sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vale a pena ver de novo - GP da Alemanha 1994



A F1 desembarcava na Alemanha em 1994, depois de um GP muito polêmico 15 dias antes na Inglaterra. Onde Schumacher, o líder do mundial, havia levado bendeira preta por não cumprir um Penalty por passar Hill na volta de apresentação. Fora desclassificado após a prova e teve como punição, a até hoje controversa, suspensão por duas provas, punição que fora estendida até depois do GP da Bélgica graças a um recurso movido pela Benetton.

A Ferrari estreiava em Hockenheim uma outra versão de seu carro, o F412-T1B e ainda um novo motor, o E5 A 94, que com seus 815cv poderiam surpreender nas intermináveis retas de Hockenheim.

Quem também (re)estreiava em Hockenheim era Cesare Fiorio mas dessa vez pela Ligier, que passava um momento conturbado, de crise financeira e de muitas mudanças em seu staff pricipal. Até Flávio Briatore chegou a comprar uma parte da equipe francesa nessa época.

Nas qualificações os novos Ferraris mostram logo de cara para que vieram, embora Berger tivesse estourado o motor na Sexta-Feira, Alesi marcara o melhor tempo próvisorio ao fim do dia.

No Sábado tudo se estabeleceu novamente, domínio da Ferrari, porém dessa vez com Gerhard Berger a frente, o austríaco superou Alesi nos momentos finais da última sessão de Qualifyings, ficou com o primeiro posto e liderou uma primeira fila de grid só com Ferraris, fato que não ocorria desde o GP de Portugal no ano de 1990.

Hill que começava uma reação no campeonato ficou em 3°, o herói local Schumacher o 4°, um surpreendente Ukyo Katayama se aproveitando do bom motor Yamaha em 5°, que aliás fora sua melhor posição de largada na carreira, e David Coulthard companheiro de Hill que substítuia Senna após sua morte em 6°.

O estádio em Hockenheim
O dia 31 de Julho de 1994, era ensolarado sem qualquer possíbilidade de chuva. Na largada Berger toma a diânteira, seguido por Alesi e Katayama numa boa largada. Tudo parecia correr bem até que Zanardi se toca com a Minardi de Martini, causando outro toque envolvendo De Cesaris e Alboreto. Mais a frente Hakkinen fecha a Williams de Coulthard, os dois se tocam, David quebra a asa diânteira e Hakkinen atravessa a frente de Blundell em direção a proteção de pneus, Mark por sua vez freia forte e é tocado por Irvine, os dois saem da pista e levam junto Barrichello e Frentzen. E mais atrás Brundle é tocado por Bernard, toque que tira a Lotus de Herbert da pista. Brundle roda porém se mantêm na pista e consegue continuar na prova. Frentzen consegue sair da caixa de brita, porém com suspensão afetada e muita areia debaixo do carro o alemão anda apenas cerca de 100m e abandona a prova, como Zanardi, Herbert,Irvine, Barrichello, Martini, Alboreto, Blundell, Hakkinen e De Cesaris.

Hakkinen se toca com Coulthard o que causaria grande confusão. Lá atrás já a primeira batida.
Ainda na primeira volta o carro de Alesi tem problemas elétricos e o francês abandona antes mesmo da primeira chicane, lugar onde Schumacher passa Katayama pelo 2°. Na terceira chicane Hill tenta a mesma monobra em cima de Katayama, porém se toca com o japonês e compromete sua suspensão diânteira direita.

Ao fim da primeira volta mesmo com todas as confusões a prova não é paralisada e Berger é 1°, Schumacher 2°, Katayama 3°, Panis 4°, Verstappen 5° e Bernard 6°. Hill e Coulthard vão aos pits e Hill perde uma volta no box.

Na volta 6 Katayama que vinha fazendo a melhor corrida de sua vida tem problemas no acelerador, roda na terceira chicane mas mesmo assim consegue chegar aos pits para abandonar a prova.

Enquanto isso Berger vinha tendo que segurar Schumacher que literalmente estava com o bico de seu Benetton na caixa de câmbio de sua Ferrari.

Berger não consegue escapar de Schumacher no princípio da prova
Na volta 12 Schumacher entra no box para a troca e volta em 5° lugar atrás de Verstappen. O alemão passa o holândes, passa Bernard e passa Panis na pista e volta a ser 2° colocado duas voltas depois.

Na volta 15 o companheiro de Schumacher, Verstappen vem para o pit. Durante o reabastecimento a bomba de combustível faz vazar gasolina, e quando o combustível entra em contato com as partes quentes do carro o resultado só é um, a explosão. Jos rápidamente saí do carro em chamas enquanto os mecânicos tanto da Benetton quanto da Ferrari apagam o fogo.

As chamas tomam conta do Benetton de Verstappen
Na volta 17 é a vez da Coulthard, que ainda tentava chegar na Simtek de Gounon que era 11°, ir ao pit e abandonar com problemas elétricos em seu Williams FW 16B, o novo carro que o time inglês estreiou em Hockenheim.

Na volta 19 o motor de Ford de Michael Schumacher solta fumaça na reta dos pits e começa a perder rendimento visívelmente, uma volta depois ele volta para o pit para abandonar a corrida para desespeiro da torcida alemã.

Apartir daí tinhamos na prova apenas 10 carros, na ordem de classificação, Berger, Panis, Bernard, Fittipaldi, Morbidelli, Comas, Beretta, Brabham, Gounon e Hill que vinha à apenas 20 segundos de Jean-Marc. Apartir daí pouco aconteceu na corrida. Hill passou Gounon na volta 26 e na 29 passou o escocês Brabham ambos da Simtek. Pouco após na volta 37 Brabham parou com problemas na embreagem e na volta 39 Gounon parou com problemas no motor Ford.

Brabham e Gounon tentaram, mas o Simtek além de ruim não era confiável e assim a time disperdiçou sua melhor oportunidade de pontuar
No fim das contas Berger vence a prova ao final das 45 voltas, com Panis marcando seus primeiros pontos e seu primeiro pódio em 2° lugar. Bernard marcou seu único pódio na carreira com 3° e marcando assim seus últimos pontos na vida. Fittipaldi também pontuou pela última vez em 4°, e Erik Comas também com o 6° lugar.

Berger vence a 1° corrida para a Ferrari desde o GP da Espanha de 1990, a 1°vitória com Jean Todt no comando
Hakkinen levou uma corrida de suspensão pelo acidente na primeira curva, e a Benetton foi multada pelo incidente de Verstappen no pit lane. Esse episódio revelou também que a Benetton havia retirado uma válvula de segurança da bomba de combustível. O que teria ocasionado o incidente, e também seria o porque das paradas rápidissimas da Benetton no GP do Brasil primeira prova do ano.
Resultado após 45 voltas:
1. 28 Gerhard Berger / Ferrari /1:22'37.272
2. 26 Olivier Panis / Ligier-Renault /+54.779
3. 25 Eric Bernard / Ligier-Renault /+1'05.0421
4. 9 Christian Fittipaldi / Footwork-Ford /+1'21.609
5. 10 Gianni Morbidelli / Footwork-Ford /+1'30.544
6. 20 Erik Comas / Larrousse-Ford /+1'45.445
7.19 Olivier Beretta / Larrousse-Ford /+1 Volta
8. 0 Damon Hill / Williams-Renault /+1 Volta
Volta mais rápida: David Coulthard - 1:46.211

Melhores Momentos:

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