Sem conseguir escapar do enrosco, vão parar nas telas de proteção com o canadense, Alan Jones e Andrea De Cesaris. Watson para não bater reduziu bastante a velocidade, sendo ultrapassado por Reutemann e Mario Andretti. Demoraria mais 10 voltas para Watson repassa-los e se aproveitar de um problema no turbo de Pironi para ser o terceiro.

Pouco depois seria a vez de Prost parar no box com problemas no seu turbo. Watson era segundo. E permaneceria por aí até a volta 60, quando Arnoux teve problemas no distribuidor de seu turbo, caindo assim melancolicamente na classificação até parar o carro de uma vez na volta 64 de um total de 68.

Essa seria a primeira vitória da McLaren depois de James Hunt no GP do Japão de 1977. A primeira com Ron Dennis no comando, a primeira depois da reestruturação que a recolocou no mapa das vitórias. Uma equipe inglesa, num circuito inglês com um piloto inglês, 30 anos atrás.

Veja o vídeo da prova:

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