A F1 voltou para o circuito de Spa-Francorchamps em 1985, local onde se sediariam permanentemente os Grandes Prêmios da Bélgica até hoje. O último na pista – antes do GP ter como sede Nivelles e Zolder - foi em 1970, no antigo circuito de
Para facilitar a vida dos pilotos, a organização da prova decidiu refazer o asfalto. O novo seria mais abrasivo e aderente, assim, a chuva – famosa presença nas provas em Spa – não seria um tormento tão grande, de modo que, o novo asfalto iria aderir mais aos pneus chuvosos e dissiparia melhor o spray proveniente dos carros. Porém, sem muita noção de tempo para tal grande obra, elas começaram apenas dois meses antes da corrida. A organização até conseguiu terminar o recapeamento nos
Os treinos começaram normalmente na sexta-feira, dia 31 de Maio, como esperado. Mas o que não era esperado, o sol e o calor, estavam presentes. De cara a pista foi estranhada por equipes e pilotos. A aderência excessiva fazia com que os tempos de volta novos destroçassem os antigos em quase 10 segundos. Porém, quanto mais o sol esquentava, mais a pista ficava estranha. Na tarde da sexta-feira, o asfalto finalmente derreteu; a ponto, inclusive, de poder ser modelado com a mão. A pista foi refeita de sexta para sábado, no entanto, o asfalto que era abrasivo virou um sabão. Logo antes da classificação, os pilotos e a Fisa decidiram por adiar a prova.
Falou-se em voltar à Zolder, porém a corrida acabou por ser mesmo em Spa, do dia 13 ao 15 de Setembro. A que seria a quinta, tornou-se a décima terceira prova da temporada.
Problemas à parte, esta prova marcou a segunda vitória de Ayrton Senna na Formula 1. Uma atuação muito competente e agressiva, numa pista que começou molhada e foi secando aos poucos. Saindo da segunda posição, Senna teve coragem principalmente em dois momentos: O primeiro, durante a prova, quando disputava a liderança - conquistada na largada ao passar Prost - com Mansell. Ambos foram aos boxes colocar pneus slick. Ayrton foi prejudicado por um trabalho ruim e voltou atrás do inglês, mas não pensou duas vezes para colocar o carro, ainda de pneus frios, fora do trilho seco (ver foto do post), acelerar e superar o inglês no mergulho para a Eau Rouge. Uma manobra ousada que lhe valeu o dia, já que era sabido que os motores Honda eram os melhores de reta.
O segundo foi furar o tradicional bloqueio feito pelos fiscais para entrar no “Box antigo” logo após o fim da prova, e assim dar a volta da vitória sozinho. Foi repreendido, mas foi até hoje foi o único vencedor que fez isto. Merecido depois de uma prova tão nervosa.
Em tempo, no clima desta prova, Bruno Senna promoverá a seção nostálgica deste fim de semana. Pilotará um carro muito parecido com o do tio naquele dia 15 de Setembro de 1985. A equipe não é a mesma, mas o carro estará levando o nome "Lotus". Impossível para um brasileiro amante da F1 não criar expectativas
Mas que essa será uma viagem muito gostosa e prazerosa ao túnel do tempo, será.
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