A F1 chegava a Suzuka no ano de 1991. Pista que tinha decidido o campeonato desde que havia entrado no calendário em 1987, na ordem Piquet no primeiro ano, Senna em 1988, Prost em 1989 e Senna de novo em 1990 foram os campeões lá consagrados. Desta vez também havia uma grande chance do campeonato se decidir em Suzuka. Senna era o líder do campeonato desde o início do mundial, porém Mansell apartir do GP da França começara uma reação, e vencendo o GP da Espanha, última corrida disputada, havia adiado a decisão em uma prova, desta vez para o GP do Japão.
Ao chegar ao Japão Senna tinha 85 pontos contra 69 de Mansell. Para adiar a decisão para o GP da Austrália Mansell mesmo ganhando a prova dependeria de Senna. Teria de torcer para o brasileiro não ser 2 pois levaria a diferença para 12 em 10 pontos possiveis a serem disputados pela primeira colocação na Austrália. Se Mansell não fosse 1 teria de chegar em 2 e torcer para Ayrton não pontuar porque mesmo com o 6 lugar diferença ficaria em 11 pontos. Se o Leão chegasse em 3 ou abandonasse poderia dizer adeus a suas chances de prmeiro título.
Depois de uma prova sofrida na Espanha a McLaren fez uma semana de testes na pista de Estoril, e levara a Suzuka novas soluções aerodinâmicas testadas lá. Soluções que dão resultado, já que Berger dominou todos os treinos e a exemplo do GP da Espanha conseguiu a Pole Position, sua 9 na carreira, seguido de Senna, deixando as Williams de Mansell e Patrese em 3 e 5 respectivamente. Prost em sua última corrida pela Ferreri largou em 4. Sendo assim o plano da McLaren era fazer Berger pular na frente para Senna segurar o impeto do "Red Five".
O circuito de Suzuka
Antes da largada Piquet tem problemas e não sai para a volta de apresentação, assim o brasileiro perdeu a 10 posição no grid e largou de último, logo atrás do Footwork de Alex Caffi.
Na largada o plano da McLaren dá certo, Berger pula em primeiro seguido de Senna, Mansell e Patrese que largou bem e passou a Ferrari de Prost. Antes de terminada a primeira volta Alesi que largara em 6 e que ocupava a mesma posição no momento, já estora seu motor Ferrari logo após o "hairpin" deixando a 6 posição para a Minardi do italiano Pierluigi Martini.
As McLarens pulam bem na largada e se mantêm nas duas primeiras posições
Na volta 2 Pirro, De Cesaris, Lehto e o então estreante Karl Wendlinger, batem logo na entrada reta após a chicane Triangle. O acidente não representa grande risco para a continuidade da prova, já que os carros ficam todos na caixa de brita.
O tempo ia passando e Mansell ia pressionando Senna cada vez mais, tentava passa-lo de todo o jeito já que era informado que Berger ia abrindo cada vez mais na liderança. A diferença já era de 6.0s na volta 5, volta em que Hakkinen da Lotus estora seu motor Judd na Spoon e roda para fora da pista.
Na volta 9 Mansell continuava babando atrás de Ayrton, foi quando no final da reta dos boxes na sua própria afobação ele botou 2 rodas de seu Williams na grama, escorregou e saiu da pista ficando assim atolado na caixa de brita. O campeonato acabava ali na caixa de brita de Suzuka. Senna era consagrado tri-campeão mundial, e Mansell tri-vice-campeão mundial.
Depois de consagrado campeão Senna começa a deixar Patrese para trás e chegar em Berger. Marca seguidamente a volta mais rápida e na volta 17 a diferença que era de 10s quando Mansell rodou, já era reduzida ao visual. Na 130R Berger abre para Senna que assume a ponta.
Na volta 19 Berger pára para a troca de pneus, a equipe demora na colocação do pneu traseiro esquerdo e Gehard perde tempo, volta justamente a frente de Prost na 3 posição. Senna pára duas voltas depois troca pneus e volta em 2 logo atrás de Patrese.
Na volta 21 Patrese pára em exatos 10.65s e volta novamente na 3 posição restabelescendo a verdade da corrida.
Depois da parada, Berger com pneus novos começa a tirar a diferença de 5.0s para Senna marcando seguidamente a volta mais rápida da prova. Reduz a diferença para 1.3s na volta 29 porém a sua frente ele tinha como retardatário a "chicane ambulante" da época Satoru Nakajima que fazia sua penúltima corrida na F1. O japonês o segura durante o primeiro trecho do circuito abrindo para Gerhard apenas no "hairpin" do circuito. Berger ao passar mostra toda sua indignação fazendo gestos, não era para menos a diferença para Senna subira sensívelmente para 3.8s.
Uma volta após isso Nakajima escapa e bate nos famosos "S" de Suzuka, acabando ali seu último GP do Japão.
O novato Schumacher vinha bem na 5 posição pouco atrás de Prost já que ainda não havia parado no pit. Quando pára perde sua posição para Martini e volta em cima de Brundle da Brabham. Nesse momento o alemão começa a perseguir ferozmente a Minardi de Martini, perseguição na qual Schumacher abusa do motor Ford de sua Benetton assim abandonando na volta 34 após a primeira curva, com problemas em seu V8.
Martini vinha em grande prova em 5, provando a evolução da Minardi durante a temporada, porém na volta 39 o italiano abandona a prova com problemas elétricos em seu carro. Azar para a equipe italiana já que havia conseguido o melhor grid da temporada com Martini em 7 e Morbidelli em 8. Morbidelli também já havia abandonado, na volta 15 com problemas de suspensão.
Apartir dai Senna começava a controlar Berger que visivelmente abusava do carro para chegar no brasileiro. A poucas voltas do fim o motor de Berger começa a engrossar e perder potência, a McLaren pede para que os pilotos parem de brigar na pista pelas posições já ganhas já que a Williams de Patrese vinha a praticamente 1:00min atrás.
No fim da prova Berger começa a misteriosamente encostar em Senna, na última volta Ayrton respeitando um acordo feito entre ele, Ron Dennis e Berger antes da prova, abre para o austríaco após a chicane de entrada na reta dos boxes, Berger passa e conquista sua primeira vitória na McLaren depois de 31 corridas na equipe inglesa. Vitória que é sua 6 na carreira.
O acordo dizia que se Senna fosse o primeiro e já tivesse assegurado seu tri-campeonato mundial, abriria para Gerhard ao fim da prova, o que ocorreu.
Depois da corrida, na entrevista coletiva, Senna afirmou pela primeira vez que bateu em Alain Prost de propósito na primeira curva do GP do Japão de 1990, e também disse o que quis sobre o cartola Jean-Marie Balestre, antigo presidente da FISA que o desclassificara do GP do Japão de 1989, após sua vitória.
Mas o que fica dessa prova são as cenas de Senna, Berger e Patrese no pódio de Suzuka, da festa do Champagne, de Senna entornando o seu sobre sua cabeça mostrando a consagração de uma vida inteira de trabalho, a consagração de um sonho, a felicidade de Ron Dennis no pódio jogando baldes d'água em Senna e Berger, e mais bela, a de Mansell mostrando sua esportividade ao cumprimentar de forma efusiva Senna no parque fechado após a prova.
Resultado da prova após 53 voltas:
1. 2 Gerhard Berger / McLaren-Honda / 1:32'10.695
2. 1 Ayrton Senna / McLaren-Honda / +0.344
3. 6 Riccardo Patrese / Williams-Renault / + 56.731
4. 27 Alain Prost / Ferrari / + 1'20.761
5. 7 Martin Brundle / Brabham-Yamaha / + 1 volta
6. 4 Stefano Modena / Tyrrell-Honda / + 1 volta
7. 20 Nelson Piquet / Benetton-Ford / + 1 volta
8. 15 Mauricio Gugelmin / Leyton House-Ilmor / + 1 volta
9. 25 Thierry Boutsen / Ligier-Lamborghini / + 1 volta
10. 10 Alex Caffi / Footwork-Porsche / + 2 voltas
11. 14 Gabriele Tarquini / Fondmetal-Ford / + 3 voltas
2. 1 Ayrton Senna / McLaren-Honda / +0.344
3. 6 Riccardo Patrese / Williams-Renault / + 56.731
4. 27 Alain Prost / Ferrari / + 1'20.761
5. 7 Martin Brundle / Brabham-Yamaha / + 1 volta
6. 4 Stefano Modena / Tyrrell-Honda / + 1 volta
7. 20 Nelson Piquet / Benetton-Ford / + 1 volta
8. 15 Mauricio Gugelmin / Leyton House-Ilmor / + 1 volta
9. 25 Thierry Boutsen / Ligier-Lamborghini / + 1 volta
10. 10 Alex Caffi / Footwork-Porsche / + 2 voltas
11. 14 Gabriele Tarquini / Fondmetal-Ford / + 3 voltas
Volta mais rápida: Ayrton Senna - 1:41.532
Melhores momentos:
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