A F1 chegava ao tradicional circuito de Hockenheim no ano 2000. Circuito que ainda possuia as retas interminaveis que cortavam a floresta negra, da cidade alemã de Hockenheim. O campeonato que inicialmente parecia fácil para Schumacher conquistar seu primeiro título mundial na Ferrari se tornava complicado com dois abandonos na França e na Austria provas respectivamente antecessoras do GP da Alemanha. Schumacher tinha 56 pontos, Coulthard 50 e Hakkinen que começava uma reação após um começo de ano ruim 48 pontos.
Imagem curiosa: Schumacher cumprimenta Rubens no parque fechado, com a vitória dele o alemão não perderia a liderança do mundial
Rubens Barrichello que fazia sua primeira temporada na Ferrari vinha constantemente chegando aos pódios, desde o GP do Canadá o brasileiro chegava entre os 3 primeiros ao final de todas as provas, mas faltava-lhe a primeira vitória.
No treino oficial a previsão de chuva para antes da primeira metade da sessão faz todos sairem rápido para a pista. Nisso Coulthard faz a pole, Schumacher consegui o 2 tempo com Fisichella levando a Benetton para uma boa 3 colocação seguido de Hakkinen em 4.
Porém o treino é ruim para Barrichello e Frentzen. O carro do brasileiro ao abrir a primeira volta rápida quebrou e como o carro reserva estava acertado para Michael Schumacher ocorre uma demora para acerta-lo para Rubinho, que tem o carro pronto apenas depois da metade do treino quando a chuva já caia. Com a parada da chuva e a pista gradativamente secando Barrichello consegue o 18 tempo. Frentzen por sua vez havia cortado duas chicanes durante sua volta rápida de pista seca e teve seu tempo retirado. Como Barrichello também teve que fazer sua volta boa na pista molhada marcando assim o 17 tempo, uma posição a frente de Rubens.
O antigo circuito de Hockenheim
O antigo circuito de Hockenheim
O dia 30 de Julho de 2000 em Hockenheim trazia uma previsão de chuva para a metade da prova, era isso em que apostava Schumacher para ganhar a prova perante sua torcida, pois ele sabia que a McLaren tinha o melhor carro em condições normais.
Jenson Button da Williams que largava em 16 acaba deixando seu motor apagar antes da volta de apresentação o que o força a largar em último no grid atrás da Minardi de Marc Gene.
Na largada Coulthard força pra cima de Schumacher o que da espaço para Hakkinen depois de uma excelênte largada assumir a ponta. Vendo isso Schumacher bota seu carro por fora na primeira curva para sair tracionando melhor que David e tentar o bote para o 2 lugar na primeira chicane, mas Michael não vê Fisichella que também estava por fora, desse modo a asa dianteira de Giancarlo fura o pneu traseiro esquerdo da Ferrari do alemão e como se não bastasse a infelicidade da asa quebrada para o italiano a própria entra por debaixo da Benetton impossibilitando Fisi de fazer a primeira curva. Os dois batem e é o fim da prova para ambos.
Decepção para a torcida alemã com Schumacher abandonando a prova logo de cara
Ao final da primeira volta Hakkinen era o 1, Coulthard o 2, Trulli 3 e De la Rosa 4, Herbert 5 e Verstappen o 6. Barrichello vinha em boa recuperação e já ocupava a 10 posição ao final do primero giro. E assim prossegue nas voltas seguinte passando Zonta, Villeneuve, Irvine, Verstappen e Herbert até que encontra o primeiro desafio, a Arrows de Pedro De La Rosa que vinha numa incrivel 4 posição com um bom ritmo de prova, passa por ele e chega em outro ainda maior Jarno Trulli da Jordan que era o 3, Rubinho arma a bela ultrapassagem na primeira chicane durante a volta 15, três voltas antes Herbert abandonava a prova com problemas no câmbio de sua Jaguar.
O desempenho de Rubinho era de impressionar havia passado Trulli e começado a reduzir a diferença para as McLarens de Hakkinen e Coulthard, porém havia uma explicação para tal recuperação tão alucinante, Barrichello havia optado por uma tática de duas paradas, uma a mais que a maioria dos concorrêntes diretos exceto Trulli.
A primeira delas ocorreu na volta 17, depois da troca Barrichello volta em 5, justamente com Trulli e De la Rosa a frente.
A guerra psicológica entre os pilotos da McLaren era vista com olhos entediados pelo espectador, Coulthard querendo a liderança do mundial após a desistência de Schumacher fazia voltas rápidas que eram rapidamente batidas por Hakkinen que com o primeiro lugar via-se lider da temporada 2000, assim sendo o escocês não conseguia atacar e nem chegar perto do finlândes. Barrichello começava a chegar novamente em De la Rosa após sua primeira parada, até ai parecia uma corrida normal...
A guerra psicológica entre os pilotos da McLaren era vista com olhos entediados pelo espectador, Coulthard querendo a liderança do mundial após a desistência de Schumacher fazia voltas rápidas que eram rapidamente batidas por Hakkinen que com o primeiro lugar via-se lider da temporada 2000, assim sendo o escocês não conseguia atacar e nem chegar perto do finlândes. Barrichello começava a chegar novamente em De la Rosa após sua primeira parada, até ai parecia uma corrida normal...
Foi quando na volta 22 um fato inédito ocorreu, ex-funcionário da Mercedes-Benz bêbado entrou na pista para fazer um protesto contra a fábrica que o havia demitido. Isso trouxe o Safety Car pela primeira vez a pista.
Rubinho viu-se nesse momento de fato em 3 lugar sem precisar fazer mais nenhuma parada de box já que fizera sua última durante este Safety Car. O azarado da situação é Coulthard que por uma tática errada da McLaren fica uma volta a mais na pista no ritmo lento do Safety Car, cai para 6 lugar após seu pit.
Era dada a relargada, Rubinho foi decidido para cima de Jarno tentando passa-lo na primeira chicane sem obter sucesso, mais atrás Zonta bate em R. Schumacher que acaba rodando e caindo para último. Uma volta após esse ocorrido Jean Alesi da Prost tenta passar Pedro Paulo Diniz da Sauber pela 15 posição, os dois batem na terceira chicane e trazem o Safety Car novamente a pista.
Na relargada Wurz tem problemas com o câmbio que havia travado assim saindo da pista e rodando na reta dos boxes. Uma decepção para a Benetton que tinha boas possibilidades na corrida, pois Fisichella havia largado em 3 e Wurz em 7.
A corrida seguia com Barrichello já não tão combativo quanto antes atrás de Trulli e Hakkinen em 1. Foi quando na volta 33 começou a chuva prevista pela meteriologia local. Hakkinen e Trulli vendo isso entram de imediato no box para trocar os pneus e sair rapidamente para não perder tempo, porém Trulli acaba nessa rapidez passando do limite de velocidade o que faz com que ele leve mais tarde um "penalty" de 10 segundos.
Trulli vinha fazendo boa corrida até ultrapassar o limite de velocidade no pit lane
Nesse mesmo momento acontece um lance curioso, Zonta bate em Villeneuve na primeira curva, isso mais tarde resultaria num bate boca e também na demissão de Ricardo da B.A.R. após a temporada, praticamente acabando com a carreira do brasileiro na F1, já que Zonta nunca mais fora piloto oficial depois de 2000.
Nesse mesmo momento acontece um lance curioso, Zonta bate em Villeneuve na primeira curva, isso mais tarde resultaria num bate boca e também na demissão de Ricardo da B.A.R. após a temporada, praticamente acabando com a carreira do brasileiro na F1, já que Zonta nunca mais fora piloto oficial depois de 2000.
Com a entrada de Mika e Jarno no Pit Rubens sobe para 1 com Coulthard em 2, Frentzen em 3 e Zonta o 4. A chuva caia forte apenas em um ponto da pista, o estádio assim os 4 conseguiam manter-se num ritmo forte na medida do possivel. Porém Mika estava tirando a diferênça rapidamente, em um ritmo alucinante de quase 1.5 por volta.
Foi quando na volta 37 Ricardo Zonta sai da pista no estádio e bate na proteção de pneus, fim da corrida para ele. Na volta 38 Coulthard por precavendo-se de eventuais pontos perdidos no campeonato resolve não arriscar ficar na pista e vai para o pit. Assim Barrichello continua liderando com Frentzen em 2 com Hakkinen já a ataca-lo, o finlândes ultrapassa o alemão da Jordan na primeira curva, porém leva o troco da Jordan na primeira chicane. Para a infelicidade de Heinz ao entrar na reta dos boxes para abrir a volta 39 ele tem um problema no câmbio de sua Jordan o que o tira da prova enquanto ele ocupava o 2 lugar.
Com Frentzen fora restava a Barrichello se sustentar sozinho na ponta da corrida com pneus "slicks" enquanto outros pilotos como Irvine e Verstappen rodavam no "sabão" do estádio. Na volta 4o Mika tinha 10s de desvantagem para Rubinho abaixa na 42 para 8.5s, porém o talento de Rubens na pista molhada fala alto e ele mantêm a diferênça com pneus de pista seca na chuva para o finlândes que tinha os pneus intermediários.
Muito se dizia sobre como Barrichello conquistaria sua primeira vitória na F1, criou-se muita espectativa, achavamos que ela viria naturalmente, porém ao fechar a volta 45 que marcou o fim da prova Rubinho provou que todos nós estavamos errados. Ele ganha uma corrida sensacional saindo de 18 e se sustentando nas últimas 7 voltas dos 6.8 Km do veloz Hockenheim com pneus "slicks" debaixo de chuva. O que faz do choro de Rubinho no pódio fato após uma corrida histórica que com certeza está dentre as 5 mais emocionantes que o cidadão(?) que vos escreve já teve o prazer de assistir. Digo mais, até hoje pensar naquele domingo em que a F1 dava boas vindas ao mais novo vencedor que tirou o Brasil de um tabo de quase 7 anos sem vitórias o arrepia.
Hakkinen e Coulthard erguem Barrichello no pódio
Imagem curiosa: Schumacher cumprimenta Rubens no parque fechado, com a vitória dele o alemão não perderia a liderança do mundial
Resultado depois de 45 voltas:
1. Rubens Barrichello - Ferrari
2. Mika Hakkinen - McLaren Mercedes
3. David Coulthard - McLaren Mercedes
4. Jenson Button - Williams BMW
5. Mika Salo - Sauber Petronas
6. Pedro De La Rosa - Arrows Supertec
7. Jacques Vileneuve - BAR Honda
8. Ralf Schumacher - Williams BMW
9. Jarno Trulli - Jordan Mugen-Honda
10. Eddie Irvine - Jaguar Cosworth
11. Gaston Mazzacane - Minardi Fondmetal
Volta mais rápida: R. Barrichello 1:44.300
Volta mais rápida: R. Barrichello 1:44.300
Melhores momentos: http://www.youtube.com/watch?v=iOyu7-Hiliw&feature=related
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