sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Nano em dois pontos


Hernando João da Silva Ramos. Terceiro brasileiro na Formula 1. Injustiçado pela história, pois quase nunca é mencionado ou lembrado – preconceito gerado (suponho eu), uma vez que, “Nano” é filho de mãe francesa com pai brasileiro, e nasceu em Paris. Contemporâneo de Chico Landi, Nano conquistou meio ponto a mais que ele na F1, embora as conquistas do franco-brasileiro tivessem ficado aquém da vitória no GP de Bari de 1948.

Pela origem francesa, Nano correu pela Gordini em suas sete corridas na F1, entre 1955 e 56. A primeira delas foi na Holanda, em Zandvoort (foto); a última na Itália, em Monza. Das sete provas, ele finalizou três, mas apenas uma nos pontos, o GP de Mônaco de 1956, onde levou o fraco Gordini ao quinto lugar, se tornando o brasileiro com mais pontos desde a criação da F1. Status que durou até o GP da Alemanha de 1970, quando Emerson Fittipaldi marcou seus primeiros pontos na carreira com um quarto lugar. Não é demais lembrar também que Landi foi quarto no GP da Argentina de 1956, mas dividindo seu Maserati – e os três pontos – com o italiano Gerino Gerini, daí ter computados para si apenas 1,5 ponto.

Mas a conquista que o brasileiro de criação mais se orgulha, segundo ele mesmo, foi ter conseguido com a Ferrari numeral 15 a melhor volta dos treinos para as 24 horas de Le Mans em 1959, evento que representava mais que a F1 na época. Mesmo com um carro fantástico, Nano foi obrigado a abandonar a corrida na 41ª volta com o câmbio quebrado. Decepção para ele e Cliff Allison, seu parceiro no Ferrari 250 da equipe de fábrica.

Ao lado de Gino Bianco (nascido na Itália) e até Fritz d’Orey (mesmo sendo brasileiro de nascimento), Hernando da Silva Ramos compõe “o resto” de uma geração de pilotos brasileiros na F1 injustiçada pela falta de memória dos compatriotas. Os primeiros a chegarem lá ao lado de Chico Landi; os primeiros que marcaram o nome do Brasil no automobilismo mundial. Nano tem atualmente 85 anos e reside na França.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Não sei se é preconceito ou falta de conhecimento, ainda bem que alguns, como você, nos lembram, ou ensinam sobre isto.
Viva Nano... Eu mesmo não conhecia.