quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A Saga da Williams: Parte 1

Durante o treino para o GP da Hungria me chamou a atenção o conformismo de Nico Rosberg ao passar para o Q2 e nem sequer ir para a pista, assim largando em 14 pela punição de Bourdais. Fiquei pensando, a pouco menos de 3 anos a Williams estaria brigando pelas primeiras posições e com chances reais de marcar pontos e possivelmente subir ao pódio, e ainda nos anos 80 e 90 em boa parte de temporadas tinha de fato o carro as ser batido pelas demais concorrêntes. Resolvi mostrar como a Williams chegou até aqui, os altos e baixos da história magnífica da equipe inglesa, que infelizmente encontra-se em decadência.

Voltemos a outros tempos, 1980 o primeiro título da Williams com o australiano Alan Jones ao volante do bolido número 27 vencendo 5 corridas de 14 naquele ano, e sendo ainda que um ano antes seu antigo companheiro de equipe, o suiço Clay Regazzoni, havia ganho a primeira corrida para o time, justamente o GP da Inglaterra. Jones havia sido pole mas abandonou por problemas em seu motor Ford, porém ganhou naquele ano 4 corridas depois dessa, sendo que 3 dessas após o fracasso em Brands Hatch. Para uma equipe que havia começado a botar carros no grid em 1978 um feito a se distacar e se assombrar, Frank Williams e o projetista Patrick Head foram do anônimato ao sucesso em apenas 2 anos, assim escrevendo de fato o nome Williams na história da F1.
O primeiro título.
Como se não bastasse eles chegam lá de novo em 1982 dessa vez com o finlandês Keke Rosberg ao volante, um campeonato conquistado na paciência e na constância do carro que dificílmente quebrava. Desse modo Keke se sagra campeão com apenas uma vitória no ano. A Williams continua uma boa equipe nos anos que seguiram o triunfo duplo, não mais aparecendo tanto, mas sempre no páreo. Nessa época mais precisamente em 1985 chega Nigel Mansell ex-Lotus que começa a escrever sua gloriósa história abordo dos carros de Frank, ganha 2 corridas no ano, suas primeiras, o mesmo acontecendo com Keke, ganha 2 também, o finlandês sai ao fim da temporada para a McLaren.
Para 1986 Rosberg sai e entra Nelson Piquet ex-Brabham juntando forças a Nigel Mansell. Parecia que daquela vez haviam assegurado o título daquele ano, os testes mostravam uma grande superioridade para com as demais equipes. Porém Frank Williams sofre um grave acidente de carro saindo do circuito de Paul Ricard na França, como seqüela ele fica paralisado da cíntura pra baixo permanentemente.
O pivô da negociação de Nelson Piquet com a Williams havia sido ter um tratamento melhor do que o dado a Nigel Mansell, após o acidente o patriotismo de Frank falou mais alto, o que acabou criando uma guerra interna no time. Tinham o melhor carro mas todos os conflitos entre as partes de Mansell e de Piquet do time atrapalhavam o potêncial da equipe como um todo, o resultado deu-se no Gp da Austrália quando perderam um título ganho para a Mclaren com o francês Alain Prost.
Em 1987 mantêm-se os pilotos encrenqueiros e o carro também, mas dessa vez nenhuma das equipes havia acompanhado a evolução dos carros ingleses juntamente com o motor Honda. Foi uma guerra psicológica entre Piquet e Mansell, os dois se pressionavam de todas as formas dentro e fora das pistas, e claro Frank favorecia Mansell. A F1 chegava ao Gp do Japão, com Piquet 15 pontos na frente de Mansell no campeonato, Mansell precisava andar forte e tirar o máximo possivel do carro superar Nelson e ganhar as últimas corridas, foi quando sentiu a pressão, errou e bateu de traseira no meio dos "S" de Suzuka, o campeonato acabava ali com Nigel sendo vetado pelos médicos de participar dos dois Gps que restavam. Piquet foi o 3 piloto a ser campeão do mundo pela Williams e o último nos anos 80.

A batida de Mansell no Japão
FW 11 B: Troxe para Nelson Piquet o Tri em 1987
O ano de 1988 chega e a Williams perde o campeão Piquet e o motor Honda. Passa a usar os fracos motores Judd e para completar o time Patrese vem para o lugar de Piquet. A temporada é fraca, os melhores resultados são 2 segundos lugares na Espanha e na Inglaterra pelo leão Nigel. Um fato curioso foi que Mansell teve Caxumba durante o ano ficando de fora de 2 Gps, os da Bélgica e da Itália sendo substituído por Martin Brundle e Jean-Louis Schlesser respectivamente.
Em 1989 e a equipe volta a crescer, trocando os motores Judd pelos Renault. Mansell se manda para a Ferrari e assim Frank assina com o 4 colocado no mundial de 1988 Thierry Boutsen. O ano é relativamente bom, Boutsen ganha duas provas os Gps do Canadá, com direito a dobradinha, e o caótico Gp australiano. Boutsen acaba o ano em 5 no campeonato e Patrese em 3, uma evolução notória já que em 1988 Mansell e o mesmo Patrese ficaram em 9 e 12 no mundial de pilotos respectivamente.

Boutsen vence 2 corridas em 1989
Bem, por hoje é só.
A parte 2 vem em breve. Espero que tenham gostado!

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